Pedro Cabrita Reis
Continuando a ronda pelos Blogs, e pelos Blogs que se ocupam destas coisas "artísticas", sugestão para a excelente "reportagem" (?) que a formiga bargante têm vindo a fazer da construção de "Fundação", a escultura (instalação? "performance"? "work in progress"!) que Pedro Cabrita Reis está a desenvolver no CAM da FCG em Lisboa. A personagem não me é particularmente simpática, e a fotografia da "esfinge gorda" (Mário de Sá Carneiro) a fumar charuto, estático e meditativo, ao lado do "verdadeiro artista", o operário "das obras" (literalmente com as "mãos na massa"), publicada no Expresso do sábado anterior (ao último), também não ajuda muito à empatia.
Ainda assim, e quando comparo as suas obras, com a "embirração de estimação" (Camilo) que nutro pelo trabalho do Julião Sarmento... a coisa até passa muito bem :)
Agora tenho pena, é que estes gajos que se dedicam às "metáforas da construção, da casa, do ofício e labor visíveis" e "às questões da arquitectura e às ideias de circulação, abrigo, memória, estrutura, (in)acessibilidades dos espaços (que) serão naturalmente (naturalmente?) convocadas"; não se dediquem à vaca fria, ou seja, à arquitectura, propriamente dita. :)
Isso é que era bonito de se ver.
posted by AM at 7:49 da tarde
9 Comments:
A convite, alguns "despropósitos".
1º - O "bate-chapas" agradece.
2º - Os artistas plásticos, bem ou mal, trabalham no campo das metáforas. Os arquitectos, bem ou mal, no campo do concreto (muito embora também recorram às metáforas).
3º - Dentro de seis meses, o trabalho (bom ou mau) de PCR vai à vida, e dele só restará a memória nas suas várias formas. O trabalho dos arquitectos (bom ou mau), normalmente "resiste" muito mais.
4º - Cada macaco no seu galho, que de maus artistas plásticos e arquitectos penso que já temos a nossa dose bem aviada.
Cumprimentos
:)
3º ... normalmente mau :)
4º "Cada macaco no seu galho" foi o que eu quis dizer. Estranho e irrita-me esta coisa de andarem todos a recorrer "às metáforas" dos "outros"... parecem os cães atrás do "cheiro".
Porra que estou lento... só agora é que percebi a do "bate-chapas" :)
Agradecido pela atempada resposta à solicitação. :)
Um abraço
essa pergunta tem o seu quê de ressentimento que muito bem compreendo pelo facto dos artistas fazerem uma pipa (não é metáfora à forma do PCR) de massa com uma parede de alvenaria.
Contudo, e para mim, o PCR é o único artista português que tem um discurso e obra coerente e decente dou o meu desconto. o problema é outro. o problema é que fazer arquitectura é fodido como'ó caralho.e a malta não está para isso, muito menos aturar patos bravos. (que por mim poderiam emigrar para auschwitz) PUTA DE VIDA.
abraço.
p.s. outra hipótese é a dos arquitectos que reproduzem incansavelmente as "caixinhas". très moderne.
Tens razão, JMAC, também passa pelo que escreves, mas a minha ideia é mesmo a de uma certa "parasitagem", das "metáforas alheias", que em nome dos discursos "transversais" ou "interdisciplinares" ou lá o que seja, vai servindo de álibi aos "discursos críticos" maioritários ou dominantes.
A arquitectura, essa “falsa” :), não é excepção, e parasita quase tudo o que encontra pela frente, a começar – e é bem feita, que é para aprenderes – pela escultura. :)
Se estão tão interessados nas "nossas" metáforas, façam-se à vida, e é se querem ver o que é que é bom para a tosse! :)
Um abraço.
ver também:
http://formigabargante.blogspot.com/2006/08/pedro-cabrita-reis-no-cam-15.html
Caro am, sou apologista da "contaminação" de áreas e ideias. Estar de olhos abertos a possíveis relações de cruzamento e intercâmbio de conceitos pode dar resultados absolutamente fenomenais. ;)
Olá menir,
Sim, mas agora é tudo "cruzamentos", e já ninguém parece interessado em explorar os limites ("que são onde tudo começa") do seu ofício.
Eu penso que essa contaminação é muito positiva, que essa contaminação sempre existiu e existirá (os arquitectos, por exemplo, sempre pintaram e esculpiram, etc,) e sempre se interessaram por outras formas de expressão ou de pensamento.
Mas actualmente, parece que estão todos "em trânsito"... acho que é uma moda e muitas vezes uma grande preguiça em olhar (e pensar) as obras, sem as muletas dos discursos críticos "interdisciplinares".
Este comentário está a ficar cada vez mais confuso, pelo que fico por aqui... :)
Muito obrigado pelo comentário.
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