Livro (da Introdução ao Prefácio de)
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Toda a arquitectura, toda a arquitectura que merece o nome de arquitectura, é (simultânea e concomitantemente...) "genérica" e "site-specific". A arquitectura é do seu tempo e do seu espaço, e, como toda a arte, transcende o seu tempo e o seu espaço. Melhor, a arquitectura faz seu, o tempo e o espaço. A arquitectura é a consciência do espaço. A arquitectura, como toda a arte, é da condição da alteridade. A arquitectura está fora-de-si.
2 Comments:
'Genéricamente', estou de acordo, mas interessa-me sobretudo compreender o arquitecto em frente ao papel branco, na encruzilhada do site-specific e do generico; por exemplo: a igreja maneirista que os jesuitas levaram aos açores, Brasil, India, Macau (em Macau foi das maiores vertigens/tonturas que senti na minha vida, quando ao virar da esquina, me aparece um bocado de Roma no oriente “a oriente do oriente”...holy sheet! exclama JFC no seu melhor latim, como veio uma merda destas aqui parar!) pois é, aquela arquitectura só verga à ‘especificidade do sitio’ por escassez, não por principio, quando é preciso usar a pedra que está à mão, ou quando falta mão de obra e é o artífice local que mexe na iconografia jesuítica e acrescenta a sua flor; o modelo exportado pelo colonizador, o braço afirmativo do império, quer manter-se incólume, é essa a sua vontadinha; e o os arquitectos da ordem (da ordem dos Jesuitas, etenda-se...), que pensam eles? Ao lado tem o desenho da matriz, o seu Gesu de Roma, e na cabeça? Que grandes arquitectos aqueles tipos eram! cagando e andando, faça-se a vontade de Deus e de Loyola. Site specific não era com eles...
JFC (fechando o missal)
muito bom, pá!
aquilo era uma espécie de "franchising"
não dava tempo para pensar
não havia google earth nem nada disso
um gajo chegava lá (a macau, por exemplo) não conhecia nada daquilo e pimba! tinha que dar resposta ao problema
um gajo não se punha a pensar no site-specific, na miscenização, nos "híbridos" (nem nos desenhos para as revistas de arquitectura ou nas fotografias do grande artista a posar na obra para a exposição antológica...)
as coisas deviam ser muito mais autênticas e (por uma vez) "naturais"...
mas devia de haver uma filtragem... e um interesse (na "missão") que os gajos não eram nada parvos e tinham os "objectivos" muito bem definidos
não há comparação entre as igrejas da expansão (da fé) e as réplicas (sísmicas...) do "efeito-bilbão", a arquitectura "genérica" do kualhas também é uma forma de dominação "cultural" (e política...) mas não acho que tenha comparação
hoje sabem tudo, ou só não sabem o que não querem saber...
o que é o local e o global hoje em dia? até falam no glocal e nessas merdas da novilíngua
é isso: a arquitectura hoje (não é o livro do portas) é glocal
é simultaneamente genérica e site-specific... aliás, é o ponto da posta, sempre foi, que isto está tudo mais do que inventado...
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