Estive a ler o "comentário" de Ricardo Carvalho (o "crítico") no Ípsilon do Público de hoje intitulado: "Ironia ou uma petição que se enganou no objecto?"
O "comentário" apresenta a defesa do Projecto de Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus para o Largo do Rato (
1,
2,
3,
4 e
5) gabando as suas qualidades plásticas por comparação (assim é fácil...) com alguma da mais desqualificada arquitectura ("
do pior do pós-modernismo"...) dos "
edifícios vizinhos" (que infelizmente não identifica...), e, por outro lado, arriscando um juízo de valor (crítico) que faz equivaler a "
radicalidade" do projecto da dupla a nada mais (nada menos...) que a própria Mãe d' Água, como se as duas estruturas, nos seus propósitos programáticos, tempos históricos e outras descartáveis "realidades" (entre as quais as "construtivas" e as "económicas"...) fossem comparáveis... ou equiparáveis.
Também por outro lado, e no mesmo artigo, o autor ensaia uma crítica "radical" a qualquer possibilidade de participação pública e "discussão" do "fenómeno" da arquitectura, papel, que na sua opinião, deverá ser rigorosamente reservado para os "expert-os" (eu não dizia...) dos arquitectos em democrática (?) e responsável (...) delegação de competências.
Pergunta Ricardo Carvalho:
Não será ingénuo supor que estamos todos preparados para discutir, para além do "gosto" ou "não gosto" (eu teria escrito "para além da questão do gosto")
, o conjunto de obras de arquitectura ou engenharia que todos os dias arrancam (sem aspas)
e que não são garante de uma transformação (cá tá, JFC)
positiva?Responde (lança os foguetes, faz a festa e apanha as canas...) logo de seguida:
Não é possível nem desejável. (!!!)
É necessário delegar (toma!)
e responsabilizar (embrulha!)
quem tem essa tarefa.Mas uma vez que o "leigo" o "vulgo", o "civil" não detém (como já vimos...) essas "capacidades" quem é que vai "responsabilizar" os arquitectos "delegados"?... Deixem-me seguir o meu raciocínio... Queres ver que só podem ser outros arquitectos (delegados à função da fiscalização da responsabilização... e assim sucessivamente... até à grande "fiscalização" - que medo... - do juízo final...)
Enfim... não vale a pena perder mais tempo com a defesa corporativa das starlets da arquitectuga lusitana...
A arquitectura, ficam a saber, é dos arquitectos e para os arquitectos... A gerência lamenta mesmo muito, mas isto são assuntos demasiado "técnicos", "específicos" e complicados para as vossas pobres cabecinhas de cidadãos empenhados em petições... e em blogues...
Aliás - não sejam "ingénuos"... - o melhor era acabar já, e de uma vez por todas (eleições para quê?...), com a democracia...
Eles, o povão, percebem lá alguma coisa de coisa alguma... de coisas complicadas como as finanças e assim...
Onde é que eu de-lego?
Na Dinamarca?
Vai tu!