... vamos p'ra Piscina
Caro JFC (dando continuidade à tarde na cantina...)
A melhor obra do Venturi? Isso é coisa que não se pode "apurar". Como com a obra de todos os grandes arquitectos a "melhor" obra é uma coisa que não existe. Qual é, pergunta retórica, a melhor obra, a obra mais "significativa", do Corbu, do Aalto, do Siza (impossível comparar o valor das piscinas - cá está... - do Porto triste com o museu do Porto Alegre...).
Eu amo tantas obras do Venturi... como é que eu posso escolher a "melhor"...
Temos as melhores (no plural) do antes da fama do Complexidade e Contradição, desprezadas pela "inteligência" da época (estudem a lição) como sendo "feias e ordinárias". As obras da maturidade dos anos 70 (pós Las Vegas), apreciadas (engole!) quase a contra-gosto (até o Frampton e o Tafuri tiveram que incluir a casa "previousily know as" Carl Tucker III em Westchester County entre as melhores obras de arquitectura da década...). As obras da quase consagração dos anos 80... (museus, universidades, as cantinas... os primeiros laboratórios...) As obras-primas criminosamente negligenciadas (graças à reviravolta da maré e à desgraça do "sucesso" cri-cri-critico da implantação do star-sistema: FOG, a-Zaha-rada, Shelltox, Kualhas, H&deM, etc.) dos anos 90...
E preciso não esquecer que o Venturi nunca gozou de um "estatuto" (para o melhor e para o pior...) comparável ao do FOG, e que tem uma obra imensa, não apenas desconhecida, mas (e o que mais "custa"...) ignorada...
Se, ainda assim, eu tivesse "mesmo" que escolher?...
Não sei... a não construção do Philadelphia Orchestra Hall, deve ter sido (por todos os motivos e mais um...) particularmente dolorosa...
Agora reparo que acabei por escolher uma não obra... typical me...
A melhor obra do Venturi? Isso é coisa que não se pode "apurar". Como com a obra de todos os grandes arquitectos a "melhor" obra é uma coisa que não existe. Qual é, pergunta retórica, a melhor obra, a obra mais "significativa", do Corbu, do Aalto, do Siza (impossível comparar o valor das piscinas - cá está... - do Porto triste com o museu do Porto Alegre...).
Eu amo tantas obras do Venturi... como é que eu posso escolher a "melhor"...
Temos as melhores (no plural) do antes da fama do Complexidade e Contradição, desprezadas pela "inteligência" da época (estudem a lição) como sendo "feias e ordinárias". As obras da maturidade dos anos 70 (pós Las Vegas), apreciadas (engole!) quase a contra-gosto (até o Frampton e o Tafuri tiveram que incluir a casa "previousily know as" Carl Tucker III em Westchester County entre as melhores obras de arquitectura da década...). As obras da quase consagração dos anos 80... (museus, universidades, as cantinas... os primeiros laboratórios...) As obras-primas criminosamente negligenciadas (graças à reviravolta da maré e à desgraça do "sucesso" cri-cri-critico da implantação do star-sistema: FOG, a-Zaha-rada, Shelltox, Kualhas, H&deM, etc.) dos anos 90...
E preciso não esquecer que o Venturi nunca gozou de um "estatuto" (para o melhor e para o pior...) comparável ao do FOG, e que tem uma obra imensa, não apenas desconhecida, mas (e o que mais "custa"...) ignorada...
Se, ainda assim, eu tivesse "mesmo" que escolher?...
Não sei... a não construção do Philadelphia Orchestra Hall, deve ter sido (por todos os motivos e mais um...) particularmente dolorosa...
Agora reparo que acabei por escolher uma não obra... typical me...
15 Comments:
o K.Frampton é um fútil com uma couraça de profundo :)o Venturi é um revolucionário :):):) Mudam-se os tempos...
não diria que o Frampton é fútil...
a "política" na obra do Venturi é uma daquelas coisas que é demasiado complexa e contraditória... :)
para uns (para e esquerda "clássica") o venturi é um reaça do piorio, para outros (para a direita "clássica" mais reaça) é um perigoso e subversivo revolucionário (também "estético") "amigo" dos mais desprotegidos... (podia dar exemplos mas não dou)
e o melhor e mais interessante é que o gajo gosta de alimentar os equívocos... :)
I am not now nor have I ever been a Postmodernist... é hilariante! :)
pior que analisar a política na obra do Venturi só analisar a política nos Simpsons... :)
No livro "Makers of Modern Architecture"- Martin Filler (ed.the NY review of books )2007.
O Venturi é tratado com um enorme respeito ... enquanto outros eheheh :):)
é um óptimo livro para limpar equívocos :):):)
não tenho esse, maria
raios, já me meti em despesas :)
yeap, foi um desproposito pedir-te para escolheres o 'melhor Venturi', reconheço; o teu post merece resposta substancial, coisa para qual n tenho tenho tempo neste momento, mas cá voltarei; apenas um bitate ou dois: quando li pela primeira vez o CeC fiquei deslumbrado com a inteligência da coisa; depois voltei a deslumbrar-me com o Learning, mas foram ficando pulgas atrás da orelha: aquela complexa verborreia sobre a Guild House, sobretudo a teoria da apróximação ao palácio renascença dada por uma fiada de tijolos a branco que, teóricamente, separaria o piano nobile do último piso...hummmm...não estaremos a explicar demais? está bem, a obra é um manifesto, mas o problema é que todas as obras da dupla são manifestos e, às tantas, um tipo tem vontade de repousar a vista e a cachimónia numa obra ingenuamente simples e bela (sim, eu disse mesmo b-e-l-a); talvez a coisa se possa formular também deste modo: só podes mostrar uma vez a lata de Campbel, se à segunda mostrares uma de ervilhas, (apesar de serem ervilhas)começas a repetir-te, é este o problema de todos os manifestos; dito isto, gosto do relógio de staten iland...
JFC (pressionado pelo tempo)
obg., JFC (o pressionado) :)
eu também gosto do relógio... e da "revisão" do relógio e do... e do... e do...
sobre os projectos manifestos vale a pena ler (quando tiveres mais tempo...) o PDF da posta "advanced studies"
queres mais b-e-l-o que as flores da fachada do BEST !?... :)
o "belo", aprendi eu, não existe... existem (categorias e sub-categorias) estéticas de "aproximação" (o "sublime", o "pitorisco", o "bonito", etc.) ao belo
e eu diria que o venturi fez umas belas rasantes, umas optimas tangentes e algumas intersecções... ordinárias... :)
sobre a guild e sobre as "explicações"...
repara que o venturi sempre explicou demais... a culpa é do "método comparativo", essencial para o ataque (que é a melhor defesa) da sua obra
se bem te recordas não é só com a guild nem é só com o palácio renascentista...
o gajo é "transparente", não tem nada daquelas caganças metafisicas, do tipo "dama (das camélias) afectada"... ai não sei, não sei... eu sei lá da-donde é que se me vem a inspiração...
vê, por exemplo, as "explicações" da mais recente obra japonesa de kirifuri (ou lá o que é)
é o jeito, hiper pedagógico! :), do gajo...
é pá, a questão é esta: não podes declarar numa entrevista que és a vanguarada e meter o resto da maralha no caixote do lixo do neo-modernismo/pastiche/industrial-rocaille. Se é certo que o que não falta por aí é pseudo-vanguardismo medíocre, também é certo que o ordinário/chique/ provocatório do intelectual que soube compreender Warhol e o camp tem que se lhe diga...É muito cómodo estar refugiado nesse terreno (quase imbatível) da ironia e da anedota, atirando pedras a tudo o que mexe, rindo dos outros e de mim mesmo. Não nego qualidade na obra da dupla, reconheço-lhes alguns momentos iluminados, o de NY, o relógio, para mim é um deles, na National Gallery (a única obra que conheço e uso sempre que posso; (sua majestade o orelhas de burro também gosta...), souberam fazer humor subtil; noutras (a maioria?) foram frustes,repetitivos, acertaram ao lado, imho. Esquecidos? Desprezados? Incompreendidos? A história do coitadinho não pega. A história da arquitectura (a história, tout court?) não se faz com coxos lamechas.Falar da information age e gritar: mas vocês, ó suas bestas, ainda não perceberam o paradigma do sec XIX?, ainda não perceberam o que se passa à vossa volta?, parece-me atrevido e um verdadeiro desproposito..:) OK, less is bore, we know it, we have had enough, mas a verdade é que não se pode despachar assim o minimalismo com duas vassouradas; não se trata de um episódio recente, o minimalismo é uma corrente funda e recorrente que atravessa toda a cultura europeia, que ecoa nas palavras de S. Francisco de Assis: para viver preciso de pouco, e desse pouco, preciso muito pouco...Quem pode impedir JFC, num arroubo de despojamento místico, de desenhar para uma prima rica, excêntrica e budista um cubo de vidro fosco para ela viver com uma fotografia do dalai lama à cabeceira? Quem pode impedir um poeta (ou um pateta) de fazer um haiku? Não me fodam!
Information age? Quem desembarca em Stansted percebe bem o que é a information age: toda aquela arquitectura (aparentemente com pouco brilho) vazia e branca, é suporte esplendido de informação, abrigo eficaz dos milhões que por ali passam à procura de sinais, setas, anúncios, orientações, informação;tão perfeita que ningém dá por ela (excepto JFC...); estrutura magnífica, tão bela quanto a que os romanos fizeram nos aquedutos; honesta, silenciosa, bela,B-E-L-A arquitectura! Fuck you Bob! Queria ver-te fazer um aeroporto!
JFC (excessivo e arrebatado)
só mais uma coisa:
não estará na hora de convidares a Maria(scot brown?)dos comentários a participar no desproposito? parece-me que vocês formam uma espécie de dupla...
just a joke :)
JFC (pop artist)
se o bob fizesse um aeroporto tenho a certeza que não fazia nenhuma daquelas esculturas estapafúrdias que para aí andam
nada de "expressionismo abstracto", nada de calatravas, e de fuksas e o c...
o moneo escreveu muito bem sobre isso quando projectou o aeroporto de sevilha
um aeroporto é do "chão" e pode (e deve) ser inspirado ("informado") pela arquitectura da terra, como, aliás, outro programa qualquer (agora é só - camelo do deserto da margem sul... - esperar pelo convite para projectar o alcochete jamé...)
deixa lá reler tudo o que tu escreveste...
o venturi não quer ser "vanguarda"... não quer ser "cutting edge"... isso é o que mais NÃO falta por aí
o venturi é a não-vanguarda (popular...) para citar um artigo (velhinho, velhinho...) do MGD
o venturi acha que é melhor ser bom que original, e isso é a "atitude" (ena pá 2000...) menos "vanguardista" que se pode... ser
não é cómodo estar refugiado... é incomodo ser coerente e decente e não trocar convicções... por trabalho
a ironia é tudo o que resta quando não existe mais nada... querias o quê, "sínteses (volta serenela) positivas"?...
o venturi não grita... o venturi sussurra... com manifestos gentis... :)
sobre o minimalismo... se queres que te diga, eu até acho que o venturi é um arquitecto muito minimalista... (eu e o venturi :) não temos culpa que por minimalismo... etc.)
não concordo contigo quanto ao valor do trabalho, mas não vou discutir, o "pacote", assim por "atacado"...
tenho a ideia que o "Charles" (partilhamos essa) não terá gostado por aí além da NG (o "Charles" é mais reaça do que aquilo e não é tipo para apreciar a ironia de uma fachada miesiana justaposta a umas colunas decon...)
a arquitectura romana é tudo menos silenciosa (se calhar querias falar da grega...), e o bob (back to Vegas...) é o seu herdeiro :)
um beijinho e as melhoras para a tua rica prima :)
deixa lá a maria em paz e vai mas é criar um blogue, punk :)
é pá, tu deste-me um link para uma entrevista do Bob (que eu desconhecia), em que ele, entre outras coisas, diz isto:
'Not to sound pretentious, but I think we're the avant-garde. I think people will catch up with what we're saying, as they have in the past.'
O teu mestre É a vanguarda. Ou vais dizer-me que não compreendi a ironia implícita na declaração? Ou vais dizer-me que o que ele diz não se escreve? Se assim é, então vai ser difícil chegar a uma conclusão, porque entramos no domínio (tão caro a Warhol...) da blague, da irracionalidade, da atitude provocatória inconsequente e tão tola quanto os dislates cacofónicos dos netos do Mies.
Mais adiante o teu mestre sai-se com esta a propóito do Staten Island ferry terminal (projecto que aliás me agrada):
'an architecture for now whose surfaces emit light like the NASDAQ building rather than reflects light like the Parthenon'
é pá, eu acho porreiro que ele use LEDS e que faça o que lhe dá na gana em cada projecto, o que me irrita é que tudo isso sirva de pretexto para um manifesto onde se invoca (em vão) o nome do Partenon! Para quê? Para apanhar tolos? Não havia necessidade....
Apetece gritar: ó palerma, LEDS há muitos (basta dar um salto aqui: http://www.medienfassade.com/) o problema é que isso não chega para fazer Arquitectura com A grande. E por hoje fico-me por aqui. A prima manda cumprimentos e felicidades.
JFC(emitindo luz em todas as direcções)
não me interessa fazer um blog, prefiro comentar o desproposito, onde sou acarinhado pelos leitores e autores; já tive, em tempos idos, um blog; era sobre mamas, (algumas grandes, demasiado grandes); acabei por desistir, ninguém me compreendia.
JFC(vagamente nostálgico)
luminoso e radiante JFC :)
já escrevi e já apaguei este comentário algumas 500 X...
o ponto é o seguinte:
eu concordo em absoluto com o (actual) venturi
concordo com a crítica à "actual" arquitectura neo-moderna, expressionista-abstracta, heroica e original, (quase todos...), e concordo com a defesa, com a "promoção", de uma arquitectura "genérica", compacta (moneo), funcionalista por "excesso" ("mitten"), "diversa", "plural" (e tanto quanto possível, democraticamente "multi-cultural"), sem caganças (de maior), e sim (sempre que "apropriado"...), "electrónica"
(ver + em: http://www.metropolismag.com/html/vsba/robert_venturi.html)
discutir a vanguarda (não discutirás - suprema blague blasfema... - a vanguarda...), ou a indiscutível beleza descolorida do partenon, é, como diria o (veneno do) outro... "quinquilharia"...
a arquitectura com A grande, emite "e" (both-and...) reflecte a "luz"
o resto são boutades...
o venturi do less is a bore e do mess is more é o mesmo venturi do mies with signs...
odp (sempre grato pelos comentários e pelo blog das mamas grandes em http://bigtits.blogspot.com - muito melhor que o abrupto...)
aqui:
http://www.metropolismag.com/html/
vsba/robert_venturi.html
Enviar um comentário
<< Home