Escadas "emparelhadas"!
Não se trata de nenhum fetiche (juro), mas a verdade é que se trata de outra (de mais uma) posta sobre escadas. Desta vez sobre as escadas "emparelhadas", entre (duas) paredes, como as que se podem encontrar na moradia de Miguel Beleza e José Martinez em Azeitão ou na moradia de Nuno Grande e Pedro Gadanho em Carreço, Viana do Castelo.
Vieram-me estas à ideia (à re-vista), mas estou capaz de apostar que há mais de onde estas vieram... como as baratas. (Mau, mas então o animal mascote da posta, não é o burro, com as "palas" nos olhos...)
Não sei quem, nem como, nem onde, começou a moda, mas (cá está - a esquerda), tamanha é a "obediência", e até parece que saiu uma nova "lei da escadas" para trepar ao estrelato do "sistema das estrelas" no céu dos arquitectos.
E o fenómeno não se fica pelas moradias unifamiliares. É "transversal"... que "frisson"! E não olha ao dente na hora de escolher as tipologias. Da vulcânica Casa das Mudas do Paulo David na "pérola do atlântico", ao vítreo "ice cube" (baby) do Kunsthaus Bregenz em Zurique (do vosso favorito Peter Zumthor), ninguém escapa! Que falta de respeito!
É claro que o "problema" (fossem todos...), tal e qual como na discussão sobre as "caixas", não está no modelo escolhido. Existem "escadas emparelhadas", pelas quais me pelo (em pelota... galega!), e de entre o "grupo" recordo (em "Ecstasy") a escada do Centro Galego de Arte Contemporâneo em Santiago de Compostela do Siza Viera... que maravilha com aquela "janela-clarabóia" no "plano oblíquo" (da cobertura) a ecoar a parede "inclinada" do átrio triangular com pé-direito duplo, e a resolver (com economia de meios e riqueza de sentidos) uma (e cito) "dupla função" (e necessidade) de iluminação... à melhor maneira dos ensinamentos do Robert Venturi no Complexity and Contradiction (o verdadeiro).
O "problema", como sempre, é o propósito (ou o despropósito) com que vamos "recorrendo" às memórias que nos habitam, o problema, é a inspiração e a transpiração, o problema é o talento. Raios!
Para terminar e para antecipar a "violência" das eventuais (e desejadas) criticas na caixa dos comentários, ressalvo que a posta não têm por objectivo a crítica, em concreto, às duas moradias "supra identificadas"... sobre isso, ou para isso, outras coisas haveria a escrever... da "inserção" "numa corrente suíca de forte expressão tectónica", conforme expressa no texto crítico de José Nuno Beirão, publicado na Revista Arquitectura e Vida (N.º 74), (a "expressão tectónica" de "corrente portuguesa" não lhes interessa...?) da primeira casa; à opção pelo betão descofrado no interior e o revestimento a "cappotto" (Kaput!) no exterior da segunda, etc, etc, etc.
A posta é mesmo sobre esta "vergonha" (este medo, "fear") das escadas, sobre esta "trend" para as reduzir a meros corredores de circulação vertical, e esconder atrás de paredes que não as deixam "respirar" e "participar" na vida dos espaços (de circulação ou estadia) com que poderiam "comunicar".
Falta-lhes, às escadas, e aos espaços das casas que "servem" (Kahn), maior (e cito) "promiscuidade" (MGD).
Tristes escadas "emparelhadas"?
Metam-se com elas!
Vieram-me estas à ideia (à re-vista), mas estou capaz de apostar que há mais de onde estas vieram... como as baratas. (Mau, mas então o animal mascote da posta, não é o burro, com as "palas" nos olhos...)
Não sei quem, nem como, nem onde, começou a moda, mas (cá está - a esquerda), tamanha é a "obediência", e até parece que saiu uma nova "lei da escadas" para trepar ao estrelato do "sistema das estrelas" no céu dos arquitectos.
E o fenómeno não se fica pelas moradias unifamiliares. É "transversal"... que "frisson"! E não olha ao dente na hora de escolher as tipologias. Da vulcânica Casa das Mudas do Paulo David na "pérola do atlântico", ao vítreo "ice cube" (baby) do Kunsthaus Bregenz em Zurique (do vosso favorito Peter Zumthor), ninguém escapa! Que falta de respeito!
É claro que o "problema" (fossem todos...), tal e qual como na discussão sobre as "caixas", não está no modelo escolhido. Existem "escadas emparelhadas", pelas quais me pelo (em pelota... galega!), e de entre o "grupo" recordo (em "Ecstasy") a escada do Centro Galego de Arte Contemporâneo em Santiago de Compostela do Siza Viera... que maravilha com aquela "janela-clarabóia" no "plano oblíquo" (da cobertura) a ecoar a parede "inclinada" do átrio triangular com pé-direito duplo, e a resolver (com economia de meios e riqueza de sentidos) uma (e cito) "dupla função" (e necessidade) de iluminação... à melhor maneira dos ensinamentos do Robert Venturi no Complexity and Contradiction (o verdadeiro).
O "problema", como sempre, é o propósito (ou o despropósito) com que vamos "recorrendo" às memórias que nos habitam, o problema, é a inspiração e a transpiração, o problema é o talento. Raios!
Para terminar e para antecipar a "violência" das eventuais (e desejadas) criticas na caixa dos comentários, ressalvo que a posta não têm por objectivo a crítica, em concreto, às duas moradias "supra identificadas"... sobre isso, ou para isso, outras coisas haveria a escrever... da "inserção" "numa corrente suíca de forte expressão tectónica", conforme expressa no texto crítico de José Nuno Beirão, publicado na Revista Arquitectura e Vida (N.º 74), (a "expressão tectónica" de "corrente portuguesa" não lhes interessa...?) da primeira casa; à opção pelo betão descofrado no interior e o revestimento a "cappotto" (Kaput!) no exterior da segunda, etc, etc, etc.
A posta é mesmo sobre esta "vergonha" (este medo, "fear") das escadas, sobre esta "trend" para as reduzir a meros corredores de circulação vertical, e esconder atrás de paredes que não as deixam "respirar" e "participar" na vida dos espaços (de circulação ou estadia) com que poderiam "comunicar".
Falta-lhes, às escadas, e aos espaços das casas que "servem" (Kahn), maior (e cito) "promiscuidade" (MGD).
Tristes escadas "emparelhadas"?
Metam-se com elas!