terça-feira, dezembro 26, 2006

A Questão da Composição

Sim... penso que compreendo o ponto de vista que expões no teu "comentário-resposta", ao meu comentário, à tua posta.
Sim... a procura do "bonito", em função de critérios previamente "consolidados" (e como tal reconhecidos pelo mercado...), com a devida "caução cultural" da (autoridade da) história (mais ou menos recente) da disciplina.
Mas mesmo assim... algumas diferenças entre o JLCG e o Byrne.
O Byrne (ou deveria escrever "um Byrne" – "assinatura") pouco me interessa... e não chega para ódio de estimação. (O ódio vai para os afilhados...)
O JLCG é mais "curioso" (agora por exemplo, estou muito interessado na obra da biblioteca de Tavira), tem coisas de que gosto muito e outras de que não gosto nada... normalmente na mesma obra. Quanto muito, é uma "irritação de estimação", mas penso que é uma obra que vale a pena acompanhar.
O que mais me interessou na tua resposta, e aquilo com o que eu não posso concordar, foi um certo "desprezo" (ou "menosprezo") para com o tema (a questão) da composição. Recordo uma conferência do Prof. Cabral de Mello na velhinha FAUTL do Chiado, em que esta questão foi "denunciada"... em que falou numa certa "vergonha" (cito de memória) em falar de composição... Mas não há maneira de escapar à composição, pois não?
(Re)Veja-se (no últimas reportagens, por exemplo) uma das mais "radicais" e "extremadas" obras da arquitectura portuguesa dos tempos mais recentes: A casa de Sintra do arq. Paulo Gouveia. A procura de uma arquitectura informal, reportada à dupla tradição das experiências locais (saloias) e das correntes ("alternativas", ao "mainstream" modernista do estilo internacional...) do empiricismo (e "in-formalismo") escandinavo; não menos "composta" - por esse motivo - do que qualquer outra obra...
Da mesma maneira, a procura de outras possibilidades expressivas, que "incluam" (Venturi) o "feio", na linha, por exemplo, do teu M-mestre (Vicente), também não permitem (nem desejam...) a recusa, ou a "ausência" de composição...
Isto vai longo e confuso... O que te parece?