depois da boda, o labirinto (do amor!?) prós (amorosos...) hamsters da arquitectura...
pena que a(s) exposiçõe(s), na sua ambição (?) de "ir a todas" (SAAL, "casa do futuro", "norte- sul" - a série... - etc.) acabe por aprofundar muito pouco de cada um dos temas que se (auto) propôs a expor...
comecemos pelo futuro, quero dizer, pelo passado, da casa da futuro...
convenhamos que a ideia de expor projectos do "futuro" com mais de 50 anos não é bem uma aposta propriamente muito interessante... de uma trienal espero mais que aquilo que os livros de história da arquitectura possam ensinar, espero, mesmo quando se resolve a enveredar pela história recente da disciplina, mais que a exposição de uns originais de época...
o SAAL, em vídeo (de Catarina Alves Costa) ocupa um casinhoto dentro do "núcleo" da mesma "casa do futuro" (e os komissários que são muitos e todos pessoas de muito a-gabarito lá saberão porquê...)
não passa de um filme pobrezinho, doméstico (uma coisa ao nível de um trabalho escolar...), previsível no encadeamento do "slideshow" e na utilização da "banda sonora" de época...
e talvez seja isso mesmo, a falta de uma (qualquer) perspectiva "exterior" (uma que não fosse a "perspectiva" muito lá de casa...), a falta de uma (qualquer) perspectiva "crítica", para além, mais além, da exposição da "nostalgia" de uma época passada, o que liga este dois (não) acontecimentos
o "núcleo" dedicado a "falar de casas" em Portugal é uma disparatada cacofonia sonora ("projectada" por uns "orifícios" nas "paredes"...) que a pobreza (portuguesa... franciscana...) de "dados" (faltam mais desenhos "técnicos", as maquetas pouco ajudam e as fotografias dedicam-se a mostrar camas desfeitas e paredes brancas...) apenas acentua...
é acelerar senhores, é acelerar... que o vídeo com os depoimentos (José Gil, etc. - estão a ver o filme...) também está em baixo e não... "rola"...
a "lição nórdica" troca o preto das paredes do labirinto (ah pois, as "paredes" - como aliás não podiam deixar de ser... - são "pretas"...) pelo azul (e por um azul particularmente infeliz como "fundo" para a diversidade do material a expor...)
os projectos atravessam-se sem particular entusiasmo, como quem passa pelo Dezeen ou outra porcaria qualquer do mesmo género... (até o bolimetro já postou daquilo...)
ah, sim, gostei desta fotografia
ao fundo, de um dos lados, deixaram ficar aquilo que parece ser uma tábua de passar a ferro de um arquitecto sensível, existencialista...
arte, híbrida, transversal, pela certa...
a coisa segue pela Suíça com um "caso" qualquer não sei do quê onde uma fotografia de uma fachada (qualquer) expõe a palavra "corrupção"... ainda bem que chegámos à (corrupta) Suíça, pensei, e que já não estamos - nada teríamos a dizer... - a falar sobre casas portuguesas...
depois da Suíça, no lado oposto (ai estes curadores...) à "ala" azul dos nórdicos, "a cidade popular" de "Africa e Brasil"
três mesas (voltámos ao "banquete"...) expõem três "casos de estudo" para três cidades: Recife (Una Arquitectos), Luanda (Maria João Teles Grilo) e Maputo (José Forjaz)
a acumulação (também visual) da informação (gráficos sobre mapas, etc.) e a exposição (horizontal...) nas ditas mesas não facilitaram o (meu) entendimento das propostas
depois de uma sala branca com muitas letras (adiante...) descansar (por fim...) na (vazia...) sala, "quarto" (escuro) das projecções vídeo
três (outras vez) ecrãs mostram três "pequenos filmes" sobre outros tantos edifícios "históricos" das mesmas três cidades
são filmes despretensiosos, informais e coloquiais, com os autores (ou com o filho de um dos autores) dos projectos
os filmes pouco mostram dos projectos de que "falam" (não é mostrado um único desenho ou uma única fotografia do interior das casas...) mas são, ainda assim, o melhor momento de toda a exposição
mais uma vez é a nostalgia (o "saudosismo") por um passado (ainda) recente, moderno, "tropical", que se instala, por entre as (originais!?) cadeiras de madeira (tropical!?) e o vazio da sala...
Fernão Lopes Simões de Carvalho termina a confessar o desejo de voltar a ver o Bairro Prenda devidamente recuperado...
em dia de finados, com as (ruínas de) paredes pretas (queimadas!?), a olhar - como no filme - para "o futuro do passado", a trienal presta respeito e faz o sentido e devido luto a uma certa (maneira de fazer) arquitectura...
falar de casas... em Portugal... em 2010...
e pensar que Valhelhas ficou de fora...