sábado, setembro 30, 2006

Vindima

Uma voltinha até Beja, para assistir à "sessão de projectos" Casas no Alto e no Baixo Alentejo, na Casa da Cultura (da juventude...) organizada pelo Núcleo do Baixo Alentejo e integrada nas comemorações do Dia Mundial da Arquitectura. Cheguei atrasado, mas, como esperava, ainda não tinha começado. Aproveitei para comprar o catalogo (1€), e ler o texto de "introdução" ao tema da sessão, intitulado "A encomenda de habitação privada no Alentejo", da autoria do Arq. Luis O'Neill, que começa com a famosa história do encontro entre Rommel e Malaparte... ... ...
Quase 5 horas, quase 2 horas de atraso, e nada. "Problemas técnicos" com as modernices das tecnologias. Slides já não se usam... improvisar... desenhos à mão livre... nem pensar. Vim-me "imbora". Nada aborrecido, diga-se de passagem. Troquei o velório comemorativo, por uma imperial vivinha da silva, na primeira cervejaria que (re-)encontrei... Fui passear para a cidade, para as avenidas arborizadas que não tenho na minha terra. Espreitei algumas obras... a piscina, o "Liceu"... dei umas voltinhas... Castelo e tal, antes do regresso.
Voltei pela Vidigueira... cachos de uvas, cachos de velhos... à espera da vindima.
"Acabei" à porta do Solar de "Água de Peixes"...
... acho que este ano já não comemoro mais nada.

A Possibilidade de Todas as Coisas

... e também gosto muito deste... Calculo que seja a (exposição) que vai suceder à escorregadia exposição, da "exposição do sabonete" avec de... haja pudor!
"... uma associação versátil, concisa e irónica entre materiais, imagens e significados" nas palavras (nada irónicas...) do programador de artes plásticas da Culturgest Miguel Wandschneider.
A exposição das obras seleccionadas (best of 89-94) de "um dos períodos mais determinantes da sua carreira", inclui Flying Saucer de 1991, um vínil do Ready Made dos Pop Dell' Arte "com a tampa de um tacho em cima" assente no "tripé de um câmara fotográfica", Swinging Electric Chair de 1993, "em que se evoca o legado de nomes como Bruce Nauman e Dan Flavin"... e a "reconstrução" da instalação Run For Your Life, "uma série de riscas paralelas (...) traça(das) no chão" contra (ao encontro) de um "rodapé em espelho", rumo ao infinito... como diria o(a) outro(a).

Linhas paralelas rumo ao Tacho... é o que eu acho, mas pode ser que seja só "uma associação versátil, concisa e irónica entre materiais, imagens e significados"...

"E fazia isso de uma forma muito pensada, claro (claro), mas também muito naif (snif), que tinha a ver com o mundo e o ambiente do rock".

Hang the D.J. Han the D.J., Hang the D.J.
Becase the music that they constantly play
IT SAY NOTHING TO ME ABOUT MY LIFE

PANIC, The Smiths

Fia-te na programação dos programadores e no valor das obras dos amigos ("cinco das 40 obras da exposição vêm, de resto, da colecção" de Pedro Cabrita Reis...) e não corras...
Pela tua vida.

(Citações diversas do artigo "João Paulo Feliciano, Os primeiros anos do resto da vida dele", de Vanessa Rato, Público, 29 de Setembro)
Mas isso são outras cantigas, rapariga...
Não se arranjou nenhuma "associação versátil" à "Juventude Sónica"?
De "resto" e se está em exposição no "museu" da Caixa
"é porque é"... arte...
... ou será só uma das possibilidades...

A Potência e a Horizontalidade















Fotografia de Rodrigo Peixoto

Link

Rodrigo Peixoto na Colecção da Fundação PLMJ

O Estado do Mundo















Fotografias de Rodrigo Peixoto

Link

Epígrafe







Link Posta, Link Blog, Linke você também!

sexta-feira, setembro 29, 2006

1970

O (novo) disco de JP Simões
"São coisas simples que querem ser belas" (... em entrevista ao Y do Público)
Diz-vos qualquer coisa?

NEXT

PRACE, SIADAP, CRSCR, CAA-PIN (PAN, PUM!), NUTS...

Posta Feita em Picado

Por falar em "planos picados", e a despropósito de uma outra pergunta (que querem... fico a "matutar" nestas coisas...), recordei a filmagem do "diálogo à janela", literalmente "sobre" o Ground Zero, no fantástico (mas a quem interessa a subjectiva adjectivação...) "25th Hour" do Spike Lee. Está bem assim, Bloom? :)

Watergate

Passar toda a duração do filme "Os homens do presidente" à "cata" (como um macaco) dos "frames" com o prédio (escândalo) do Watergate, do, do... vocês sabem... E ter direito em (bonus) "sortido"... àquele plano (feito) em "picado" sobre o silo de estacionamento automóvel... húmido! Tórrido!
Actores (e actrizes, "quotas" oblige), cenografia, sonoplastia? Realizador?
Deformação profissional... Arquitectura. Qual é a diferença?

... de muito repetir

"O Tróia Resort prevê um investimento de 350 milhões de euros e a criação de novos postos de trabalho. O investimento em infra-estruturas rodoviárias e abastecimento de água está estimado entre 50 e 70 milhões de euros e será assegurado pela Câmara Municipal de Grândola."

IRG comercializa Tróia Resort em exclusivo, R.P.I., Imobiliário, Público, 29 de Setembro

Curioso... "milhões" só os dos "investimentos". Quanto ao número dos "novos postos de trabalho"... nada. Zero em informação. Mais curioso ainda, os "50 a 70 milhões" em... "comparticipações públicas"! E vão duas... Algum desmentido? Ou, de muito repetir...

quinta-feira, setembro 28, 2006

Árbitros do Trabalho

E depois do "trio de ataque", um outro "trio" (de tios...) para arbitrar... o trabalho! Vão p'ro trabalho!

Uma Questão de Saúde

Também ouvi essa notícia e fiquei a pensar em coisas semelhantes... mas às vezes já não acredito naquilo que ouço... é uma questão de saúde... da minha saúde… mental!

Csönd

Demasiadas semelhanças, para simples coincidência, entre a música do anúncio televisivo com que Sociedade Portuguesa de Cardiologia (e a Danone) comemoram o Dia Mundial do Coração, e a música "Csönd" que se pode ouvir no Rege dos Ghyme.
Comprei-o (ao Rege) no final do concerto, à boca do palco e da mão dos próprios... já lá vão uns anos...
O "trio" (de ataque) das favoritas, é composto pelas "Tánc a hóban" e "Bazsarózsa" coreografadas (soube depois) pela Pina Bausch, e pela "Ej de igen nagy kár", com letra do poeta Weöres Sándor, que muito gostaria de ler...
E é com postas como esta que se renova (novo recorde...) o número das visitas... "missão de responsabilidade social"? O outro é que tinha razão!

Nabos

Concurso de Nabos, em Gondomar...
Qual é a dúvida?

Ignatus

Arbeit Macht Frei













"O trabalho liberta"?
Leituras por leituras, prefiro ”O elogio da preguiça”…

Novilíngua

quarta-feira, setembro 27, 2006

Privatística...

... ou a tratadística da privatização.
Para eufemismos, antes a fra(n)queza do Franquelim...

Franquelim, o Quebra-Estados

A verdadeira justiça social e o maior desenvolvimento económico passam por quebrar a actual estrutura do Estado.

Franquelim Alves, Gestor, Dia D Público, 22 de Setembro

Nem Despropósito!

terça-feira, setembro 26, 2006

arq./a Nº 39

Uma posta em “atraso” sobre o Nº 39 da Revista “arq./a”. Não é aquisição frequente por estas bandas, é mesmo muito rara, mas desta vez, neste número, e com o destaque da entrevista aos ARX, fiz por me convencer do “investimento”. A entrevista, que não desilude, é complementada com a divulgação das obras da Biblioteca Municipal de Ílhavo em Aveiro e do Centro Regional de Sangue do Porto, expostas com o mínimo de informação suficiente à compreensão das mesmas.
Mais crítico seria da escolha dos “cromos” que acompanham em "ilustração", a paginação da reportagem… algumas das imagens não se percebe o que é que lá estão a fazer… mas não é grave, até porque a qualidade da produção do atelier, a muito mais do que isto, já provou resistir.
A publicação da Biblioteca Municipal de Tavira do J.L. Carrilho da Graça, segue o mesmo critério, mas os “sensíveis” (leia-se “maricas”) enquadramentos “apertados” (cortados à faca) das fotografias de Maria Timóteo, tornam (intencionalmente) difícil a compreensão da obra, principalmente na relação com o contexto urbano mais imediato... mas é assim que se constroem carreiras de sucesso...
(É impressão minha ou as obras do JLCG, vão perdendo muito do seu interesse à medida da passagem do tempo? Aquelas dos “oitenta”, anteriores ao “marco” da Escola de Benfica… vocês sabem…)
Igualmente de autores portugueses, a casa em Carreço, Viana do Castelo de Nuno Grande+Pedro Gadanho, anteriormente mencionada em “odesproposito” na posta sobre as escadas emparelhadas. A casa organiza-se de modo algo esquemático em “tiras” de espaços “servidores” (circulações horizontais e verticais) e espaços “servidos” (salas, quartos, terraço… mas também cozinha e garagem?), aproveitando o desnível de cotas entre o acesso e “os fundos” do lote, para um “espectacular” jardim suspenso em consola (tipo “Babilónia” XXI?) suportado pelo sistema construtivo de “paredes-vigas” em betão. A casa (o betão) é revestida (apenas) no exterior, a “cappotto”, numa decisão (os autores falam em “inversão”) que considero “enfraquecer” as potencialidades “conceptuais” do objecto e a pretendida “minimização” dos “impactos paisagísticos”. Mas com o “acabamento” em betão branco aparente, já não havia “jovens” paredes cor-de-laranja para ninguém, e lá se ia o interesse dos fotógrafos e das revistas…
O "deambulatório" (pelas casas de banho...) do piso superior, no acesso ao corredor dos quartos é de uma grande "fragilidade", funcional e... tipológica. A decisão de iluminar (e ventilar) uma das ditas casa de banho (e de manter a outra "às escuras"...) com um "óculo" em posição assimétrica (ai o adiantado da hora...) revela apenas de uma enorme "facilidade" de desenho, daquilo a que um colega da (e na) FAUTL, um dia chamou de "patologias do desenho"!
Enfim, são algumas observações avulsas...
Entre os estrangeiros… o Museu Mercedes-Benz em Estugarda do UN Studio, uma das poucas obras do actual Star-System proporcionalmente merecedora da atenção que lhe é devotada (mas é só uma opinião entre outras…); o Centro Recreativo do Campus Universitário de Cincinnati em Ohio de Thom Mayne (Morphosis), um “quase antiquado” projecto de enorme complexidade e difícil leitura face à insuficiência do material disponibilizado, que me fez recuar (nas memórias) até um “certo” James Stirling…; e a “Springtecture B” em Shiga, Japão, de Shuhei Endo, cuja apreciação, surge condicionada pela constatação da “repetição da fórmula de sucesso”, conforme anteriormente ensaiada na premiada “Springtime in the Park” dos lavatórios públicos de Hyogo.
Nada que não justifique os 9 Euros, mas podia ser melhor…

O Público da Greve *

"Há ainda pessoas para quem a greve é um escândalo: quer dizer, não apenas um erro, uma desordem ou um delito, mas um crime moral, uma acção intolerável, que a seus olhos perturba a Natureza."

* Mitologias, Roland Barthes

segunda-feira, setembro 25, 2006

Talking Heads on Letterman

Talking Heads on Letterman, em 1983...
Pt. 1 Entrevista com David Byrne, e a "revelação" de uma edição limitada do Speaking In Tongues com embalagem (em plástico?) transparente... sabias disto PCS?
Pt. 2 I Zimbra (live on stage), numa ainda outra versão diferente daquela que se pode ouvir no The Name Of This Band Is Talking Heads.
"Oldie but Goodie", lia-se algures...

MIC...

... tório

CRSCR

Leituras

Postas com comentários em jeito de recomendação de leitura:

Os códigos éticos (em Portugal?) e "o preço do amor ao metro quadrado", (ambos) no Formiga. Um "pugrama" Prá-Frentex! no Dolo Eventual. Big Bill e a continuação das reacções da paroquia lusitana ao "affair" Ratz, no Corta-Fitas.

domingo, setembro 24, 2006

As Torres

Nem de propósito... a leitura do "Destaque Expresso" nas páginas centrais do 1.º caderno do Expresso de ontem, sobre o tema da construção (de "torres") em altura.
Eu, e sem ambiguidades, "voto" contra o "upgrade" da "elevação". Pode ser "mais barato construir uma torre do que um empreendimento com prédios baixos" como afirma o Arq. Souto de Moura na entrevista, mas a economia não é (não deveria ser...) o principal critério na análise das "vantagens comparativas" entre diferentes... alturas. Vejam-se por outro lado os critérios da segurança ou do custo de manutenção, conforme avançados pelo mesmo autor: "Os bombeiros não têm capacidade de ataque ao fogo num prédio de 60 metros. Por isso, os edifícios têm de ser autónomos. Mas como são dispendiosos, feitas as contas pode não compensar. Mantê-los é caro."
Eu sei que sou antiquado, mas, e até prova em contrario, o valor da (segurança) da vida humana ou o valor da "sustentabilidade" das nossas construções parecem-me ser critérios... assim a dar para o... "prioritário", mesmo quando comparados com a "prioridade" para Lisboa, de poder ostentar uma torre-assinatura do arquitecto Norman Foster no aterro da Boavista, a "arruinar" as vistas dos miradouros "naturais" da cidade...
Sem entrar por outro tipo de analise, mais politica ou ideológica, a necessidade da construção em altura poderá "justificar-se" (ou "admitir-se", como um mal menor ou necessário), em determinadas cidades, como a melhor resposta a necessidades "diversas", entre as quais não afasto sequer a da procura do lucro pelos especuladores, perdão, pelos investidores... Não será, não deverá ser, o caso das cidades portuguesas, que sobreviveram até hoje à falta de torres, e que, só assim (na sua "ausência") e no meu entender, continuarão a "sobreviver"... à feroz "competição".
O resto são vaidades (dos promotores e dos "autores"), provincianismos (diversos) e invejas (muitas).
Lisboa não sejas francesa, ou "amaricana" ou "Hong-Kong- e-ana" (?) ou outra cidade (com torres) qualquer...
Voltando aos pesos-pesados das finanças (do "pilim"), não é sequer verdade, que a construção em altura permita maior "densidade", pelo que o (apelativo) argumento de defesa da "cidade", da "riqueza" da vida em comum na cidade, também não "cola".
Edificar torres, para "libertar espaço público à superfície (e) com esse espaço disponível (...) construir mais fruições", ("construir fruições"?), nas palavras da "vereadora do Urbanismo da CML" Gabriela Seara, não passa de (do pior) Le Corbusier (o "urbanista") requentado em mais de 70 anos...
O "sonho" do arquitecto Sua Kay, de "construir um edifício de 40 pisos numa planície alentejana" ("ia parecer que estávamos a flutuar num balão"), não comento... os sonhos não se comentam... interpretam-se... mas para o Sua "flutuar" no Alentejo, existem melhores alternativas... entre as quais, imagine-se, passeios de "balão"... "even better than the real thing"?
Não é portanto à "bimbo", e como ironiza o Souto, porque "as pessoas meteram na cabeça que o alto é mau, e o baixo é bonito". Eu até sou, e "contra-corrente", um fervoroso adepto da construção em altura nos (e por exemplo) empreendimentos turísticos, e teria preferido a manutenção das implodidas torres de Tróia, à multiplicação das "vivendocas" (MGD) a alastrar em "mancha-de- óleo", como as da "vizinha" Soltróia para onde projectou o Arq. José Egas Vieira ou como as do empreendimento do Bom Sucesso para onde projectou o Arq. Souto de Moura...
(E sobre as torres propostas para a margueira, pelo MGD+EJV, vou ser claro. Eu defendo as virtudes do projecto com a mesma intensidade, e sem qualquer contradição, com que desejo que nunca venham a ser construídas...)
"O comandante do RSB (Regimento de Sapadores de Bombeiros) é que não vai em conversas."
Os meninos querem (todos) ser bombeiros, antes de crescerem e quererem (todos) ser arquitectos, mas quando já são arquitectos, deixam de brincar aos bombeiros (os incendiários) para passar a brincar (que vergonha!) com os bombeiros...
E viver nas alturas... é para as cegonhas!
Tenho dito.

Arquitectura Maricas

Acabei de (re)ler o excelente texto do JG no Portugal dos Pequeninos, intitulado "A Escrita Maricas".
Agora imaginem só que havia por aí alguém com o talento necessário para escrever algo de semelhante sobre os "discursos" da "arquitectura maricas"...
Caía (Ah, já caiu?) o Carmo e a Trindade!
Alguém para escrever sobre a sensibilidade dos sensíveis poetas da ca(u)sa, que derivam projectos como quem deriva derivadas, das suas poéticas e filosóficas leituras... nada contra a ditas leituras, entenda-se, nem contra a sensibilidade à flor da pele, apenas muito pouca paciência para os candidatos ao (grande) prémio da caução cultural do mérito alheio... à obra própria.
Pouca paciência para a sensibilidade telúrica e "atmosférica" do Zumthor, ou (deixa lá ver...) para as sensibilidades do Falcão de Campos ou do Carrilho da Graça... e isto claro, sem esquecer a procura do mar da Figueira da Foz na paisagem (da arquitectura) alentejana do muito respeitável Vítor Figueiredo.
O "assunto" é melindroso, e duvido que me esteja a fazer entender, mas sobre arquitectura, prefiro os discursos "técnicos" (puros e duros) do Siza ou do Souto, que, para além de toda a cultura que os informa, preferem falar em rodapés, em metros quadrados de construção ou em regulamentos de segurança contra incêndios... ou (e sempre) o discurso eminentemente disciplinar,"sobre" arquitectura, e não "à volta" da arquitectura... do Venturi.

Posta Polissémica

"Eu quis dizer o que lá diz, literalmente e em todos os sentidos"

"Rimbaud a sua mãe", citado por Roland Barthes em Crítica e Verdade

Teoria dos Números

1 contra 5, injustiça
1 contra 10, operativo
1 contra 15, disfuncional

Civilization *

Somewhere between the darkness and light

* Grown Backwards, David Byrne

Armas de Destruição Maciça

O relatório da ONU refere que os corpos dos detidos exibem com frequência sinais de espancamentos, utilização de cabos eléctricos, feridas na cabeça e órgãos genitais, pernas e mãos partidas, queimaduras com fios eléctricos e com pontas de cigarros.
Os corpos encontrados na morgue de Bagdad "também denotam frequentes sinais de grave tortura, incluindo ferimentos provocados por ácido e queimaduras causadas por substâncias químicas". O documento da NU revela ainda que muitos corpos não possuem pele, surgem com diversos ossos partidos, ou desmembrados, sem olhos, ou sem dentes, enquanto os ferimentos parecem ser provocados por poderosas brocas ou pregos.

Tortura no Iraque "pior que nos tempos de Saddam Hussein", Pedro Caldeira Rodrigues, Público, 22 de Setembro

sexta-feira, setembro 22, 2006

Divinas

Venturi / H&dM

Posta em reposição. Para o caso de alguem estar interessado em escrever sobre arquitectura e não sobre as pessoas que escrevem sobre arquitectura...

Génios

Fraco, fraco... estão pouco inspirados...
Quanto ao comentário do corto das 03:02:27 PM, sugiro-te que releias o que escrevi em resposta a um comentário semelhante do mr. mojo, aqui ou aqui.
(Estou à espera até hoje...)
Vou repetir, para ver se me "explico" de uma vez por todas:
"O pouco valor das minhas obras em nada afecta ou condiciona a justiça ou injustiça do meu juízo crítico.
É a critica, e não o (trabalho do) critico, o que está em causa."
Reconheço, sem qualquer "drama", que não sou um "génio". Acho que nem gostava de o ser... deve ser um "fardo" muito pesado de carregar... mas tu, pelas tuas "experiências", me dirás melhor, como é...
"Não são génios o que necessitamos hoje"... para citar o Coderch!
(E sobre a importância do "contexto", politico, etc, na "formação" do tal dito "génio", outras coisas haveria para escrever...)
Sobre o meu local de trabalho... não me digas que ainda não adivinhaste? Não percebo lá muito bem a tua curiosidade, ou mais uma vez o que é que isso interessa para o "valor" das opiniões que emito aqui pelos blogs, mas se estás muito interessado em saber, partilha um mail que eu digo-te... não é nenhum segredo. Só não o "exponho" (em "perfil"), e passe a redundância, "explicitamente", porque isso em pouco ou nada interessa para o que escrevo e porque nunca se sabe os tarados que por aí andam. (Já basta o nome e a profissão...)
O comentário do Adolfo das 03:32:24 PM, enferma dos mesmos males. "Desconfiar do que é diferente"? E qual é a "diferença"? Por outro lado, e em termos de, digamos, "lógica argumentativa", poderia sempre afirmar, que és tu que "desconfias" da "diferença" dos meus (e dos do VLB, mas por mim falo) pontos de vista. O "argumento", que não o chega a ser, é "reversível", e por essa razão, "vazio".
Pela minha parte, nem besta nem bestial, gosto de pensar pela minha cabeça, e é tudo!
Quem tem razão é o gama...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Gordon

Não sei se alguém me poderá ajudar com esta... mas quem é que escolhe aqueles nomes com que baptizam os furacões? Alguma "autoridade" internacional? Um bando de meteorologistas fechados numa sala cinzenta de um país cinzento, sentados a uma mesa redonda (com "design" cinzento) e com as mãos debaixo do tampo de formica, a atirar palpites, e "perdigotos"... até ao fumo branco... final.
Katrina? Oh, sim, sim...
Normalmente, escolhem nomes femininos (bem "Katrina"...), dir-se-ia (se para além de ordinário, não fosse vagamente misógino), "que" graças à "morfologia" deste fenómeno da natureza (com um "buraco" ao meio...) mas desta vez (os tarados) saíram-se com o Gordon (as in Flash?), esse grande "furacão", que quando cá chegou (à Europa), já vinha "transformado" em "tempestade tropical". Pois!
Qualquer dia ainda se vêem (a braços) com um Tánia Vanessa, nas mãos, e depois é que eu quero ver como é que os "Media-catástrofe" se vão amanhar para transmitir as notícias.

Super Gira

Está "super-gira". Fez-me recordar o que o Siza disse na última entrevista ao JA, sobre o "medo" que os holandeses tinham em ser considerados provincianos por não terem torres... E os suíços vão nisso?

Outono (coisas que estão a mudar com a chegada do)

... o logótipo do novo semanário, o tamanho da pilosidade facial do Dr. Lobo Xavier, o grafismo da "barra" com o nome das músicas e dos músicos no VH1...
A primeira "mudança", já fez correr muita (demasiada...) tinta.
A segunda, terá sido o único facto político relevante que o CDS produziu, vou ser simpático, para aí no último ano, pelo que não compreendo a pouca atenção que têm merecido na impressa ou na blogosfera dita de referência. Congresso à vista?
A terceira (foi de vez), e sem querer desfazer (desdizer) a importância dada às barbas, é, e de longe, a mudança mais importante das três para a qualidade de vida do nosso dia-a-dia.
Com a mudança perdemos aquele bonito grafismo das cores (com sotaque) "verde, branco e amarelo" inspirado (?) no Art Work do clássico Pet Sounds dos The Beach Boys, que imaginem, e olha a coincidência, também faz 40 anos... (ele há coincidências do...); para, e em troca, ficarmos a ganhar (eu acho que ficámos a perder, mas enfim...), um design "branco" e "transparente", com mais um quadrados (imaginem... brancos), totalmente desconfortáveis, à ante-visão dos dias frios que aí vêem. Mas no que é que esta gente estaria a pensar... no sol d'outono...? Ora mudem lá isso fazfavor, para as cores da estação... para os bermelhos e os amarelos e os castanhos (castanhas, hum, hum...) quentes, O.K.? Cubos de gelo? Para pés frios já temos que chegue!

The Great

Primeiro resultado da pesquisa no google para "the great"...
Quem é que (me) explica, uma coisa destas, estranha, entre as coisas estranhas.
Quem é o especialista...
Great, "greite"... que língua mais foleira.

Fuck Them!

Ah, pois é, mas desconfio que mesmo a maioria dos poucos que realmente leram o(s) livro(s), e não apenas umas citações avulsas em jeito de "introdução" ao Po-Mo ou ao Decon, terão percebido muito pouco daquilo que por lá se diz...
Mas que se lixem! (Fuck them!)
Viva o Venturi!

Comentário à posta "40 years of Complexity and Contradiction" do dia 20 de setembro, no postHABITAT (sem permanente no Link), e logo recuperado (à maneira do O'Neill, o Alexandre, The Great) como mais uma posta para "odesproposito".

quarta-feira, setembro 20, 2006

(Sol # 3) Janela Indiscreta

Em que momentos se sente mais feliz?
Longe das janelas, altas e indiscretas.
Que lugar/cargo/função gostaria de ocupar?
O meu lado da cama.
Já roubou? O quê?
O trivial: discos, livros, corações…
Em que é viciado?
Em hábitos.
Quando foi a última vez que rezou?
Antes da primeira comunhão.
Toma comprimidos para dormir?
Não. Tomo raramente coisas para não dormir.
Compra jornais diários? E revistas?
Nem sempre. Um Jogo aqui e ali, um Mojo…
Tem casa de fim-de-semana?
Tenho passado muitos fins-de-semana fora de casa. Até demais.
Há pessoas insubornáveis ou todos temos um preço?
Acho que “vareia”.
Alguma vez foi assediado por uma pessoa do mesmo sexo? Como reagiu?
É como o champagne: “Il y en a d’autre?”
Pede autógrafos? Qual é o mais precioso da sua colecção?
Nunca, jamais, em tempo algum.
Já viu a morte à frente?
Prefiro ficar de baixo. Ela sabe.
Prefria que o FC Porto ganhasse a Liga dos Campeões ou que Portugal fosse campeão do mundo?
Já está. Duas vezes. E mais uma Super Taça Europeia e uma Taça Intercontinental, dita do Mundo. Onde vivem vocês, afinal?
Que local do mundo escolheria para viver?
Somos muitas vezes chamados, por vezes escolhidos. Nunca encolhidos ou encalhados.
De passeio pela praia, dá de caras com um músico conhecido a fazer nudismo. Volta para trás ou vai cumprimentá-lo?
“sei quem ele é…”

Ota?
Passo

TGV?
Aposto

Legalização da marijuana?
É ilegal? Onde?

Eutanásia?
Também na Ásia…

Casamento entre homossexuais?
Desde que não seja o padrinho!

Legalização do aborto?
São ilegais? Expulsem-nos já!

Clonagem de seres humanos?
Folheando as revistas…

Rui Reininho… Adivinharam.

(Sol # 2) Ligações Perigosas

E por falar em "o que é que o Estado pode fazer por mim", estive a ler a crónica do Paulo Portas no mesmo semanário.
Fiquei com uma dúvida... de "estilo". Uma crónica que começa com a embaraçosa descrição sem discrição, das vergonhas do "insuficiente" coito real de Luís XVI com Maria Antonieta, deveria acabar com a frase "mostrá-la tal qual era ainda é um escândalo do caraças", ou com a frase "mostrá-la tal qual era ainda é um escândalo do caralho"?

(Sol # 1) Liberal Precisa-se

"Tomar o Estado como um incentivador e um parceiro capaz de ajudar na formação da empresa e na sua consolidação no mercado. Há que largar a visão pessimista do Estado e informar-se sobre o que ele pode fazer pelos jovens empreendedores."

E não te preocupes "jovem emprendedor"... que quando já não precisares do "Estado" a "ajudar na formação da (tua) empresa e na sua consolidação no mercado" (amém), logo recuperas a "visão pessimista do Estado". (Abre o olho, pá!)
Não perguntes o que Estado...

Sol, "Conselho a seguir"?

Hermínio

- O Hermínio já falou contigo?
- Não, falou contigo!

Amanhã, no "Estado-do-canal".

Sebastião!

(...)
Eu pela minha parte, e em complemento desta outra posta minimal, sempre acrescento uma preocupação (mais uma) com a "valorização" destes produtos "passadistas", como se não houvesse mais nada, mais recente, e de melhor qualidade, com que o pessoal se pudesse "okupar" e gastar a (pouca) "cheta".
Felizmente existe! Num pequeno e "distorcido" mercado como o nosso, os efeitos perversos destas edições (e do “culto” a elas associado) poderá ser devastador...
"O bater de asas..."
Sempre me fez muita impressão os ranchos folclóricos por tudo e por nada que tinha que gramar na televisão quando era "pequenito"... mas isso foi à muito, muito tempo, era eu uma criança (J.C) e A.C. (antes do cavaco).
Sempre a regurgitação do passado... das "mesmas" memórias... Meus amigos, assim nunca mais lá vamos… nunca mais ultrapassamos a Grécia! "Eu ainda sou do tempo" do genial António Variações (em vivo, e não na versão Humanos), em que se respirava o desejo de “projectar” Portugal, a cultura portuguesa, no futuro.
E “adonde” é que isto já vai…
Sebastião!

terça-feira, setembro 19, 2006

Escadas "emparelhadas"!

Não se trata de nenhum fetiche (juro), mas a verdade é que se trata de outra (de mais uma) posta sobre escadas. Desta vez sobre as escadas "emparelhadas", entre (duas) paredes, como as que se podem encontrar na moradia de Miguel Beleza e José Martinez em Azeitão ou na moradia de Nuno Grande e Pedro Gadanho em Carreço, Viana do Castelo.
Vieram-me estas à ideia (à re-vista), mas estou capaz de apostar que há mais de onde estas vieram... como as baratas. (Mau, mas então o animal mascote da posta, não é o burro, com as "palas" nos olhos...)
Não sei quem, nem como, nem onde, começou a moda, mas (cá está - a esquerda), tamanha é a "obediência", e até parece que saiu uma nova "lei da escadas" para trepar ao estrelato do "sistema das estrelas" no céu dos arquitectos.
E o fenómeno não se fica pelas moradias unifamiliares. É "transversal"... que "frisson"! E não olha ao dente na hora de escolher as tipologias. Da vulcânica Casa das Mudas do Paulo David na "pérola do atlântico", ao vítreo "ice cube" (baby) do Kunsthaus Bregenz em Zurique (do vosso favorito Peter Zumthor), ninguém escapa! Que falta de respeito!
É claro que o "problema" (fossem todos...), tal e qual como na discussão sobre as "caixas", não está no modelo escolhido. Existem "escadas emparelhadas", pelas quais me pelo (em pelota... galega!), e de entre o "grupo" recordo (em "Ecstasy") a escada do Centro Galego de Arte Contemporâneo em Santiago de Compostela do Siza Viera... que maravilha com aquela "janela-clarabóia" no "plano oblíquo" (da cobertura) a ecoar a parede "inclinada" do átrio triangular com pé-direito duplo, e a resolver (com economia de meios e riqueza de sentidos) uma (e cito) "dupla função" (e necessidade) de iluminação... à melhor maneira dos ensinamentos do Robert Venturi no Complexity and Contradiction (o verdadeiro).
O "problema", como sempre, é o propósito (ou o despropósito) com que vamos "recorrendo" às memórias que nos habitam, o problema, é a inspiração e a transpiração, o problema é o talento. Raios!
Para terminar e para antecipar a "violência" das eventuais (e desejadas) criticas na caixa dos comentários, ressalvo que a posta não têm por objectivo a crítica, em concreto, às duas moradias "supra identificadas"... sobre isso, ou para isso, outras coisas haveria a escrever... da "inserção" "numa corrente suíca de forte expressão tectónica", conforme expressa no texto crítico de José Nuno Beirão, publicado na Revista Arquitectura e Vida (N.º 74), (a "expressão tectónica" de "corrente portuguesa" não lhes interessa...?) da primeira casa; à opção pelo betão descofrado no interior e o revestimento a "cappotto" (Kaput!) no exterior da segunda, etc, etc, etc.
A posta é mesmo sobre esta "vergonha" (este medo, "fear") das escadas, sobre esta "trend" para as reduzir a meros corredores de circulação vertical, e esconder atrás de paredes que não as deixam "respirar" e "participar" na vida dos espaços (de circulação ou estadia) com que poderiam "comunicar".
Falta-lhes, às escadas, e aos espaços das casas que "servem" (Kahn), maior (e cito) "promiscuidade" (MGD).
Tristes escadas "emparelhadas"?
Metam-se com elas!

"Experiência Revivalista"

Duarte & Companhia em DVD...
Culto... ou Luto?

Duas dos Gatos Fedorentos

segunda-feira, setembro 18, 2006

Textos do Inimigo

Quem cospe fogo também se apaga E a palavra disparada pra dentro da boca não quer dizer nada A forma é um mal da matéria, a forma é fome Há textos do inimigo por isso se camuflam e já não correm perigo

Falta (forma), Comum, 3 Tristes Tigres, Letra de Regina Guimarães e Ana Deus

Persa Culto

Mas do que eu gosto mesmo, é da abundante e acrítica repetição da expressão "Persa culto", como se... vocês já perceberam!
Pedido de desculpas?

Free Ratz...











A história (do discurso) de um intelectual académico vítima da moda ("fashion victim") apanhado (vírgulas a gosto) nas redes discursivas do inimigo, e constrangido à auto-censura pelos seus próprios devotos seguidores... O dogma da infalibilidade (eu sei) deve estar temporariamente desconectado da ligação ao pai... As hiper-ligações, seguem dentro de momentos.

Eco

Não tinha presente o(s) número(s) das vítimas. É assustador... quase tão assustadora quanto a displicência com que se olha (e não se vê), e com que se fala (e não se pensa) este território, de que a Baixa-Chiado é "apenas" o "coração".
(Esta postas são uma das melhores coisas que se estão a passar na blogosfera e não podem ficar sem "eco". Passem por lá.)

Permitam-me que à boleia do debate, sobre "O Plano da Baixa-Chiado", reponha (em Link) esta posta de 17 de Abril, onde também se fala sobre a Praça do Comercio... e sobre umas tais de Ilhas do Tejo... e... e outros d...

Tensão














"Traças originais" (vestidas com pele de lobo e uma "moca" pré-histórica), edifícios que "destoam", que estão fora do (bom) "tom"; edifícios que "chocam", como as galinhas, e os... patos... e os gansos... Tansos!
Ou há moralidade ou comem todos... ou será o prédio Coutinho, o único mamarracho/crime urbanístico (escolha a sua preferida) a necessitar de ser riscado (à bomba) do território rectangular? Quadrados (Aljubarrota), caretas! Hipócrita país de moralistas... em casa alheia, e de bodes expiatórios servidos aos autos-de-fé "arquitectonicamente correctos". Estetas? Fascistas!
Respeitem ao menos a provecta idade dos moradores!
Óleo a ferver, das varandas, como na idade média, e em defesa da propriedade...
É só uma ideia...

domingo, setembro 17, 2006

Work

Andy said a lot of things, I stored them all away in my head
Sometimes when I can't decide what I should do
I think what would Andy have said
He'd probably say you think too much
That's cause there's work that you don't want to do
It's work, the most important thing is work
Work, the most important thing is work

Work, Songs For Drella, Lou Reed & John Cale

Domingo Sem Deus Na Terra Da Solidão *

Todo o dia e sem parar, ele ouvia uma mesma voz que dizia: "foge para o mar! Aqui estão todos sós!" Quando a peste da solidão se abateu sobre o seu olhar, recusou e disse que não: que era o medo de amar. E fugiu, voltou para casa sem um pio, sem um som, engoliu a madrugada e durmiu, e sonhou, já o dia gritava: "Vem, vem! E gasta essa esperança, seu filho da mãe! Esquece essa coisa do mal e do bem! E gasta-te todo e a tudo o que tens!" E acordou, acordou sem cedo ou tarde: Murmurou, tropeçou, pela casa, pelo carro, e avançou pelo cais, já as águas chamavam: "vem, vem! E gasta essa esperança seu filho da mãe! Esquece essa coisa do mal e do bem! E gasta-te todo e a tudo o que tens!".

* Exílio, Quinteto Tati (Letra de J. P. Simões)

sábado, setembro 16, 2006

"A Irrisão do Sagrado"

Nos discursos que fez na Baviera, diz o comunicado do Vaticano, Bento XVI quis que aparecesse, "com toda a clareza, a advertência, dirigida à cultura ocidental, de que se evite "o desprezo de Deus e o cinismo que considera a irrisão do sagrado um direito da liberdade".

"Discurso não está a ser lido com atenção, diz o Vaticano", António Marujo, Público 16 de Setembro

Eu, que não estou nada interessado nas "advertências" destes senhores, só tenho a dizer que "a irrisão do sagrado" é um dos mais sagrados direitos do exercício da liberdade de cada um. Que não existe liberdade, sem o direito à "irrisão do sagrado", e que é esse direito (entre outros), que distingue a "cultura ocidental" Laica e Republicana, de "outras" culturas...

Algumas postas em reposição:

030206: As Vacas (e as Virgens) Sagradas
030206: Liberdade? Credo!
100206: Ilhas de Sanidade # 1
130206: Atkinson

Eventos Colaterais

"O que está em questão em "Habitar Portugal" é, de facto, a "qualidade" absoluta das obras, e não qualquer discurso sobre arquitectura. De qualquer forma, sem ser deliberado, o silêncio desta exposição permite perceber o melhor que a arquitectura portuguesa consegue contemporaneamente: uma tradição segura de projectos, sínteses belas, objectos qualificados. Ilações politicas, ou societais, ou culturais, não são claras; estarão seguramente implícitas nas arquitecturas."

"Para onde Vamos?", Jorge Figueira, Mil Folhas, Público, 15 de Setembro.

"Ilações politicas"... etc, "não são claras", para uma exposição que decorre sobre o tema de "Cidades, Arquitectura e Sociedade"...

O "silêncio" não é "deliberado"?

C on Cities

C Photo Magazine

"Heliopolis" ?

Venice U.S.A.












Não é dos melhores (do grande "Van The Man"), mas os pequeninos também têm direito à vida (em postas menores, claro está).
... graças à contagiante alegria de "Venice U.S.A.", vocês sabem bem a que d...
E a imagem, é reconfortante... como diria o outro.

Benny Dictus e os Mal K Dictus

- Deus, James(on) Deus.

(Oh, não, é outra posta em "gramática desconstrivista"...)

sexta-feira, setembro 15, 2006

Locus Solus (de locus e de solus, todos temos um pouco)

E por falar em arquitectos-artístas, ainda no Mil Folhas, e ainda a despropósito das minhas anteriores "indagações" na posta sobre o PCR... recomendo a leitura da hilariante reportagem e entrevista ao artísta-arquitecto Pedro Morais, que "expõe" nos jardins de Serralves!

"Locus Solus III" é uma "pintura tridimensional", explica Pedro Morais: "Está claro que tem volume, é uma arquitectura, mas custa-me chamar-lhe assim (eu tenho o mesmo problema com a minha "arquitectura", e com a "arquitectura" do NBC...); sirvo-me da arquitectura (já tinha percebido essa parte...) para criar uma situação pictórica".

Se já leram e não acharam hilariante, imaginem-na em versão Sketch "Gatos Fedorentos"... Ah, já estão a perceber... venham de lá essas gargalhadas... LOL
E diz que veste de branco, como na música de sucesso, "O homem vestido de branco", calças de linho, comprado pela mulher "nas feiras de artesanato" LOL
(Deve ser ao cigano...)

"... na minha consciência, a sociedade não têm que pagar o meu fazer e, portanto tive que trabalhar em arquitectura para sobreviver..."

Também tu... Locus

Podia ser muito pior... imaginem só que os arquitectos (15 mil no último recenseamento..) deixavam, "em consciência" de cobrar pela sua cobrição, e resolviam começar a empilhar e a emparelhar "artísticos" muros erguidos com tijolo de betão, nos jardins de Serralves...

... enfim, artístas!

Morte em Veneza (dado o adiantado da hora)

E outra atenção... eu gosto do Pancho "provocateur" (a Ana Vaz Milheiro “em Veneza” e no mesmo Mil Folhas, fala em “irreverência crónica”) mas sobre o ménage à trois (aos 81 anos… o devasso!), com a Comissária "Cláudia" Taborda (de farda, uh-ah) e o arquitecto-artísta Ricardo Jacinto, sempre prefiro o filme, ao livro, que não li…”for those who love action, maybe!” (Tom Waits)
E por em falar em música…, não percam a BSO, da nossa representação oficial: “Sopra na mangueira”, duração variável, ao vivo, in Veneza, 2006 (out).
(As postas vão ficando mais porcas, à maneira do trio maravilhas de Las Vegas e especialmente à maneira do ainda trio, mas apenas ex-maravilhas do Las Vagas, e à medida que "a hora - oblíqua - avança"…)

"Já em Pancho predomina o ser arquitecto - as suas "indagações" sempre foram de especulação disciplinar. A sua verve "artística" é a faceta da sua personalidade-arquitecto. (...) a (sua) obra (...) vibra melhor quando os limites da disciplina arquitectónica estão identificados, o que não acontece em Lisboscópio". AVM

A crítica é soft, mas certeira, e dentro do género (quotas) "estudos femininos", não podia estar melhor... :)

Cada Cavadela Minhoca!















Olha aí, man!
Cena Dread...
É o regresso da Trend,
Favela Chic (Plus)

("Cortesia" Mil Folhas, Público)

Atenção: esta não é (mais) uma posta ordinária!

Membro honorário. (OA)

E já não era sem tempo...
(Beneza?) "cidades, arquitectura e sociedade"?
Ele é que tinha dado uma boa escolha...
Reproduziam-se os "sanitários públicos com quiosque e paragem de transportes públicos para a cidade de Maputo" (estou apaixonado...) em tamanho (e à escala) natural, e não era preciso mais nada...
Um dos melhores arquitectos do planeta!

Papel de Parede















Patrick Caulfield 1936-2005
Interior with a Picture 1985-6

Os Créditos das Empresas Municipais

"Para além das autarquias, também as empresas municipais poderão estar a proceder a operações de antecipação de receitas, vendendo à banca os créditos dos próximos anos. Porém, ao contrário do que sucede com os municípios, as empresas municipais não estão sujeitas a restrições orçamentais e legais tão apertadas, não carecendo os contratos de visto prévio do Tribunal de Contas."

Primeiro parágrafo da notícia "Empresas municipais também estão a vender créditos à banca" de Jorge Marmelo publicada no Público de hoje, e para ler na integra.

Se Portugal, fosse um país, onde restasse um mínimo de "decência" ou de justiça, e porque não dizê-lo, de amor à coisa pública, à causa pública de todos nós como dizem os cartazes do PC, e esta pouca vergonha "despesista" das empresas municipais já tinha ido pelo cano... Mas como é muito o "ar-dos-tempos", cheio de externalizações e de parcerias público-privadas, até as autarquias comunistas as fazem... ou fizeram, que isto quando toca a dinheiro, e toca sempre, já se sabe como é que vai acabar, e os vencimentos dos gestores, mesmo se auto-nomeados, não só não são despiciendos, como são, em muito, superiores ao que seria, a existir, a "justa" remuneração.
Para a banca, que eles não são nada parvos claro, é o negocio da china... (depois queixam-se dos lucros...) Comprar por 60 ou 70 o que vale 100!!! É só um exemplo...
O ex-secretário de Estado da Administração Local Miguel Relvas, já veio a terreiro, pedir ao paizinho (ao Cavaco, pois então), a condenação "dos ataques do Governo do PS ao Poder Local".
O inefável Ruas (o "Fernando"), já ameaçou com um congresso extraordinário da não menos inefável ANMP, para contestar a nova Lei das Finanças Locais, "defendida" pelo actual "adjunto" da Administração Local, Eduardo Cabrita.
Assim até parece fácil gostar do governo da nação...

Filha Putice

Mais do que criticar o conteúdo de um "post" do Pedro Correia num "blogue" que não considerou relevante identificar, Vítor Dias (no Público de hoje) critica o "vasto fel" e o "cruel esmero" da escrita do seu autor, que considerou relevante identificar, (ou "denunciar" à "entidade patronal"...), como o "jornalista do DN Pedro Correia".
A isto chama-se uma filha putice...
Eu, por menos do que isto, ia ficando pior que "piurso"!
Que a cegueira ideológica (qualquer que ela seja), conduz à infâmia... não restam dúvidas.
Para o Pedro Correia, que não conheço, e de quem muitas vezes discordo, um abraço de solidariedade do camarada dos blogues.

quinta-feira, setembro 14, 2006

A&V 74 Teresa Fonseca # 1

"Outra questão é o arquitecto municipal fazer a apreciação dos projectos, situação obsoleta perante a refundação da Ordem dos Arquitectos como instituição de utilidade pública. Como se pode ainda admitir que haja arquitectos a avaliarem projectos nas câmaras? Inadmissível!"

Arq.ª Teresa Fonseca, em entrevista ao N.º 74 da A&V

Eu que, calha bem, sou um dos tais "arquitectos municipais", não posso estar mais de acordo. Arquitectos a "avaliar" o trabalho dos seus pares, com uma "ordem" profissional, de permeio... também não posso aceitar... ou como diria o arquitecto Jorge Tawny, "também não me parece nada bem".
Infelizmente, a desconfiança "grassa", entre os "liberais" e os "municipalistas".
Já não falo de outras situações conhecidas ou simplesmente repetidas e propagadas por quase todos, e que nalguns casos não passam de... casos... de polícia.
Mas, simplesmente não imagino, como é que na ausência dessa função que se deveria entender mais como "preventiva" que "punitiva", do trabalho dos colegas pelas entidades públicas (com "competências delegadas", nas "competências" do nosso trabalho de analisar o projecto e emitir o solicitado parecer técnico); não imagino, dizia eu, como é que se evitavam todas aquelas coisas que se tornam necessárias evitar, como: os "descuidos" no desrespeito pela mais diversa legislação em vigor, dos PROT's ao velhinho (e não reformado), RGEU... nem tinha reparado aqui nesta mancha na carta da REN, pois não colega?
Esperar pela função "reguladora" da ordem então, é que não estou mesmo a ver... (Arq.º Jorge Tawny), talvez em sonhos.
Enfim...

Primeira obsservação em forma de pergunta: O "problema" da "inadmissibilidade" só se coloca com os arquitectos "municipais", ou é extensível aos outros (podres) poderes do estado "central", não mencionados, pela entrevistada ?

Segunda Obs: Eu já fiz, mas agora já não faço "licenciamento" há um bom par de anos. Tinha umas manias esquisitas, de achar que as leis, se existiam, era para serem cumpridas, ou, caso contrário, e como nos famosos PDM, não as tivessem aprovado... e mais não digo, porque não tenho este blog para fazer queixinhas... nem para acertar contas com o passado ou com o presente.
Adiante.

Plano Baixa-Chiado

A iniciativa do Formiga Bargante.

A minha casinha

Estou a projectar uma casa para mim.
Pela segunda vez. E à segunda, já não há desculpas...
À primeira, a coisa não correu nada bem. O cliente despediu o arquitecto, e o arquitecto "despediu" o cliente (em "simultâneo"... haviam de ter visto a "cena"), e o terreno da casa que não o chegou a ser, acabou vendido, a terceiros. Sobrou, da aventura, um projecto licenciado (mau, mau, péssimo!), e muitos outros na gaveta, dos quais, três ou quatro, ainda me vão cantando ao ouvido...
São semente, minto, são estrume, para a "sequela". As sementes são todas aquelas centenas ou milhares de casas que admiramos dos livros e das revistas, e as poucas casas (próprias ou "alheias") em que habitámos, e nas quais aprendemos a medir o espaço e a moldar o corpo, ao tempo.
Está a começar.
Boa sorte, António.
Boa sorte para ti também, arquitecto.

Brancas

quarta-feira, setembro 13, 2006

En G(l)u Lhos! (o peru e a perua)

Acabei de passar por (momentaneamente...), ainda antes da tua resposta ao meu comentário... só podia ser...
Como não comentas, não sei se passas (ou vais passando, que mais não merece…) pelo meu blog, mas eu estava a ler os teus comentários (e os do óptimo e-konoklasta...) e a pensar: eu já vi este filme, isto vai acabar mal... e logo "agora" com a entrada em cena do mal educado "nick" "Z".
Ao contrário dos meus insignificantes comentários (ao tempo do "meu caso" com a loja deles... e dela), tu soubeste sempre argumentar e muito a propósito.
Só que à "dupla", quando faltam os argumentos, sobram as "brincadeiras de mau gosto" (será o mesmo da sentença do caso “Gisberta”?), com os trocadilhos, e a ofensa pessoal, mais... "rasca".
Não sei nem tenho curiosidade em saber a idade dos "nicks", mas geração "rasca" é, certamente, a do "josé" e da sua querida "Z".
(A geração, não, que a geração, coitada :) não tem culpa...)
... e acusar-te de cobardia... o "nick", é infame!
E “prontos”, lá me voltei a indignar com estas "personagens" que não o merecem.
Desculpa por estar a desabafar. Espero que gostes deste comentário que se quer solidário...
Ex leitores do GLQL, uni-vos! :)
Um grande abraço.

Velocidade de Cruzeiro

Passei pelo Blasfémias. Meia dúzia de postas sobre o CDS entre as primeiras 5,6,10...

Retratos da Educação em Portugal

Em Sernancelhe, foi pedido aos educadores dos alunos deslocalizados em "escolas de acolhimento", que as crianças, juntamente com os livros e os cadernos e a demais tralha que transportam nas gigantescas mochilas e que lhe dão cabo das costas, levassem também os pratos (raso e fundo), para o almoço.
O Exmo. Sr. Presidente da Câmara, não acha mal... acha pedagógico. E afirma, na televisão, que é assim que se faz, nos países (mais) civilizados.
Eu no outro dia vi umas imagens de um político civilizado de um país civilizado na televisão (na "nossa") mas não tinha nada a ver, porque era uma senhora dinamarquesa a andar de bicicleta numa cidade lá do país dela...
Amanhã, Mister President!, e se quiseres almoçar, não te esqueças de levar os teus pratos...
Eu, de outra maneira, não te servia.

Sexo

No teu blog ou no meu?

Happy Birthday...

Beluga, estou emocionado, com a posta, e honrado com o link (dentro da posta), em jeito de agradecimento.
Diabo, mulher, por uma vez, coisas diferentes… :), "quem te disse a ti", que o teu blog não é um grande blog?
O teu blog, é ENORME, há é muito poucas pessoas (pessoas...) que saibam disso.
E há sempre os "outros". Aqueles que preferem os quadros ou os poemas do "abrupo", postados "enquanto os outros homens fazem a barba".
Posso imitar a Marlene (que estúpido, a Marilyn) e cantar-te os parabéns, Beluga?
Já sabia... É melhor não... :)

Sobre o Moderno (espalho-me ao comprido)

Olá Vítor
Gostei de ler, acho que está muito bem escrito e com observações muito pertinentes, à excepção, provavelmente, da parte em que me citas... assim ainda acabas por estragar tudo! :)
Gostei particularmente do início quando escreves sobre a história como continuidade, mais do que sobre a história como ruptura... que foi um aspecto em que pensei mas que não cheguei a desenvolver na minha posta.
É sabido como na génese da arquitectura do renascimento esteve também a arquitectura "regionalista crítica" :) "italiana" do século XII, da mesma maneira que na arquitectura moderna (do estilo internacional ou outros estilos…) existem muitas e diversas influências, resgatadas a toda a história da arquitectura, que estas coisas vão-se sucedendo e “sobrepondo”, mesmo quando se querem “opostas” (apostas) a outras.
Só não sei se concordo, quando identificas a "revolução", com a "especialização" do (novo?) espaço moderno.
Será verdade, de diferentes e quase opostas maneiras, para os antagónicos Hugo Haring e Le Corbusier, mas não para o espaço "universal" do Mies que se queria contrário a qualquer "especialização".
O que eu gostaria de explicitar, ao pensar na "natureza revolucionária" e no "corte epistemológico" da aventura moderna, e em particular, quando falo do Adolf Loos, tem a ver com uma coisa muito simples (na minha simples cabeça…).
Era possível pensar e projectar arquitectura de uma determinada maneira, digamos tradicional, até ao Otto Wagner (do lado de cá), e até ao Louis Sullivan (do lado de lá). Depois do Loos, muda tudo… existe uma qualquer clarividência no seu pensamento e na “forma” do seu trabalho, que expõe as “misérias”, a nu… ao “ridículo”.
E quando tudo muda, acho que já estamos a falar numa revolução bem sucedida :) e não apenas numa (dolorosa) “cristalização” da… evolução (piada às comemorações de Abril, obviamente…).
Sobre a “razão” e a “emoção” do espaço moderno, outras coisas haveria para escrever, mas quem sabe noutra oportunidade… por agora chega.
Um abraço.

(Comentário à posta "... ainda sobre os modernos" do dia 13 Setembro, para ler no Sincronicidade)

terça-feira, setembro 12, 2006

Cuisine Non-Stop

















É de 2002, mas só chegou hoje, depois de algumas antigas tentativas (infrutiferas), para o comprar, nas lojas "habituais".
É extraordinário. É uma compilação extraordinária.
Diversificada, mas coerente e "compacta".
Os parabéns vão para o DB, que escolheu os temas, e os fez editar, na Luakabop, assim como para todos os músicos, sem excepção, que nela participam.

"69" au Marseille

Com o passar do tempo, é quase assustador pensar em como passámos tanto tempo (alguns anos) sem voltar (aos desenhos) de uma obra como a Unidade de Habitação de Marselha, entretidos - "anestesiados" - que andamos com os H&M e o Kualhas...
O "famoso" corte com os dois "duplex" encaixados (um no outro) como na figura de um "69" (deitado) ao baixo, e com a galeria (ao meio) no "buraco", é muito engenhoso, mas fiquei tão desiludido com a "desigualdade" dos dois apartamentos, que a obra desceu alguns pontos na minha consideração...
O apartamento com os quartos por cima (de quem é entra), é simplesmente perfeito... o "problema" é o "outro", o que têm os quartos por baixo... fica-se com a desagradável sensação que o arquitecto, sacrificou a funcionalidade da "morada", a vivência dos espaços pelos seus habitantes, à "pureza" do "conceito" e do esquema.
Teria sido possível, se a exploração das diferenças (e não da "igualdade") entre os fogos, fosse uma "objectivo" desejável (ou ideologicamente "aceitável"), reverter esta "desvantagem", em "vantagem", fazendo "subir" o quarto do casal para o mezanine (junto à entrada) e fazendo "descer" a cozinha para o piso inferior, junto da sala e dos quartos individuais, "sacrificando", pelo caminho, o "abastecimento" directo da cozinha a partir, do "exterior", pela rua interior, da mencionada galeria.
Assim como está, com os espaços comuns da habitação repartidos (fraccionados) pelos dois pisos e com a sala "misturada" com o quarto duplo, o próprio "pé-direito", perde algum do seu sentido e do seu fascínio.
Criticar o LC... Olha "odesproposito"!
... a verdade é que as fotografias, são todas do "primeiro" dos dois apartamentos analisados.
Do tal que é Perfeito.

A Repetição e A Diferença

“Ora a manter-se a tendência para um mundo cada vez mais superpovoado e urbanizado, em que as cidades são resposta e a última esperança para grande parte da população do mundo, volta a colocar-se, como nunca antes, o desafio da habitação colectiva e densificada, inevitável em face da terra disponível, entre a respectiva aptidão produtiva e a escassez de muitos dos seus recursos. Por isso está chegado o momento para voltar a falar, a reflectir e a antecipar caminhos capazes de conciliar a globalidade de soluções com soluções localizadas, e a morada colectiva com a intimidade doméstica.”

“Le fauteuil en bois paillé”, João Belo Rodeia, JA 224

(Um rigoroso artigo, sobre a “actualidade”, da Unidade de Habitação de Marselha de Le Corbusier.)

“Paradoxalmente, a pobreza do discurso contrasta com a constatação de que há cada vez mais pessoas que vivem ou desejam viver numa casa unifamiliar e que aí projectam ideias de vida, signos de diferenciação social, diferentes possibilidades económicas, requisitos funcionais e tecnológicos, em suma, modos de inserção social e visões distintas do mundo e do estar em sociedade e na esfera privada e familiar.”

“De que é que se fala quando se fala de casas?”, Álvaro Domingos, JÁ 224

São duas (longas) citações, de dois bons artigos (que se lêem bem e com… “prazer”), publicados no JA 224.
O primeiro exprime o desejo de mais habitação colectiva e de maior densidade para as nossas cidades, enquanto reflexo “inevitável” do discurso "arquitectónicamente correcto", da sustentabilidade.
Infelizmente, e na maior parte dos casos, os discursos sobre a "maior densidade", têm o efeito (perverso) de conduzir à destruição dos “tecidos” consolidados, e não à qualificação das "densidades" das "densas" cidades que herdámos... mas essa seria (será que é?) outra conversa...
O segundo analisa “a constatação” dos desejos, de um número cada vez maior de pessoas, que “anseia” por habitações unifamiliares, e agora, reparem... em flagrante contraste com “o desejo” do “arquitecto”…
Mereciam comentário melhor elaborado e estruturado, mas fico-me pela pergunta:
Saberão os arquitectos “navegar” por entre as armadilhas das suas “generosas” visões “densas” e “colectivas”, e as armadilhas das “estimadas” e analisadas… “diferenças”?

Contributos para uma análise interpretativa dos traçados reguladores da planta da Casa do Pego em Sintra do ASV

O Mundo Absurdo

Como é que inventa a sua arquitectura?

Outro dia, dormi num hotel. Quando acordei, reparei no padrão da alcatifa e estava lá a planta do projecto que eu andava a imaginar naquele momento. Tirei fotografias. Basta estarmos conscientes e entender que vivemos num mundo completamente absurdo.

Pancho Guedes, JA 208

Momento Recreativo

segunda-feira, setembro 11, 2006

HardBlog

6. O Modernismo não foi revolução nenhuma. Não há, hoje, a noção de um antes do Modernismo – depois do Modernismo. Não houve corte epistemológico com a história, apenas a cristalização dos sintomas que desde o renascimento se fizeram sentir.

Eh, pá, não sei não...
Por "Modernismo", referes-te ao "estilo internacional", cristalizado nos 5 pontos do LC, conforme exposto (no Moma) por Henry-Russell Hitchcook e Philip Johnson? O "modernismo" como a arquitectura pura, purista e puritana, da batalha dos estilos, do combate à substituição da "polissemia revivalista tipologicamente orientada"..., pela uniformidade do novo "código"... clássico!
Por aí, dou-te razão. É uma arquitectura "corte e cola" (sem costuras, à vista desarmada...), que muito deve a uma longa linhagem, e que mais do que ao renascimento, recua até aos "primitivos", como se pode observar pelas ilustrações do Vers une Architecture.
Por outro lado, e independente de caminhos distintos e "alternativos", trilhados por outros autores ("ignorados" pelo HRH e pelo PJ), não posso deixar de interpretar a análise à "crise da cultura", que o Frampton faz da obra do Adolf Loos, como uma "ferida aberta" na linearidade da leitura da história, que instaura, um antes e um depois... e que se terá prolongado até ao presente, nosso contemporâneo.
Re-vejam-se autores tão diversos como o genial Voysey (percursor de Loos), que ficou lá para traz... injustamente esquecido, no "antes"; ou o Plecnik (elogiado pelo Loos...) que "caiu" no "depois", mas para o lado "errado" da história.
Quanto aos "Pós", da sociedade informática, dita pós-industrial, a conversa é outra... está tudo a escrever, a contar a história, em cima do joelho... deixem lá passar mais um tempo :) O.K.!
Quanto ao renascimento, é... "consensual".
Só o Michelangelo, às suas costas e às suas custa, inventou, sozinho, nada mais nada menos que o "artista romântico", "moderno"!
Acompanhar com a leitura desta outra posta:
"Hoje os cultural studies, cortina de fumo pseudo-pluralista eivado de um subtil totalitarismo intelectual, disparam em todas as direcções como se o mundo não existisse antes deste labor da “diversidade”.
E já agora, um saltinho até à posta do meio :)
Um abraço.

JA 224

O "novo" JA (é impressão minha, ou o JA, é sempre "novo", está sempre a "renovar-se"...) lá mantêm o hábito, lá faz o favor, de publicar "meia dúzia de arquitectura" (menos coisa, menos coisa), em projecto, em obra, ou, mais raramente, em "efectividade de funções". (E como seria interessante esperar meia dúzia de anos, antes de tirar as fotografias, e antes de publicar os trabalhos...)
Desta vez, e a propósito do tema da "morada", a coisa calhou (se não é ao calhas parece), do seguinte modo:
Um prédio de rendimento em Berlim com uma elegante fachada transparente e bonita (q.b.), e com uns apartamentos sem grande história, nos quais julgaram por bem destacar (com plantas legendadas e com fotografias), a "banheira móvel" (não se riam, que isto é sério)...
Eu fiquei logo a imaginar a banheira móvel, a zarpar pelas escadas, e a fazer-se à vida, a fazer-se à estrada... e o "banhista" - aflito - vestido, apenas, com a "espuma e a touca", e com o inevitável leitor de mp3 a bombar... Bum, Bum, Bum... Wagner!
Por comparação, e assim como assim, parecia-me interessante que o JA, propriedade da Ordem dos Arquitectos Portugueses... publicasse o Proj do Arq, Taínha, vocês sabem, aquele da "Casa Garret" que andou nas bocas do mundo... Quando o vi na revista Arquitectura e Vida, não me pareceu (muito pelo contrário) menos interessante que o (proj.) de Berlim agora "escolhido". Podia ser uma forma de "abertura" à dita "sociedade civil", de afirmação e defesa da profissão, de "debate interno"... sei lá, aquelas coisas que se costumam dizer.
Continuando lá por fora, que as vocações internacionais são bonitas e não se largam (como os vícios) com facilidade, e passando do Euro Chiq, para o não menos Chiq, terceiro mundo, segue um "projecto evolutivo" para o Chile.
Desejam-se as melhoras, à evolução.
De regresso à metrópole lisboeta, e ainda antes de aterrarmos no (ainda) aeroporto da portela, espreitamos à janela, para ver a vista aérea (da maqueta do projecto) do Lt 5 do edifício metropolis, em Alvalade, LX, dos ARX.
Para além de duas boas fotografias da bonita maqueta, o projecto é explicitado:
a) com gráficos do "código genético" (Genetic Code, no original) e do "diagrama interior" (Interior Diagram, no original), conforme tradução (e, pelo inglês, vê-se logo que chegámos a Portugal...) do arquitecto-taxista, que nos "apanhou" à saída do aeroporto;
b) com planta de implantação (o que, de útil, e de raro, se saúda) e com um corte transversal, que só serve para ficar a saber - coisa fundamental - que o edifício tem três pisos em cave para estacionamento automóvel;
c) com as plantas do "Piso Tipo" e do "Piso 7", que mostram o arranque para uns "duplex", que ficamos sem saber como funcionam, por omissão (da publicação) da planta do piso 8, que até "cabia" perfeitamente no papel...
Passando da habitação multifamiliar da capital para as moradias unifamiliares do turístico Algarve, estacionamos (obrigado, colega) à porta de duas casas na serra com projecto de Ricardo Bak Gordon. À porta, não, quero dizer... que as casas, obviamente - que vulgaridade - não têm porta. Nem porta nem telhado (outra vulgaridade), nem... nem... quase nada... nem quase tudo. Falta-lhes certamente "riqueza", a "riqueza" dos múltiplos sentidos (poéticos, se quiserem), da oferta da possibilidade em habita-las de diferentes maneiras, reduzidas, como estão, ao "minimalista, mais minimalista, não há"... mas como há quem goste, e muito, de "virgens brancas" (frígidas, no caldeirão?), passo à frente...
... ou talvez não, que isto até parecem existir mais virgens brancas em Portugal, que no céu muçulmano, e eu não me estou a referir ao meu querido monumento (o que é nacional é meu) em honra das 11 mil delas.
Estou a referir-me ao quinto e último (afinal são cinco) projecto da série, do número dois, dois, quatro... do JA. Sem mais delongas, de estilo (virtual), à Residência Universitária II, do Polo II da Universidade de Coimbra, dos Arq. Carlos Martins & Elisiário Miranda.
Até fui ali à prateleira recuperar a Arquitectura & Construção N. 38 de Agosto/Setembro, para reler o que o Paulo Martins Barata do Promontório escreveu sobre os "grandes planos contínuos de alvenaria branca em edifícios de dois ou três pisos (...) que vão rebentar por todos os lados se não existir um ponto de descarga para a dilatação."
E nem um "soco", nem um rodapé, nem uma "alheta" (punheta)... naquela fachada norte... ora venham de lá os... "tags" RFA... da "estudantina-tina-tuga".
Pobres estudantes, já não lhes bastava a "loira-burra". (Se não souberem qual é... comentem.)
E "prontos"!
Uma mão cheia de projectos e obras de mão cheia, criteriosamente seleccionados e melhor divulgados, para maior gloria da classe.
Ah... e para além dos projectos/obras, também temos direito a uma reportagem fotográfica muito apropriada, e "prenhe" de estilo, como muitas fotografias enubladas, ou não fosse essa (a "nebulosidade") a nossa presente condição...
... e algumas outras coisas que já esqueci.

... What can it mean, such gravity without a center? *

Muito curiosa a planta da casa para Sintra do ASV, reproduzida no JA 224. Curiosa ou "surpreendente e inesperada", como afirmam, na pergunta, os "entrevistadores".
E não sei porquê é que seria (será?) "surpreendente" ou "inesperada", no percurso, ou no conjunto da obra, do seu autor... Não me parece nada... mas adiante.
Queria apre(e)nder-lhe os segredos da composição, talvez os "traçados reguladores" (se os tiver), mas ou muito me engano, ou o "animal" está enxameado de truques, destinados a iludir esse tipo de leitura... ainda por lá sobram uns alinhamentos de umas paredes das "celas", entre lados opostos, da (mais que partida) "espinhela circulatória", mas a angular "desarrumação", na arrumação à topografia (e, estou certo, à "paisagem") fazem o resto... fazem-me falhar o "resto".
O ASV, fala em "tecidos africanos" e em "desenho não arquitectónico", mas também (o "manhoso"), nas "origens da arte moderna".
O que eu pergunto é o seguinte: "What does it mean, such gravity without a center?"

* Free Will and Testament, Shleep, Robert Wyatt

Siza+Parafuso=Deus

domingo, setembro 10, 2006

Pessac

"The invention of rules systems by individuals architects has often resulted in the transformation of buildings in accordance with a contradictory rules systems. One of the most striking examples of this is the modifications of Pessac, where the organization of homes according to the principles laid down in the "Five Points", has been altered to conform to petit-bourgeois norms requiring small windows, shutters, pitched roofs, and so on."

Rules, Realism, and History (1976), in Alan Colquhoun, Essays in Architectural Criticism, Modern Architecture and Historical Change, The MIT Press

... ah, e já me esquecia de dizer, que o Alan Colquhoun, é, "provavelmente" (Carls & Berg, sec. XX), o melhor "critico" de arquitectura que alguma vez terei lido.

A Arquitectura da Felicidade

Alain de Botton

(Por leitura do artigo de JPCoutinho no Expreso)

0-3

Enquanto isso, no estádio da luz...

Auto-Retrato

A "figura" aproxima-se de uma porco suado, e semi-nu, sentado ao computador...

... I Started Something I Couldn't Finish *

Há algumas postas atrás, confessava, o L., no Complex..., a sua "ignorância".
Como eu te compreendo (ao partilhar da tua "condição"), caro Lourenço.
Estamos condenados a saber tudo sobre coisa nenhuma, e nenhuma sobre todas as outras... como se já não soubéssemos (e não é que não sabemos mesmo) o que aprender.... o que ensinar...
Se há coisa que "regreto" (entra a Piaf...), é a oportunidade (perdida) que o "ensino oficial" (público ou privado, tanto fará), teve com "nosotros".
(Raios! E não é que concordo com o ensino do "Canon", à maneira do Bloom.)
Eu ainda a tentei (à ignorância) "contornar", com optimismo, e uma esforçada disponibilidade, para a auto-aprendizagem; e com a "construção" de uma biblioteca de textos básicos, a começar nos "modernos", com o "The Autobiography of an Idea" e o "Kinder-Garten Chats and other Writings" do (Bisavó) Sullivan
But, em vão, :) in vain...

"Rebuliços"

E por falar em rebuliços, esta caixa de comentários também esteve muito animada...

Morte à Espanhola

Eu não gosto (particularmente) de tourada(s), eu não vou a (em) touradas, eu vistorio - "El Arquitecto (Matador)" - recintos ("arenas") improvisados (especialidade "Raves & Garraiadas")... mas Portugal, sem touradas... não consigo imaginar. Acho, que não seria (bem) o mesmo país.
Estou certo que o PSC está certo quanto ao que escreve aqui, mas quando os portugueses, da raia, podem "escolher", nascer em Espanha, porque não autorizar, como regra (e não como excepção), a morte, à espanhol, na arena?
Isto como assim já é mais deles que nosso...

Isso quer dizer que concordas comigo...

... João? :)

O título da posta (roubado ao LC) e o desenho - entre os desenhos - amém, são golpes baixos! :)
Mas gostei, estou a gostar, do "rebuliço"... :)

sábado, setembro 09, 2006

O Insensível

Primeiro foi o João, depois o PM, no "Estado Civil", e agora o NG no "sound+vision"... toda a gente (de bem) fala (bem) do raio do disco. Tá mal... Eu (ou-)vi o vídeo (nos últimos, no s+v), mas não "ouço" (não "vejo") ali, mais que (mais uma...) música(zinha) de uma banalidade confrangedora. Não há ali nada que me "agarre". Nem o "som", nem a instrumentação (guitar band), nem a melodia (indistinta, indie... meias-tintas), nem o ritmo (habitual), nem as palavras, nem a interpretação ( dos dotes vocais do "chanteur", o melhor é nem falar...), nada, porra, "nada de nada"... lá, lá, lá... :)
(Vou repetir... nã, nada!)
Estarei a perder qualidades, a ficar... "insensível"? :)
Eu bem tento... mas à segunda posta sobre um disco (que não conheço), o melhor é desistir, ou comprar... Eis a questão.

Aldeia Global

Visita ao "photoblog" de Jan Chipchase
Via Free Thinking, na BBC 3

"Eu não" (memórias de Joaquim Fest)

"Um dos momentos mais expressivos das memórias de Fest é um episódio do início de 1936. Fest, então com nove anos, e o seu irmão Wolfgang ouvem uma rara altercação entre os pais. A mãe, no fim das forças face às adversidades, procura convencer o pai a filiar-se ao NSDAP. "É só uma inscrição, nada mais: Nós permanecemos os mesmos", argumenta. Sem compasso de espera o pai responde: "Iria mudar tudo." A mãe alega que a hipocrisia sempre foi um meio dos pequenos se defenderem dos poderosos. O pai diz simplesmente: "Não somos pequenos. Pelo menos não nessas questões."

"Joachim Fest, Memórias de um não alinhado com o nacional-socialismo", Helena Ferro Gouveia, Público... ontem

Foi também à 70 anos...
Atenção aos escaparates

Revolta dos Marinheiros

"A revolta foi organizada pela Organização Revolucionária da Armada (ORA), afecta ao PCP, e constituiu um dos maiores sobressaltos, à data, do fascismo salazarista."
("fascismo salarazista"? Ai se "eles" andam por aí...)
"Esta homenagem é uma oportuna iniciativa de recuperação de uma memoria a que importa continuar fiel, pois inscreve-se na própria identidade democrática, para a qual é fundamental despertar sobretudo as novas gerações (...)" nas palavras do major-general Monteiro Valente, da Associação 25 de Abril e membro da CMT (Comissão Memória e Tributo).

Revolta dos Marinheiros faz 70 anos, Renato Teixeira, Público de... ontem

Guerra Regional

"Primeiro, os riscos de escalada dos conflitos regionais têm aumentado e deixou de ser possível excluir a possibilidade de uma guerra regional."

Isto é o ministro Severiano Teixeira a escrever no Público, para, e ao que percebi, "justificar", ou "enquadrar", perante a "opinião pública" (que lê jornais), o envio de tropas portuguesas para o Líbano.
Eu não só não fiquei esclarecido, como fiquei ainda mais apreensivo... é impressão minha ou estão a preparar o terreno para a (desejada) guerra? É que com a presença dos parceiros europeus da NATO na região, a guerra, quando começar, será tudo menos "regional"...

Mas eu não os quero incomodar... Guerra regional... pensei que ias escrever sobre a "manchete" do Luís Filipe Vieira...

sexta-feira, setembro 08, 2006

Lisboscópio... e o resto é paisagem!

Lisboa foi escolhida como cidade tema da participação portuguesa porque é, segundo a comissária, "a única cidade em Portugal que permite uma experiência de urbanidade, principalmente na sua área metropolitana" (...)

Habitar o instante no pavilhão português da Bienal de Veneza, Ana Vaz Milheiro, em Veneza, Público, 8 de Setembro

Um comentário: "Experiência de urbanidade" na "área metropolitana" de Lisboa... !? Lisboa, quê... Lisboa, onde? Deve ser... "outra".
E uma pergunta: E os gajos do norte, ficam-se?

Lisboscópio

"Expropriação Amigável"

Prédio Coutinho:

"A VianaPolis afirma ter celebrado acordos de expropriação amigável com 61 dos 107 interessados (proprietários e inquilinos)."
"Uma parte significativa dos moradores, que entretanto não terão chegado a acordo com a sociedade gestora do programa, no âmbito do qual se pretende demolir o edifício com 13 andares ainda este ano, foi anteontem notificada de que a empresa irá proceder à posse administrativa das suas respectivas fracções no próximo dia 18."

"Moradores no Coutinho avançam em tribunal contra VianaPolis, Ana Peixoto Fernandes, Público, Local, 8 de Setembro

... pois... "acordos de expropriação amigável"...

Um abraço de solidariedade e muitas felicidades para os "resistentes" de Viana!

Piscinas ("Mergulha de Cabeça")

E por falar em piscinas que se perdem... o "Local" do mesmo jornal, junta na mesma página a notícia da carta que a "Roseta" (desta vez na qualidade de presidente da ordem...) escreveu ao "Carmona", sobre as "piscinas dos anos 60", e a notícia sobre o primeiro aniversário da "nova tróia"...
Acho graça à coincidência... a "piscina dos anos 60" de troía, foi demolida, a coitadinha, sem ninguém para a "proteger"... mas como não ficava no "quintal"...
(É bem feita! Quem é que a mandou, à mandona, ser escavada fora, e longe, de Lisboa?)
Sobre o "papel" do "núcleos" (regionais...), nestas histórias da protecção do "património" (moderno, neste caso), ou sobre outras histórias... quem sabe, noutra ocasião; mas, e independentemente das justas críticas ao "Feist", como é mais fácil (e politicamente oportuno...) criticar um pequenito político, vereador da autarquia capital, que enfrentar o Capitão do Capital na pátria Lusa, o famoso "Homem Xoné"...
É cá com cada encomenda... só me saem Dukes...

Segundas Linhas

"Portugal tem um litoral, com paisagens muito bonitas, ainda muito pouco explorado. Mesmo no sul, estão por aproveitar as segundas linhas do terreno (entre 15 a 20 km da praia), (...). Estas segundas linhas têm preços bons."

"Os promotores espanhóis estão a comprar os últimos redutos onde o preço é relativamente reduzido, na península ibérica. A única coisa que lhes falta comprar é Portugal."

Gonzalo Bernardos, in "Investida Espanhola", Dia D, Público 8 de Setembro

Quererá isto dizer que já não vão forrar a fronteira a azulejo? Vão perder uma óptima piscina (ao poente), com vista para o atlântico...

Autarquias

Como não há uma "UEFA das autarquias", cá se vai andando em nome do "desinteresse público".

Quadro de Honra, Dia D, Público 8 de Setembro

"Fazer Sentido"

A pergunta é muito interessante, mas será que a arte nos pode ajudar a "fazer sentido", nessa perspectiva tão directa e "literal"?
Quando o David Byrne "lançou" o "Grown Backwards", falou sobre a influência do 9/11... sobre a "função" da arte, e sobre a maneira como os artistas poderiam "incorporar" ou reflectir a "experiência" da tragédia (e as suas consequências…), nas suas obras.
E (também) por isso, terá composto pequenas peças “clássicas” à maneira do Ivor Novello (rever o Gosford Park do Robert Altman), e decidido interpretar pequenos trechos de ópera (“proto-pop”), e… etc. O melhor é voltar a ouvir.
Poder-se-ia também escrever sobre o “Cuckooland” do Robert Wyatt…
A resposta do Harold Bloom é absurda!

"A Produtividade"

"A produtividade dos outros", José Raposo, Dolo Eventual
Leitura Recomendadíssima...

La Grotte de Lascaux















La Grotte de Lascaux... e mais algumas.
Ainda a matutar na posta sobre as palavras e as imagens, e sobre como estas últimas se "anteciparam"...

quinta-feira, setembro 07, 2006

Trends

"Plecnik became a unique phenomenon on the European architecture scene, and he could work only under the quite apecific conditions of a provincial milieu on the margin of current trends."

Damjan Prelovsek, Yale University Press

007

"For in truth, art invents nothing - everything it deals with is in fact already there, it only has to re-evaluate it", Semper, Der Stil, II, 91

Semper, Gottfried Semper

Famous And Dandy

What will we do to became famous and dandy

Famous and Dandy (like Amos 'n' Andy), Hipocrisy Is The Greatest Luxury, The Disposable Heroes of Hiphoprisy

quarta-feira, setembro 06, 2006

Alegria da Criação

Plantei a semente da palavra
Antes da cheia matar o meu gado
Ensinei ao meu filho a lavra e a colheita
num terreno ao lado

A palavra rompeu
Cresceu como a baleia
No silêncio da noite à lua cheia
Vi mudar estações
Soprar a ventania
Brilhar de novo o sol
sobre a baía

Fui um bom engenheiro
Um bom castor
Amei a minha amada
Com amor
De nada me arrependo
Só a vida
me ensinou a cantar
esta cantiga

Feiticeira
Mãe de todos nós
Flor da espiga
Maldita para tiranos
Amorosa te louvamos
Tens mais de um milhão de anos
Rapariga

Quando o lume nos aquece
no grande frio de Inverno
Vem até nós uma prece
Que assim de longe parece
Uma cantiga

Magistrada
nossa natural
Vitoriosa
Curandeira dos aflitos
Amante de mil maridos
Há mais de um milhão de idos
Tormentosa

Quando a fera encarcerada
Que dentro de nós suplanta
quebra a gaiola sozinha
Voa voa endiabrada
Uma andorinha

Alegria da Criação, Galinhas do Mato, José Afonso

Are There Any Questions?









Outra do genial Maaik,
em recomendação aos "recém-chegados".
Visita diária, obrigatória.

Trend!

São estas merdas que me irritam... e porque é que não inventam um software com todas as “variantes”?
O cliente introduzia a moedinha na ranhura, e o projecto saia (pronto) do outro lado… sempre se evitava o sofrimento da… “criação”.
E merda de arquitectos, cheios de truques baratos, "pseudo-cientificos", à maneira dos piores discursos sobre a "ciência" da arquitectura, produzidos ao longo do século XX, servidos (requentados), aos ignorantes...
Bosta-trend!

segunda-feira, setembro 04, 2006

Dieta Visual

Algumas palavras sobre o "processo de reestruturação da imprensa escrita em curso", e sobre o "pesar" pela redução do peso dos textos, no corpo das notícias.
Eu gosto das palavras, e a "causa" parece merecer a nossa simpatia... mas pensado melhor, e pensando, também, na blogosfera, e em particular nos blogs dos meus camaradas das artes e afins, a verdade, é que parece haver um "défice" - não de palavras - mas de imagens, e muito em particular e à falta de melhor, de um "pensamento visual".

... muitas vezes, e no discurso corrente, as imagens parecem ser consideradas como uma forma "inferior", porque potencialmente "equívoca", de comunicar; ao contrário das "sensatas" palavras, de quem se espera um comportamento, sem "ambiguidades", e, por assim dizer, à "prova-de-erro"...

(...)

Os Azeites

Eu aqui, e no “caso” do Reininho, voto contra, ou seja, voto no favor, do Reininho, da prosa, ou do verso, ou lá do que se venha a chamar, àquilo que escreve, o Reininho.
É o raio da liberdade de escrever, ainda que não se “perceba”, e eu, neste caso, até acho que se percebe, e "relativamente" bem... :)
Mas pela maneira como escrevo, já deve dar para perceber da minha "solidariedade"... :)
Há algum (pouco) tempo atrás, passava no “estado-do-canal” um programa muito curto, assim todo modernaço e a armar à “dessacralização” da arte (da literatura, neste caso), em que uma "personalidade", mais ou menos conhecida de todos, lia um poema (à sua escolha?), de um autor à sua escolha (?).
Calhou de ver o Reininho (num cemitério...) a ler Cesariny, num poema que infelizmente não identifiquei (nem fixei), mas que me fez "parar", para ficar a olhar para a caixa...
O Cesariny, é um poeta, dito, surrealista... o que sempre pode (mistério…) ajudar, ou “atrapalhar” (nunca se sabe…), à solução… do “estranho caso”.
A "compreensão" de uma coisa escrita pelo Reininho, será sempre uma coisa assim meia (de seda) "enviesada"… Felizmente… mas (e infelizmente) apenas nos seus melhores e mais inspirados, ou “transpirados” (e já que falamos em “azeite, suor e sexo”…), momentos.
Desculpa-me o longo comentário azeiteiro… compreende-o como uma “prova de gratidão”, de alguém que aprendeu a amar a "estranheza" (da composição) das palavras na nossa adorada língua comum, também, com as cantigas dos rapazes...
Um abraço.

(...e o verso, a máxima, a divisa: "Um dia verde, uma via única, um vino veritas", é magnifíca!)

"Ateliê de Térérés"

Link e Posta...
Não faço a mais pequena ideia... :)

domingo, setembro 03, 2006

Mitch Epstein














Que bonitas, as fotografias deste tal de Mitch Epstein...
Outra posta que... "fico a dever" :) à Formiga...

sábado, setembro 02, 2006

2011 Odisseia Eleitoral

Primeiro foi o "candidato" Cavaco, a cantar o Grândola Vila Morena, no Centro de Congressos....
Agora foi o "candidato" Marcelo, de regresso à festa do Avante, ao fim de trinta anos...
O que vai valendo, à esquerda, é que o seu candidato "natural", já veio a terreiro - à entrevista - reconhecer que "arrancou" tarde...
Para a próxima não o apanham com as calças na mão...

Giant Steps # 2


















António Machado (o próprio), na FAUTL, em 1993

Nem computador... quanto mais...
De qualquer maneira, aqui fica, em partilha (em a-mostra?), uma amostra, do meu trabalho "académico". Podem "copiar" se estiveram a necessitar de desenhar uma escada como "esta", com dois lances e um patamar, e com "entrada" e "saída" (mais ou menos) no mesmo sitio, que eu gostava (muito, muito...) de a ver construída, e a oportunidade, de a "meter" (nem que fosse "à bruta", em "colagem"), num projecto, ainda não aconteceu... e o mais certo é não vir a acontecer.
De tanto falar em degraus e em triângulos... era fatal, como uma escada, fatal!

Giant Steps # 1














Plecnik, Liubliana (Ljubljana), 1933

T.P.C.

Uma "posta-precisão" :), de fim-de-semana, para o pijama (e para o mr. mojo), a propósito de comparações despropósitadas... :) e ainda sobre o que está escrito, aqui (e ali...) e aqui (e ali...) e aqui (e ali... outra vez...) :)
Eu não afirmei que o NBC "copiava" o SM... eu falei em "variação, da variação, da variação" do "mini-mal-banal" versão "tardo-souto". E, pelo menos para mim, a questão, a diferença - entre (mal comparado) o NBC e o SM - é precisamente essa. O primeiro "varia", como quem "inventa", como quem pensa estar a "lufar"... "novidades"... O segundo, o Souto, "copia"! :)
Da "Casa das Artes", em assumido (ao MGD, no velhinho "Ver Artes"...) "copianço" do Mies; ao recentemente divulgado projecto para o Museu da Paula Rego em Cascais, sobre o qual afirmou - e sem qualquer "rebuço" - copiar o... Raul Lino (que "copiou", numa moradia particular... as chaminés do Palácio da Vila de Sintra...); passando pela Casa da Quinta do Lago, onde "copia" a arquitectura (religiosa) local...
Sobre o Siza... dava para outro Blog! :)

sexta-feira, setembro 01, 2006

... uma porcaria que mete nojo

"Para o vereador do Desporto, Pedro Feist, que tomou a decisão de demolir as piscinas, falar em "valor arquitectónico" no caso do Campo Grande "só à gargalhada".
"Aquilo nunca foi uma piscina, mas sim um tanque, e ultimamente transformou-se numa porcaria que mete nojo", descreve"

"Abate de três antigas piscinas de Lisboa indigna arquitectos", Ana Henrique, Público (Local) do dia 1 de setembro de 2006

Para o vereador do Desporto, Pedro Feist...

António Variações


















Qual Zeca, qual Amália, qual Paredes
(qual Zé Mário Branco, qual Fausto)
Qual rock português
Qual "cena" alternativa (qual "underground"), qual Mler Ife "Rebelo" Dada
Qual "os homens não se querem bonitos" dos GNR, nos oitenta, (os "setenta" não contam...)
Qual "dupla" dos TTT (Três Tristes Tigres) com o cromo repetido (dos GNR) do Alexandre Sóares, nos (nuns) anos noventa... "bem medidos"
Qual JP Simões a abrir o milénio
Qual Hip-Hop, qual "novas vozes do Fado", qual "músicos de Jazz"
Qual quê, qual carapuça...

Dar & Receber, do genial António Variações, o melhor disco da história da música portuguesa.