Polémicas Naturais (A Natureza das)
E por falar em Wallpaper (# 1) o que parece "estar a dar", é o minimalismo "with a twist"... Um "tipo" ("contemporâneo") bem representado pela Casa no Gerês da dupla Graça Correia e Roberto Ragazzi, publicada na Wallpaper N.º 100 ("especial") de Junho/Julho. Para citar Souto de Moura (como sabem os meus caros amigos Pós-modernos, convêm sempre citar alguém importante, particularmente - e muito especialmente - quando queremos repetir uma banalidade qualquer...) estamos a falar das famosas "caixas". As "caixas" sensíveis e tectónicamente texturadas (e/ou "embrulhadas") por uma "pele", ou as "caixas" gravemente "esculpidas" por uma (pesada...) materialidade mais expressiva e (porno-gráficamente, Marta?) "evidente". A preferência da "trend" vai (toda) para o betão à cor natural (!) com acabamento variado, combinado com muitas madeiras (naturais... e amigas do ambiente...), também com acabamento à cor natural... Recordei-me da moda das janelas em madeira (pintadas de "castanho"... a imitar janelas em madeira!...), com que quiseram combater, em mais uma daquelas periódicas campanhas do "bom gosto" (com que a pequena burguesia procura repelir a pequena burguesia ainda mais pequena...), os "pirosos" e populares (e "tendencialmente" baratos e "desqualificados"...) "ALUMÍNIOS". Também isto já deu a volta que tinha a dar... estão de volta, à "moda", entre os arquitectos e os seus clientes mais "esclarecidos" (aqueles que "procuram" "o" arquitecto...) os alumínios anodizados à cor "natural"...
Seja lá como for, o importante (aqui), a "palavra-chave", é mesmo a palavra "natural". Toda a gente quer ser "natural" ("somos verdes - como na "campanha"... - somos "naturais"...), e até aquele rapaz que diz que é ministro (aposto que vive numa casa com caixilhos de alumínio anodizado à cor "natural", que vão tão bem com a fatiota de serviço...) desvalorizam as "polémicas (porque) artificias"... Ai, se ao menos as polémicas fossem "naturais"... mas não, logo para nosso azar (do governo) nos havia de "calhar" uma "polémica artificial"...
Todas estas casas em betão e madeira, e mais um ou outro (mínimo) material para compor o ramalhete do strictus (mini-mal) necessaire, me parecem "inspiradas" na casa Fischer do Khan... Fúteis como as sobrinhas que chegam da cidade, para encontrar no armário da campónia da parenta, um "paninho" qualquer que voltou a estar na moda...
5 Comments:
ahah! Anodizados, grande invenção dos gajos que não têm dinheiro para outras coisas mais caras, mas que querem dar um ar de neutralidade.
Pois é isso, neutralidade, a arquitectura hoje define-se pela sua não existência, respeito pelo "ambiente". Tão respeitosa que se anulou, fatalmente tendemos a matá-la em nome de uma imagem de não compromisso.
É como aqueles pratos que não são peixe nem carne, sabem ao mesmo.
A arquitectura "despojou-se" (tive uma prof. de projecto de 3º ano que adorava este termo amorfo e vazio de sentido)de si própria. Sim pode dizer-se que temos uma arquitectura anorética, que nega-se a si como presença formal, e física, para passar a ser uma coisa (con)fundida noutra coisa.
precisamente, o alumínio anodizado à cor natural a imitar aço... como aqueles gajos que gostavam de ter um Ferrari, mas só têm dinheiro para um... "tigra"... grh!!!
neutralidade, dizes bem... com um simples caixilho de alumínio "anódino" (para citar a inesquecível Ivone Silva) "eu nunca me comprometo"
e mais do que "respeito" pelo ambiente, temos "medo"...
é ver a capitulação dos eco-pop's, as casas cabeludas e as arquitecturas "verdes"...
álibis "científicos", para o medo (a "incapacidade"...) de dar forma à disciplina
é um dos motivos porque eu gosto (cada vez mais) do Siza (por exemplo das piscinas de Barcelona)
quem sabe, sabe, e não precisa cá de high-green-tech para nada
Anodizado têm qq coisa a ver com Andrógino, não?
sim :) as lantejoulas...
A dragqueen (coisa parecida, não sei como se escreve) da arquitectura.
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