Bibliotecas (Arquitectura Ibérica # 17)
... para aqui entretido com o número # 17, da revista Arquitectura Ibérica da editora Caleidoscópio (as páginas estão fraquinhas...), sobre bibliotecas, com muitos e bons exemplares das ditas.
JLCG em Tavira, ARX em Ílhavo, etc.
Fiquei a gostar menos da biblioteca de Sintra de Alexandre Marques Pereira, da qual me encantavam algumas das fotografias que já conhecia, ao analisar (pela”leitura” das plantas e dos cortes) algumas das soluções espaciais propostas, e muito em particular os inúmeros e longos corredores de circulação; e também fiquei a gostar menos da “sereníssima” biblioteca de Viana do Castelo de Siza Vieira, que tanto me entusiasmara aquando da publicação do projecto na Prototypo # 7 (?), e que agora achei “entalada”, sem espaço para respirar, e com um alçado a poente, que assim, e nessa “condição”, não se deixa entender e pouco sentido faz... teria beneficiado de um maior “isolamento”, e de uma praça a poente, como o Pavilhão de Portugal da Expo de Lisboa, o que, e dado o caso da implantação ter sido “acordada” entre os amigos, não têm desculpa. Em tudo o mais, é a mestria do costume, a altura exacta na engenharia dos pórticos que enquadram a paisagem sobre o rio e sobre a outra margem (também como no Pavilhão de Portugal...), o domínio sobre o espaço, a luz, os materiais... Adiante.
A publicação “exaustiva” das diferentes fases porque terá passado o projecto da biblioteca Jaume Fuster em Barcelona de Josep Llinàs ainda não tive tempo para analisar com maior pormenor... mas para edifício público, (a)parece incapaz de “subjugar” o peso das banais construções residências de “mercado”, que a “abraçam” e quase sufocam... Para confirmar, ou, preferencialmente, não.
Uma boa surpresa (para mim), a biblioteca central de Sant Boi de Llobregat (olá Siza...) de Toño Foraster e Victoria Garriga do atelier AV62 (Link a não perder), que soube tirar o melhor partido da localização no sopé de uma gentil colina e contrabalançar a quase imaterial arquitectura com uns “presencistas” painéis de fachada em alumínio (?) alegremente coloridos... e outra coisa não seria de esperar na cidade de Gaudi. Arquitectura da moda, daquela que se usa, mas da boa! Sem espinhas e sem fava!
Para o fim, deixei a referência à biblioteca de Vila Real de António Belém Lima, o autor do notável conservatório da mesma cidade (uma das minhas obras preferidas da arquitectura portuguesa dos últimos tempos), desde há muito, um caso sério da nossa arquitectura, e uma obra que tem andando afastada da atenção que merece, graças (?) à produção quase exclusivamente “regional”. (Longe de Lisboa, longe do coração...) À consideração dos programa-dores (de cotovelo) do CCB. Apenas um pequeno (grande) reparo para o desaproveitamento da “praça-baixa”, que poderia, para maior comodidade e conforto do republicano “espírito” comunitário, agarrar a entrada principal no edifício. Para quê percorrer (e subir...) o longo corredor exterior inclinado (forrado a painéis de madeira) para, logo que “apanhado” no interior, ter que voltar a descer (as crianças...), ou a subir (os adultos) umas escadas? For Art Sake...?
A revista mostra mais bibliotecas que não me interessam por aí além... e para estar para aqui a escrever e a ter o trabalho (mesas redondas...) de “dizer mal” (nunca!), mais vale ficar quieto.
... para aqui entretido com o número # 17 (...)
Obviamente, recomendo-a!
Desenho: Estudo para Biblioteca, AM, 1994
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