quinta-feira, novembro 08, 2007

Sustentabilidade e Afecto # 2

Luanda (para o GAD)

5 Comments:

Blogger João Amaro Correia said...

já ganhei a noite.
(contenho uma gragalhada para parecer sério. como a mulher de césar)
ahahahhahaha

12:01 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

"Os materiais utilizados - ardósia e painéis de madeira, sobre paredes brancas - permitem a sua ligação mimética à paisagem, que se desenvolve sobre um vale, pelo seu recorte, de grande valor paisagístico e ecológico"

há, em portugal, um professor de arquitectura que escreve isto.
ahahahahhahahhahahahhahahahah
ahahahhahah

12:06 da manhã  
Blogger AM said...

é professor? não tinha reparado, mas não será caso para grande admiração...
o ensino de arquitectura nas maravilhosas e múltiplas faculdades tugas, é uma coisa fantástica, não é?

11:26 da manhã  
Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

Obrigado pela dedicatória,am.
Interpretei-a como uma provocação e aceito-a como tal.
Vou ser sintético para não "colonizar" este teu espaço.
Contudo, este assunto, merecerá em breve um post mais fundamentado e documentado no meu "Artes e Ofícios".
Esta é apenas uma das consequências perversas do exponencial desenvolvimento económico da República Popular de Angola principiado com o fim da guerra, há bem poucos anos.

A relativa estabilidade social e económica então instaurada, escancarou, de novo as portas do país para a "invasão" desenfreada das grandes multinacionais, ávidas da fertilidade e da riqueza natural deste país estratégicamente posicionado em África.
A total ausência de uma entidade séria que regulasse a qualidade dos mega-projectos para a construção das sedes e dos "micro-climas" (alojamentos de luxo para os expatriados e família, escolas, clínicas,etc.)aliada a um sistema onde a corrupção está institucionalizada, abriram espaço para o crescimento acelerado destas aberrações.
Por outro lado, o modo sobranceiro e neo-colonialista como a grande maioria dos arquitectos (de muitas nacionalidades, incluindo portugueses "de nome feito" (só para falar da nossa área)encara o mercado angolano reflecte-se num total e despudorado desrespeito pelas questões essenciais da arquitectura, nomeadamente as consequências fisicas e ambientais da intervenção em grande escala numa cidade consolidade e caracterizada por uma coerência formal e espacial extraordinária.
Conhecidos arquitectos da nossa praça (os chineses, sul-africanos, americanos, brasileiros, israelitas, etc. não me dizem nada)estão a projectar para Luanda e para muitas outras cidades em franco desenvolvimento sem nunca terem posto um pé naquele território de características ímpares.
Durante o antigo regime, grandes arquitectos portugueses encontraram nas colónias espaço e liberdade para a pratica da arquitectura moderna inspirada sobretudo nos modelos corbusianos.
As condições específicas do clima motivaram esses arquitectos para a pesquisa e invenção de inteligentes e variadíssimos sistemas de ensombramento e ventilação natural formalizados numa gramática de grelhas, palas, vazios, ritmos, texturas, onde adicionaram a cor e a fantasia que se respira em África.

Hoje, se alguma coisa se respira, é o "encanto" dos dólares americanos.

Por fim, a ideia bacôca e abstrunça (por parte dos promotores e dos governabtes)de que a qualidade e a modernidade passam pela construção em altura e pela importação de modelos "internacionais", copiados do Dubai,(por exº)onde domina a fachada cortina, o alumínio e uma enganadora sofisticação, estão a destruir, para sempre,cidades notáveis aob todos os pontos de vista.
Ambientalmente, adivinham-se a curto prazo, consequências dramáticas.
As torres, como a que mostras, que agora crescem na frente da cidade, junto à famosa Marginal, estão progressivamente a cortar todo o importante e complexo sistema de ventilação natural e de escoamento de águas pluviais da cidade.

Para acabar (não fui assim tão sintético...)a história mais recente deste país será escrita e, pela parte que me toca, como angolano que também sou, terei o maior gosto em chamar os bois pelos nomes.
Um grande abraço e desculpa lá a invasão.

10:27 da manhã  
Blogger AM said...

uma provocação com... "afecto", G. :)
excelente comentário
vou linkar para maior visibilidade
mal posso esperar pela tua posta sobre o "tema"

7:40 da tarde  

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