trinta anos depois (bidonville) *
trinta anos depois havia novos avós, novos pais e novos filhos (a morar dentro e fora...)
trinta anos depois havia um novo país, como uma casa nova, e novas casas (como um continente inteiro...)
trinta anos depois sobravam memórias (boas) e muitas histórias (para contar)
trinta anos depois, a "sala" comera (a sua) metade do pátio (como esperado) e ganhara um "nicho" para acomodar as sempre (também elas) "evolutivas" tecnologias
trinta anos depois, a casa ganhara uma "proper" bath-room
(trinta anos depois a língua portuguesa - as we know it... - linguisticamente modificada, também não era mais que uma recordação...)
trinta anos depois, os caixilhos (e os pavimentos e...) eram outros
trinta anos depois a adição de revestimentos (pelo exterior e pelo interior) de paredes e coberturas melhoraram as condições de "habitabilidade & conforto" (lda.) da casa
trinta anos depois, o tanque (que fora "quase-piscina" para as brincadeiras das crianças) era (ora toma!) um "quase-spa" para os adultos (agora quase-crianças outra vez...)
trinta anos depois, os arquitectos angolanos (ora toma lá para os complexos neo-coloniais...), os estudantes de arquitectura das prestigiadas universidades Angolanas projectavam casas (mínimas) para os (depauperados) subúrbios das depauperadas cidades europeias...
trinta anos depois não havia sinal, nem saudades, nem remorsos, dos "bidons"
trinta anos depois, não havia ferrugem
e as árvores no quintal, mais belas que nunca
* para Kemal Özcül
trinta anos depois havia um novo país, como uma casa nova, e novas casas (como um continente inteiro...)
trinta anos depois sobravam memórias (boas) e muitas histórias (para contar)
trinta anos depois, a "sala" comera (a sua) metade do pátio (como esperado) e ganhara um "nicho" para acomodar as sempre (também elas) "evolutivas" tecnologias
trinta anos depois, a casa ganhara uma "proper" bath-room
(trinta anos depois a língua portuguesa - as we know it... - linguisticamente modificada, também não era mais que uma recordação...)
trinta anos depois, os caixilhos (e os pavimentos e...) eram outros
trinta anos depois a adição de revestimentos (pelo exterior e pelo interior) de paredes e coberturas melhoraram as condições de "habitabilidade & conforto" (lda.) da casa
trinta anos depois, o tanque (que fora "quase-piscina" para as brincadeiras das crianças) era (ora toma!) um "quase-spa" para os adultos (agora quase-crianças outra vez...)
trinta anos depois, os arquitectos angolanos (ora toma lá para os complexos neo-coloniais...), os estudantes de arquitectura das prestigiadas universidades Angolanas projectavam casas (mínimas) para os (depauperados) subúrbios das depauperadas cidades europeias...
trinta anos depois não havia sinal, nem saudades, nem remorsos, dos "bidons"
trinta anos depois, não havia ferrugem
e as árvores no quintal, mais belas que nunca
* para Kemal Özcül
4 Comments:
AM,
Parabéns uma bonita homenagem ao Kemal que não sei quem é :)
ou a arte de olhar, sentir e ver ...:)
"toda a vida pode ser só um pormenor"
frase com que iniciou ontem a sua última aula o Manuel Correia Fernandes
a posta é mais "inspirada" pelo Kemal que propriamente "para" o Kemal, mas na verdade tanto faz...
a vida é uma ...alheta (quando não uma ...alhada) :)))
gostava de ler o seu comentário à posta anterior...
já lá está :))))
mt obg :)
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