Não sei se vale a pena (o que é que ainda vale a pena... de um blogue...) se vale (rá) ainda a pena regressar àquela passagem de Le Corbusier requentada (no micro-ondas da história das ideias) onde, na entrevista ao Expresso do último sábado, Souto de Moura se entusiasma com a defesa da construção em altura "
pela (e cito)
densidade, pela libertação de terrenos, pela criação de zonas verdes".
Ora longe do ODP querer atribuir às palavras de Souto de Mouro algo a mais (ou a menos) que as mais piedosas das intenções, mas convém alertar para a (vaga, vaguíssima...) possibilidade do (apelativo...) "discurso da densidade" redundar em nada mais que mais daquilo que já (por demais) conhecemos de especulação e exploração e degradação urbana (e humana...) dos "habitats"... humanos...
Porque, desculpem a insistência nas vulgaridades e nos lugares-comuns, a (abençoada) "construção em altura" não é (não foi nem nunca será) garantia de qualquer... "libertação"... nem de "terrenos" nem de coisas mais... substanciais...
Isto é um "ponto" lixado, porque o ODP também é todo a favor da "densidade" e das vantagens comparativas da "concentração". A favor da "racionalidade" (possível...) da arte de bem planear... a favor, bem... disso tudo... A favor (disso tudo) e a favor de outras "formas" ditas "tradicionais", mais... "horizontais", de ocupação, ao longo das margens dos rios...
Isto é capaz de ser por estar ainda "under the influence" da leitura do das colagens, mas... e que tal um "mix", um shot, de utopia e tradição!? Não consta propriamente que as cidades (da tugolândia), com os seus "centros históricos" (ou somente tradicionais) mais que meio abandonados, quarteirões (grosso modo) por consolidar e periferias por requalificar (volte mais tarde s.f.f., estamos muito ocupados com os programas Polis...) estejam exactamente a sofrer de "sobre-ocupação" ou de claustrofobia...