sexta-feira, junho 13, 2008

Passo a tarde na cantina...

Mais sobre a cantina no Arch Daily

... a cagadeira no cilindrão, o "formal studie" (pelo amor de Deus... o gajo pensará que é a décima péssima reincarnação do Aalto!?...), os pilares salteados e afastados da parede "curva" (a parede - em betão?... - não carrega com nada?...), os "temas e formas" da moda (oh, Herzog... so much to answer for...), o edifício a-levantado do chão (Fernando, a-amanda-me por mail uma foto do alpendre com uma vista sobre a rampa e os degraus de acesso à nave...) com alheta a-recuada e neo-Gropius...
A confirmação do que eu mais temia...

18 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ex.mo odp,

Os seus tiros são sempre de grande pontaria :)
mas tb não tem que acertar em td que lhe passa pela frente:):):)

8:54 da tarde  
Blogger AM said...

mt obg. maria

odp montou barraquinha na feira popular... é cada tiro cada melro...

9:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

não estarás a ser demasiado radical na crítica a um jovem arquitecto recem (de)formado?

eu, sendo careca, senti a necessidade de um toldo naquele desmesurado/envidraçado; apeteceu-me dizer: Cadilhe, sou careca, "pensas-te" em mim?; isto é, teria tomado uma atitude um pouco mais pedagógica; a crítica deve ter em atenção essa vertente, sobretudo quando se trata de um jovem arquitecto.
JFC (amigo das crianças e dos animais)

10:12 da tarde  
Blogger AM said...

um "jovem" arquitecto deveria ter a virtude da modéstia quando ao valor do seu (jovem) trabalho
um "jovem" arquitecto, menos auto-convencido da excelência do seu trabalho, não "organiza" maneira de a-parecer (mais vale...) desta maneira pela blogosfera, que é como quem diz, pela WWW...
um jovem arquitecto cresce com o tempo e com os seus erros (eu que já vou tanto entradote procuro aprender com os meus - que remédio... - e com os dos outros...)
pois, a "pedagogia"... se calhar, e à minha retorcida maneira, até fui demasiado (pretensiosamente) pedagógico... de pedagogia (e de demagogia) está (o "discurso" sobre) a arquitectura portuguesa, cheia
a coisa para os jovens (e menos jovens) arquitectos tá preta, mas não vale, acho que não deveria valer, (quase) "tudo"
e isto não é só ou especialmente para o cadilhe que até parece talentoso q.b. e com alguns dotes para a oratória...
I had to teach the world to sing by the age of 21...
já postei sobre isso...

10:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

é pa, tem paciência, podes não gostar da obra e encontrar um milhão de explicações para o teu desgosto; eu, para ser franco, o que mais me aflige ali é uma realidade bem mais prosaica: sou careca e aquele envidraçado voltado ao sol sem protecção...; repito, para ser frango (assado) ao sol, não!, não acho justo que o arquitecto Cadilhe não tivesse pensado nas pessoas como eu de capilosidade reduzida! também somos gente!; colunas ao pé de paredes em betão, neo Gropius, neo Aalto, tiques da moda..é pa,
se quiseres, arranjo mais quinquilharia dessa para troca, será sempre quinquilharia; e ainda: não me parece mal que o Cadilhe divulgue pelo mundo, e em inglês, aquilo que vai fazendo - queres vê-lo orgulhosamente só no nosso Portugal futeboleiro rodeado de arquitectos carecas e rabugentos até ao fim da vida? porque carga de água?
aos vinte e poucos anos de idade houve um estudante de arquitectura que pegou numa casa do Aalto e a espetou entre rochedos à beira mar; tiques da moda é vê-los em madeira pendurados dos tectos que nem 'estalaquetiques'; e hoje, como bem sabes, vamos todos tomar cházinho à Boa Nova...
JFC (careca de saber que não vale a pena educar os jovens)

3:05 da manhã  
Blogger AM said...

caro careca rabugento :)

dou-te (e não dou) toda a razão
estava a escrever e tb pensei na casa do cházinho...
o problema não é os "jovens" arquitectos terem (muito) talento como o siza, ou algum talento e muita ambição (e alguma pretensão) como este (e muitos outros) jovens
o problema não é lutarem lá por fora... (assim como assim cá dentro estão carecas de estar lixados...)
o que me "irrita" é o caminho que as coisas estão a tomar... estes discuros poéticos e cheios de floreados mas no entanto simplistas embrulhados nas fotografias (parece obrigação) dos FG+SG e servidos pela blogosfera...
se estão interessados, e tem todo o direito (e quase o dever...) de o querer fazer, porque é que não criam uma página (ou até um blogue...) para divulgarem "como deve ser" (e sem limitações de "espaço"...) o seu trabalho?
a malta odespois promete que vai lá a-visita-los...
mas assim não... assim não dá para discutir, para debater, porra de coisa (de arquitectura) nenhuma...
ficamos pelo glamour das fotos e das frases de efeito repenicado...
quero mais... quero muito mais...

1:24 da tarde  
Blogger AM said...

outra coisa... reduzir a casa de chá a uma casa do aalto (qual?)espetada à beira mar é capaz, não sei, digo eu, de ser um bocado para o redutor... há o inquérito, há o FLW...
comparar as "cópias" do siza à maneira como os nossos "jovens" copiam a a-zaha-rada, o kualhas ou os chocolates suíços H&deM é, e por falar em barraquinhas, um tiro ao lado...
não que as "influências", o fazer à maneira de, ou outra coisa parecida qualquer não tenham sempre existido, mas...
o siza é outro campeonato...

2:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

bem, eu vejo a coisa assim: a 'publicação' da obra na net é uma operação de propaganda, publicidade, não tenho nada contra, um tipo tem de fazer pela vida que não está fácil; não exijo, portanto, grande retórica crítica acompanhando as imagens que vendem o produto (boas imagens, o Fernando sabe o que faz e fá-lo bem feito, não mostra varizes nem unhas encravadas); se eu gosto da cantina? não, não gosto da cantina, por razões, provavelmente, semelhantes às tuas; quanto ao blog que os autores poderiam fazer para discutir a obra pergunto apenas: para que serve o desproposito? que eu saiba, não se pratica aqui a censura como em outros blogs de arqutectura do nosso meio; aqui dá-se e leva-se na cabeça como nos bonecos de cachaporra, não tenho nada contra; de que estão à espera os Cadilhe/Fontoura para defender a sua mam..perdão! queria dizer dama...
JFC(aguardando um download xxxporn)

12:06 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

siza dixit: maison Carré; do inquérito (que estava por fazer à data do projecto)poucas influências, acrescenta o mesmo siza; FLW sim, nas piscinas ali ao lado, uns anitos depois.
Pois eu também diria que o Siza aos 20 e tais copiando Aalto no atelier do Tavora era muito diferente dos jovens arquitectos que hoje comem chocolate suiço e cagam bon-bons...e porque é que eu diria? não consigo explicar muito bem...
JFC (procurando compreender a genialidade)

12:24 da manhã  
Blogger AM said...

caro JFC (sempre um prazer, ler os teus comentários)

alguns "pontos"

as fotos do(s) FG+SG são boas mas eu gostava de ver algumas "unhas encravadas"... gostava de ver fotos mais "críticas" (e menos "poéticas"), fotos que "problematizassem" (fosga-se) e dessem a entender as arquitecturas assim foto-grafadas

exemplo: estou a lixar-me para a foto do fulano desfocado ao pé dos três (ou quatro...) degraus naquela merda do que suponho ser a entrada de serviço (o cadilhe terá pensado minimamente na funcionalidade da coisa?...)

para que serve odp? boa pergunta...
o cadilhe não tem obrigação de conhecer o blogue ou sequer de frequentar a blogosfera (se calhar só lê o Um Big O...), mas quem aparenta estar tão interessado em divulgar (leia-se, em "propagandear") o seu trabalho, pode faze-lo - com outros recursos e retóricas... - através da blogosfera
é grátis! :)

maison carré, é!? siza dixit? bou inbestigar (vou já a-buscar os Aaltos à prateleira...)

fui confirmar as datas... o inquérito decorreu entre 55 e 61
a casa do chá (wikipédia) foi de 58 (projecto?) a 63 (fecho da obra?)
são (safei-me à rasca...) a modos que contemporâneos
o siza estava no távora ao tempo do "trabalho de campo"?

2:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o concurso para a casa de chá é lançado pela camara de Matosinhos em 56, Siza trabalhava no Távora, o inquérito estava a decorrer...creio que é isto; mas nas moradias de Matosinhos, essas sim, anteriores, a colecção de tiques é interminável (e explicável, o rapaz estava ainda a estudar...); agora imagina que, em vez do Portas com as suas críticas apologéticas (dando umas porraditas aqui e ali) ele tinha tido um verrinoso e demolidor AM na blogosfera da época; achas que tinha sobrevivido? é certo que ele respondia e se justificava (o debate era vivo naquela época, apesar da censura, vide por ex, as respostas que deu às criticas sobre a cooperativa do Lordelo na Arquitectura do tempo) mas também ninguém lhe dava com a marreta assassina do desproposito.
JFC (o dos brandos costumes)

4:56 da tarde  
Blogger AM said...

eh, eh, eh, essa da marreta assassina é forte! :)

conheço essas casas de matosinhos
é verdade que têm "tiques", e que são, à sua maneira, a arquitectura "jovem" do seu tempo... mas são também casas de outros tempos... passaram 50 anos e a comparação não me parece lá muito "justa" ou "operativa"

nem o cadilhe é o novo siza, nem eu sou o novo portas, nem odp é a revista "arquitectura", nem a "crítica" na blogosfera tem que ser "apologética" (ou - graças a deus, nê... - outra coisa qualquer)

eu até poderia gostar de ser mais apologético (sempre é melhor que pedagógico), mas neste caso da cantina do cadilhe não vejo quase nada que valha a pena...

o que não mata, engorda (diz o povo), e se o cadilhe (ou outro)
não se aguenta à bronca com os meus sinceros e frontais despropósitos...

nesta porra deste país tá é tudo muito mal habituado com os hipócritas salamaleques corporativistas (ou tão simplesmente de "classe"...) do costume

post... as críticas apologéticas do portas ao siza começaram "desde logo" com as casas de matosinhos?...

9:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

é pá, eu compreendo que seja difícil a critica apologética de uma cantina como a do jovem Cadilhe, mas (e esta é a última que dou para este peditório, estou farto de estar sentado na cantina, vamos tomar a bica a outro lado)vou-te deixar aqui uma dica para o que poderia vir a ser uma 'abordagem pela positiva' (como diz a Serenella Andrade) da cantina:
nesta última peça de Cadilhe&F insinua-se uma vontade de ruptura com 500 anos de arquitectura chã e chata; a voluptuosidade do gesto,quase barrôco, assinala novos começos: onde Nasoni hesitou (e parou?), Cadilhe continuou (e derrapou?); etc.etc.....

A critica do Portas às casas de Matosinhos:a primeira que conheço está na Arquitectura- nº68-1960,fala também da moradia Carneiro de Melo e de um centro paroquial em Matosinhos; ainda não havia Fernando Guerra mas as fotografias a preto e branco são porreiras!
JFC(pondo o chapéu)

11:42 da tarde  
Blogger AM said...

JFC, estou esmagado :)

não tenho idade para ter essa revista e acho que por aqui (fora da capital) não a vou conseguir sacar

podes digitalizar o artigo (não peço a revista toda...) e mandar por mail para arqantmac@sapo.pt

quanto ao resto, o neo-barroco a-levantado do "chão", acho um "programa" (crítico) demasiado ambicioso para a "cantina"... acho que é melhor ficarmo-nos pelo provincianismo revisteiro do herzog poveiro... (se vamos para a "voluptuosidade" também podíamos seguir a pista brasileiro do niemayer e então é que esta merda nunca mais acabava...)

nota 1: a arquitectura chã (a "original", a do kubler, pelo menos) não é nada chata, mas mesmo que fosse, e para citar o (anteriormente postado) warhol: I like boring things

nota 2: o (meu) cardiologista, uma porra, proibiu-me o café, mas bebo um "de-café" às escondidas :)

12:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

o neo-barroco era uma ironia de JFC...; o chão não é chato, concordo, mas o chão (Paulo V. Gomes dixit) é uma ficção do Kubler (acredito no V. Gomes); I also like boring things, mas abomino o Warhol e a pop (o Venturi não abomino, acredito no que ele disse mas não no que ele fez...); e com isto encerro este debate sobre a 'Cantina do Cadilhe'.
JFC, o lacónico.

12:42 da manhã  
Blogger AM said...

ora então, só para terminar
eu nunca percebi essa reserva, que não é só tua, essa suposta "falha", entre o que o venturi diz e o que o venturi faz...
o venturi - coisa rara... - faz aquilo que diz
muitos (po-mo, decon) pensam fazer aquilo que o venturi disse no C&C
outros ainda, os herdeiros das "caixas decoradas", disfarçam e assobiam para o lado a ver se ninguém repara...
o venturi está em todo o lado...
não é a toa que é o arquitecto mais importante e influente da segunda metade do século passado...

e, mais uma vez, mt obg. pelo mail :)

12:56 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

é pá, isso é uma discussão tão 'pesada' que não dá para ter aqui dentro da cantina do Cadilhe; quando disseres ao mundo (talvez num post) qual é para ti a melhor obra do arquitecto mais influente da segunda metade do sec xx eu prometo que explico porque é que o teórico mais influente da segunda metade do sec xx não é (para mim) o melhor arquitecto da segunda metade do sec XX.
JFC, já a caminho do Diana Bar

1:06 da manhã  
Blogger AM said...

cont. (ou não...) em:

http://odesproposito.blogspot.com/2008/06/vamos-pra-piscina.html

2:49 da tarde  

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