odp tem passado muito do seu tempo a ouvir o último (e novo)
Robert Wyatt: Comicopera. Comprei às cegas, às surdas, como é hábito (aqui no mosteiro), um pouco desconfiado (mas já é "feitio"...) com tanto destaque (
hum, capa e tudo...) e promoção (pela editora da moda...).
Em vão, debalde, etc. A entrada, a bateria do "mestre de cerimónias", dá o "tom", e bastam (chega!) 5 ou 10 segundos do mais puro dos "sons" (obrigado
Anja...) para, ao fim da primeira repetição do primeiro "
somewhere", ajoelhar (e acender a vela...) no altar do santo (e respectiva esposa...) do divino
progressivo depressivo.
As you all know by now... o disco, a ópera, divide-se em x=3 actos. O primeiro (cinco temas em desfecho instrumental) é perfeito. O segundo, musicalmente mais heterogéneo, nada (ao primeiro) lhe fica a dever. Emoções à flor da pele em montanha russa (high and low...) da euforia (maníaco-depressiva) à mais profunda (e deliciosamente reconfortante...) depressão.
Out of the Blue (alguma coisa - que não o
Eno...) a terminar o segundo acto ("
the here and the now") é uma das mais radicais e devastadoras músicas de RW (
Something unbelievable has happened to the floor...), e uma "experiência" sónica, que por esta altura... já não esperava (toma lá que é para aprenderes a não seres "choninhas", coninhas!).
O terceiro acto, também "oscila", e vai a "fraquejar" (isto para quem já "fechou" discos com
Song For Che,
The Whole Point of No Return,
La Ahada Yalam, ou mesmo
The Verb...) no "prolongado" solo (
Pastafari)
de...
vibrafone... e, no "finalzinho" da versão para
Hasta Siempre Comandante... Nada de grave... nada que não seja mais que "compensado" pela belíssima versão para a Itália (níssima!)
Del Mondo (a "abrir" o terceiro acto e a suceder à mencionada
Out of the Blue...) ou pelo "achado" da melodia "encontrada" para "musicar" o poema
Cancion de Julieta do Espanhol (íssimo!) Poeta Lorca.
Um dos melhores, senão o melhor disco, da "longa e extraordinária" carreira de
Robert Wyatt.
Evidentemente...