sábado, maio 27, 2006

Alexandre Alves Costa

"Depois de algumas variadas e íntimas disputas, o casal desavindo anunciou pelo seu porta-voz masculino a sua indisponibilidade para continuar a experiência e sobretudo pagá-la. Desejavam, e esse era o seu elo, uma casa à “antiga portuguesa". Agora era tarde; a relação academizada pelo estilo não chegou a desenvolver nenhum processo vital que garantisse a sua renovação e consequente procura/talvez encontro de uma maneira própria de estar no mundo"

Alexandre Alves Costa, Notas de Autor, Casa em Leça da Palmeira, Architécti 11/12

Citação, (em parte...) partilhada com o Lourenço (do Complex...) no dia 20 de Julho de 2005, ao tempo dos comentários... e antes d' odesproposito... (que estranho, como tudo isto parece muito mais longínquo... no tempo e no espaço...) recuperada a despropósito da (anterior) resposta a este (ao mesmo) comentário do lpscampos.

2 Comments:

Blogger Barba Rija said...

exacto. palavras muito sucintas e claras. é isso mesmo. Houve uma quebra na tradição, cortou-se o fio da meada, e hoje tentamos impingir o novo enquanto o pessoal quer é o antigo... e esse já não sabemos reinterpretar, porque já o esquecemos...

12:49 da manhã  
Blogger lc said...

Recentemente pediram-me, como mera curiosidade pessoal, para transpor uns desenhos/esquiços de umas plantas e alçados de uma casa para formato digital e rigoroso. A casa em questão era uma idealização da habitação pretendida num futuro, ou seja, um exercício mental por parte de um não-arquitecto, sem ligações às artes ou às engenharias. Surpreendeu-me que o projecto era estilisticamente mais moderno que as habitações do Corbusier e dos muitos intitulados minimalistas actuais.

Parece-me que os gostos da geração que agora se emancipa perante os pais já abraça os valores estécticos da modernidade e fortemente repudia o fenómeno kitsch de imitação histórica. Não é por mera coincidência que a Ikea tem o sucesso actual em todo mundo... Somos filhos ou netos dos volumes puros e superfícies limpas, que abominamos as curvas e contra-curvas dos capitéis clássicos, que detestamos os rococós e ornamentações supérfluos e que acima de tudo, como diria o Ernesto Nathan Rogers, vamos acabar por viver em frigoríficos brancos...ou talvez não!

2:41 da manhã  

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