segunda-feira, maio 29, 2006

A Tradição, a Modernidade e as Posições Ambíguas

... Realmente, com o calor que está... "quase" desejo viver num frigorífico branco :)
Concordo com o argumento do lpscampos, e com o feliz exemplo do Ikea, mas em contrário, poderia argumentar com o contra-argumento do (ausente) "comentador" PCS, quando notava a contradição entre o desejo de uma arquitectura "tradicional", por um lado, e o desejo de "tudo o resto" (automóvel, tecnologia informática... frigorífico!) "moderno" por outro.
(Como é diferente o “desejo” em arquitectura!)
Um exemplo muito curioso no nosso país, é a coexistência da "modernidade" e da "tradição", lado-a-lado, nas estações de serviço das auto-estradas, em pacífica (?) coexistência da velhinha batalha (ideológica) dos estilos, que muito julgariam ultrapassada.
Isto dito, existe "mercado" para todas as "tendências". Todas serão legítimas, discutíveis e… criticáveis. Interessam-me mais os “resultados”, e em particular a crítica do implacável (crítico) “tempo”, do que posições apriorísticas, do género: Eu, “telhados” (ou terraços…) Nunca!
Pessoalmente, prefiro "as posições ambíguas"... complexas e contraditórias... e é tudo!
Barba Rija: O "Povo" tanto quer "antigo", como "novo", e de um lado e do outro, existem (arquitectos) melgas a... "impingir"! Não invocarás (blasfémia) o nome do Povo em vão… O que o “Povo” (pessoa colectiva registada?) quer, só o Povo o sabe…
Alguém viu a recente reportagem sobre a polémica com um “elemento escultorico” aos forcados (?), escorraçado de Vila Franca de Xira, e “apupado”, pela populaça, (como o lixo dos outros…) em Alhandra?
Só mais uma coisa... na maioria das vezes não sabemos interpretar, nem o antigo, nem o novo... e o Eisenman, recordo, fala (como provocação) dos clientes que criticam (como “conservadora”), a sua obra “(pós-)moderna”, na “Tradição do Novo”…

2 Comments:

Blogger Barba Rija said...

porventura é que a diferença entre o moderno de um carro ou de um objecto de design e a arquitectura é que o mercado dos primeiros depende sobretudo de um gosto comum, de ir ao encontro da população, (pois senão quem compra telemóveis?), enquanto que a arquitectura é feita para as revistas e para os arquitectos, lobby que controla o gosto que prevalece (quais os grandes nomes da arquitectura? quem define isso? não é o zé com certeza).

Mas por mais que um telemóvel receba prémios de design, se ele não vender, é uma porcaria, ou seja é o povinho que decide. Na arquitectura é a elite, e essa gosta demasiado de fetichar e filosofar (sempre que me lembro de ver um dos Mateus dos ARX a comentar uma casa no alentejo com argumentos neo-qualquer-coisa decorrentes de um livro "interessantíssimo" francês...) para ser levada a sério.

E não se esqueçam da máxima: o cliente tem sempre razão. Se ele não gosta das casas modernas, é porque porventura .... são más.

4:03 da tarde  
Blogger AM said...

Não só não concordo com a "máxima" (populista) de que "o cliente têm sempre razão", como o que não faltarão por aí são "clientes", que preferem "casas modernas".
Nos tempos (incertos) que correm, não acredito que a "razão" possa estar "toda" de um lado, qualquer que ele seja... quanto muito existem "razões", no plural, como reflexo das nossas sociedades democráticas (querias) e "pluralistas".
Não sendo possível (nem desejável) agradar a "todos" ao mesmo tempo, trabalhe cada um, com as suas, e nas suas, ideias.

4:49 da tarde  

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