quarta-feira, maio 26, 2010

Casa de Luanda (late entry to the)


















Motto: A Casa da Rua / A Rua da Casa

Embalado pela atempada publicação da proposta do Paulo Moreira, resolvi (perder algum tempo a) tentar "fixar" algumas ideias do que poderia ter sido o projecto (ODP) para o concurso da "Casa de Luanda" da TAL de 2010...
O (presente) "projecto", a "proposta", prevê a construção de três "corpos" (com muitos buracos...) destinados às "funções sociais"
("coz." e "sala") e aos espaços necessariamente mais privados dos quartos ("dormitórios").
Entre os três volumes, espaço livre, vazio, como circulação e prolongamento das "estadias". Do lado da "coz." dois compartimentos (duche e sanitário) ensaiam os "lavatórios" (que assim, separados, permitem a utilização por mais de um utilizador em simultâneo). Do (outro) lado da "sala", uma (outra) "sala" (Kahn diria um "quarto"...) exterior, para eventual ampliação das funções ("sala" ou "quarto") consideradas mais necessárias (sem "descaracterização" dos principais princípios do projecto... base...) ou tão apenas para (simples ou sublime) gozo da "rua"...
Os sanitárias seriam encimados (e magicamente iluminados...) por um tanque para recolha e depósito das águas da chuva. O volume da chaminé propunha-se "responder à função", equilibrar a ("excessiva"!?) horizontalidade resultante da união das "células" e identificar a "individualidade" de cada uma das parcelas (para o que poderia assumir diferentes desenhos, formas, cores e materiais...)
A Casa de Luanda (ODP) foi estudada para responder às necessidades (muito elementares...) de dez habitantes em diferentes possíveis combinações de associação por idades, sexo, estado civil, etc.
A Casa de Luanda (ODP) foi estudada para construir cidade. Questiona a dimensão do "lote" proposto e repropõe um (hipotético) perfil de arruamento transversal...
A proposta pretende-se mais rigorosa (mente chata) que uma "fantasia urbana" de... Hilberseimer... cruzada com uma pontinha do calor (africano...) de "imagens" como as da "arquitectura da decência" do "Rural Studio"...
Toldos, esteiras, folhas de palma e palmeira (nem renders nem hits) sombreariam os "pátios" e a "rua da casa"...
A água (parada) nos "bidons" de chapa serviria para lavar os passeio e regar as hortas domésticas (privadas ou colectivas - por "supressão" dos muros dos "fundos"...) dos "quintais"...
Até as galinhas iam gostar...

Adenda: A posta foi escrita antes de ter passado pelos 599... (mais um - do ODP - e seriam 600...)
Deus me livre de contribuir, de ter contribuído, para cansar as barrigas da pernas de tão distinto e proeminente júri...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É profundamente irritante a ideia de uns quantos arquitectos mais ou menos bem instalados nas capitais do conforto europeu a ditar bitaites acerca de como pode ser melhorada a vida dos africanos. Tresanda a fogo de artificio neocolonialista.
Para que não haja dúvida acerca do que motiva a minha irritação salvaguardo desde já que não me refiro à qualidade do(s) projecto(s)apresentados. São tão meritórios como a casa para um casal da classe média desenhada pelo Souto Moura. São apenas pretexto para a visibilidade mediática e uma janela para angariação de trabalho que tanto escasseia.
Valem o que valem.
João Fragoso

4:47 da tarde  
Blogger AM said...

é profundamente irritante a "lateralização" do "debate" (parecem a selecção das "quinas"...)
mas porque raio é que os europeus "bem na vida" (e aqui cada um que fale por si...) não podem "ajudar a melhorar" a vida de quem quer que seja!?...
não tenha a mínima pachorra para complexos neo-coloniais
isso é bom para "artistas" "tipo" Ângela Ferreira e outros que "tais" (sim - de TAL)
qual é a diferença entre um português projectar para africa, uma iraniana para Londres, um californiano do Canadá ("onde a polícia anda montada"...) para o país basco ou um holandês da indochina para o Porto ou outro lugar - genêrico... - qualquer...
isso é uma conversa que não me interessa nem ao menino Jesus
a "comparação" com a "casa da crise" do Souto Moura é que eu levo mais (a peito) a mal mas já postei sobre isso (é buscar pelo blogue...) mais que o suficiente para voltar a perder tempo com parolices de quem vive na lua e não revela respeito pelos demais (pobres, demasiado pobres, humanos)
este meu "post" não tem nada a ver com "janelas de oportunidades" e... "visibilidades"
emprego, felizmente, tenho
e trabalho (por agora) é o que não falta
esta proposta quer-se como uma forma de debate em forma de "projecto"... "alternativo"
desde logo, desde já, ao projecto (esse sim) do Paulo Moreira
depois, como forma de "confronto" com todos os outros 30 seleccionados que (ainda) não conheço
julgo mais honesto da minha parte propor a minha "versão" antes de conhecer as demais
uma questão de "igualdade de oportunidades", digamos...
isto é apenas "arquitectura de papel", "arquitectura de bytes", neste caso
mas como todos sabemos pode haver tanta ou mais arquitectura numa porcaria de um papel esboçado às tantas da madrugada que em deca-litros de betão (entornado)
vale o que vale, certamente, e não estou sequer a querer dizer que valha muito
o que eu gostaria de ouvir da sua, ou de qualquer outra, "parte", é precisamente, a "qualificação", a "quantificação", desse valer (valor)
foi para isso, aliás, que postei

6:26 da tarde  
Blogger alma said...

AM,
1.Todas as conversas interessam ao menino Jesus :)
2. A sua proposta colabora com a consciência do lugar...

devia ter ido à luta :)
sem complexos de pesar nas pernas de betão do júri :)))

7:46 da tarde  
Blogger AM said...

não fui à luta, estou na luta! :)
cada um luta com as armas que tem e o AM o que mais tem, é o ODP :)
a blogosfera é uma arma! :)

estou que não posso para ir espreitar os trinta :)

8:39 da tarde  

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