terça-feira, agosto 05, 2008

Lugares Apropriados (e boas maneiras)

Caro João

Gostei de ler a tua posta mas (como anteciparás) não concordo com tudo o que escreves.
Para mim o mais "relevante" sempre foi o projecto. Aquele projecto, aquela solução em concreto, como "caso" único, mas também como "modelo", como hipótese, para a "mudança" da cidade (de Lisboa, neste caso).
Não percebo quando afirmas que o projecto proposto é "certamente" mais "interessante" (?) do que a construção existente. Acho que não fazes a "prova" dessa evidência (mas se calhar é mais uma questão de fé-zada...).
O teu discurso (principalmente na "conclusão") parece-me ainda "contaminado" pela "febre" das "novidades" (pela novidade...) e das "rupturas" (pela ruptura...). Uma "febre" recuperada pelos "contemporâneos" todos "trans-modernos" (e pseudo "vanguardistas"...) aos "modernos" (propriamente ditos) das vanguardas heróicas...
É um discurso (vide o projecto para o novo museu dos coches...) adoptado por tudo quanto é ministro (ou "alto quadro"!...), e que serve para justificar (para mascarar...) as maiores prepotências e atrocidades.
É uma posição cómoda e simplista, tão preguiçosa como as dos "conservadores" (e reaças) que tudo querem "preservar".
E não é preconceito (porque é que há-de ser preconceito!?) continuar a acreditar que existem "lugares apropriados" (e "boas maneiras"...) para a construção do "nosso" tempo e para a transformação da cidade de acordo com as nossas necessidades e os nossos desejos.
Não me quero repetir...
O Siza, salvo erro, e salvo erro a propósito do projecto para o Condes, dizia que por vontade dele "fechava" (dava por "fechada" e "acabada", ou qualquer coisa parecida com isso...) a cidade "histórica" anterior a 1950...

49 Comments:

Anonymous Anónimo said...

não sei se é tanto uma questão de "lugares apropriados"...talvez tenha mais a ver com "educação", delicadeza, ladies first, saber falar com a avó, não arrotar...enfim, com o conceito de urbanidade, que traduz tudo isto; também não alinho na demagogia do mono do mamarracho e das fogueiras inquisitoriais, queria ter ouvido mais explicações dos autores (o que nos disseram foi escasso e pacóvio) e aproveito a ocasião para perguntar: temos, ou não temos, de saber explicar racionalmente aquilo que fazemos?
JFC (o autêntico)

1:24 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

caro antónio,
será talvez mais o que nos aproxima do que o que nos distingue. desculpa o cliché, mas a esta hora, neste mês, não se consegue melhor.

não afirmo que o projecto será a única ou sequer a melhor proposta para aquele bocado de cidade. em todo o caso não conheceremos mais nenhuma. terei até reservas sobre isso. e também não condeno à fogueira do horrendo o que actualmente lá existe. tudo terá o seu valor e o que lá está, quanto mais não seja, ainda que não muito rico, terá o valor de quem o trabalhou - é preciso amar um pouco todas as coisas (esta soou demasiado católica, mas é o que a casa gasta). talvez por isso perceba que tenhas entendido este post como uma irredutível crença no prgresso e no novo. não. aliás sou bastante céptico sobre o nosso, português, discurso do progresso. sobretudo no domínio político - já sabemos que serão os buldozers a avançar sem dó nem piedade, nem amor nem desamor.
mas o outro lado será o da passividade. o do preservacionismo bacoco. o do conservadorismo sem nexo nem riqueza cultural. presumo que aqui, como talvez em tudo, haja um ponto de equilíbrio.
e se nas consciências modernas o progresso seria imparável, no nosso miserável e reaccionário pós-modernismo, o progresso é capaz de ser um monstro. (teremos provas irrefutáveis das duas tendências). não há, portanto, aqui, nem heróis nem vilões. haverá, presumo, repito, um justo equilíbrio.
o mesmo direi relativamente aos lugares "apropriados" à contemporaneidade. e aí distanciar-me-ei do discurso do mestre siza. ressoa a algum afastamento do presente (verificável), e temor ao futuro (imprevisível). porquê "fechar" a cidade "histórica" circa 1950? acaso o mundo parou de girar? acaso a História findou? - bem o desejariam os comunas e os mais impenitentes "capitalistas". mas para nossa ventura a História ainda não fechou os livros (que faltam escrever).

a histeria toda à volta do "mono" é que surpreende. mas mais surpreendente seráo alguns argumentos do "manifesto" para salvar o rato - e sabe deus e quem lá passa todos os dias, como o rato necessita de salvação. tudo me parece descabido e assaz conservador, no que este conceito terá de ultra-montano e anti-cosmopolita - e a actuação da câmara.
mais uma vez a sensação que há algo que não bate certo no clamor que alastra nas multidões (ignorància? medo?), na "forma" da administração (ausència da política? desaparecimento da ideologia? errância urbanística?) e em nós, arquitectos (e eu que até não suporto o corporativismo da classe), em mantermos um debate decente e culturalmente rico sobre o objecto em causa.

continuemos, então.

abraço,

j

4:43 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

é curioso que ninguém traz à colação o belo edifício que se ergue atrás da sede dos socialistas - suponho que do frederico george: magnífica geografia, melhor topografia, inteligentíssima implantação, moderníssima aparência, que apenas se deixa ver a quem desce a álvares cabral, mas que, paradoxo, domina toda a lisboa. uma presença ausente.
e que configura, em panfletária gramática, um MONO. sem ser stereo.

4:47 da manhã  
Blogger AM said...

JFC

educação (boas maneiras) etc. completamente de acordo
o conservador do Roger Scruton diz, e eu concordo, que "dispor" arquitectura não é muito diferente de "dispor" a mesa para o jantar...

ao contrário de ti, não penso que os autores do projecto, e em particular o parceiro Mateus, tenha mais alguma coisa a dizer sobre o projecto...
oportunidades (nunca) lhe faltaram (tem "o mundo" das revista aos seus pés, e é raro o mês em que não "aparece" com um projecto em e/ou para qualquer lado...)
até escreveu uma carta para o "Expesso", aqui no blogue, e em seu tempo, devidamente criticada, em que vinha com a desculpa dos alinhamentos pela platibanda - que temor... - do valmor do ventura terra e outra patacoadas que tais...

não sei se temos que saber explicar racionalmente (nem tudo será "racional"...) aquilo que fazemos, mas, nestes casos mais "sensíveis" e "mediáticos", valia a pena fazer uma "forcinha"...

habituados que estamos a falar para e como o Um Big O e a excluir o "leigo" do cenáculo iniciático (veja-se a posição do "crítico" Ricardo Carvalho...) é capaz de não valer a pena...

João

mt obg. (pela tua posta e pelo comentário)

A posição do Siza (que não é, obviamente, a posição do Siza) é, tanto quanto recordo, uma posição limite, uma provocação, que, "naturalmente", não iria agradar a (quase) ninguém
é uma posição limite mas que tem a incomparável vantagem da "clareza" arquitectónica e politica na gestão e transformação (ou não...) da cidade
gostava de ver os nossos políticos à rasca com uma proposta semelhante... que não, que não, que não podia ser... e depois o "progresso" (e a especulação urbana com a "propriedade" dos amigos proprietários...)
acho que estou de acordo com tudo o que escreves no teu comentário e muito em particular sobre a "relação" entre a politica e (algumas...) manifestações populares
pelos vistos incomoda muito mais uma petição com cerca de 4 mil assinaturas das boas consciências burguesas da upper midlle class da e do capital contra o "mono" (veja-se o artigo da CFA no "Expesso") que as outras manifestações populares todas com os 100 e 200 mil na rua... (se calhar estas petições populares para "salvar" não sei o quê - e atente-se na catolicíssima palavra "salvar"... - até têm esse... "propósito"...)
também gosto e também pensei nesse prédio acertadamente "curvo" a "flutuar" sobre o largo do rato (gosto muito, que digo, amo, a aproximação ao largo do rato pela rua da escola politécnica...) com as vistas "incompletas" sobre a arquitectura que se "move"...
é um óptimo exemplo, um óptimo "precedente" para o que poderia ter sido um projecto menos condicionado pela vulgaridade das "relações" na starquitectura assassinatura da tugolândia...

afinal de contas, as boas maneiras não implicam a hipocrisia das reverências e dos salamaleques de circunstância...

11:25 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

ora aí está. parece que concordamos mais do que discordamos.
mas siga o debate.
é que quanto ao "mono", muito sinceramente não se me oferece dizer nada. é mais um. dos mateus (direitos. eu gosto é dos tortos).
o que sei é que há bem pior - e sim, sei que isto não é argumento de jeito.
e o que dava para viver no curvo flutuante do rato.

4:12 da tarde  
Blogger AM said...

eu sou mais menino para o bloco das águas livres do NTP e do BCC
dizem que os apartamentos são super "piquenos", mas eu quero lá saber :)

abraço

4:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Am,
tentando ser racional:)
um sinal de boas maneiras seria converter as manifestações populares em petições da upper middle class :)

5:29 da tarde  
Blogger AM said...

not funny

7:10 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

o ideal racional seria sermos todos upper mid class (e vivermos na upper west side?).
mas isso seria toda uma teoria económica que abalaria as estruturas da nossa conveniência. os chineses é que a sabem toda.

7:31 da tarde  
Blogger AM said...

exacto, acabavam-se as minis ao balcão

8:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o que disse não tem nada de "funny".
já estivemos mais longe ...
as estruturas das conveniências são muito pouco firmes.
qt aos chineses é esperar para ver... quem sabe ?

8:47 da tarde  
Blogger AM said...

as estruturas da conveniências estão firmíssimas, maria... isto não muda (já lá dizia o Lampedusa) nem com os chineses...

8:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Penso que chegou o momento de testar a nossa democracia electrónica...que acham da ideia de iniciar uma petição para salvar os jerónimos do 'mono dos coches'?
Acho que não seria difícil provocar a histeria da upper midlle class da capital...querem apostar comigo?
JFC (o grande dirigente da upper midle class)

9:31 da tarde  
Blogger AM said...

salvo erro já lancei esse "repto"
a petição para salvar o largo do rato não assinei (obra particular, projecto aprovado, etc.), mas essa petição para "salvar" os jerónimos ou o museu dos coches, ou a zona ribeirinha, ou lá o que seja, sou bem capaz de assinar
a primeira coisa a "pedir" (com bons modos, claro...) é a divulgação do projecto
o projecto é público, foi pago com o dinheiro dos meus impostos (que estão em dia, obrigado) e não vejo motivo para estar no segredo das "altas individualidades" como o pinho e o outro que tá a fazer as vezes de ministro da cultura que não percebem patavina da coisa
num país civilizado estava tudo escarrapachado na net, com foruns, debates e o c...
num país normal a ordem profissional dos arquitectos já tinha metido a cabeça...
venham os chineses...

10:03 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

é isso!
vamos salvar o mono coche. (cariño)

11:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

:):):)
só uma pergunta o JAC é ibérico?

12:58 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

somos todos ibéricos.
a começar pelo novo EL Benfica.

8:58 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

não é preciso apostar :)
o JFC é sempre campeão !!!

JAC foi só curiosidade :)

11:54 da manhã  
Blogger formiga bargante said...

Meus caros

Vamos lá à petição.

Assino já.

Fernando Gonçalves

1:53 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

ordem à mesa:
mas é que tinha imensaaaaaaaaa pida fazer uma petição "salvem o coche".
é que já nem interessa se é para o edifício ou não. seria apenas para "ironizar" com o "bom gosto" da upper middle class - se de caminho se dinamitasse o coche, tanto melhor.

3:45 da tarde  
Blogger formiga bargante said...

Respondendo à ordem à mesa

Acho a ideia excelente.

Quem começa a redigir o texto?

Fernando Gonçalves

5:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caros amigos, nada pior para um upper-midle-class-em-estado-de-choque do que perceber que está a assinar uma petição contra si próprio...eu penso que a petição deverá ter um ar credível, isto é, ser escrita por um fã da Clara Ferreira Alves ou por qualquer outro upper-midle-class-em-genuino-estado-de-choque...Proponho, portanto,que préviamente se organize uma campanha para chocar intelectuais sensíveis, do tipo:
-já viste o que vai acontecer aos Jerónimos?
-Não, o que é?...
-Nem imaginas pá, aquela merda do museu dos cochos, tudo culpa do pinho, claro, tás a ver o pinho, não é?...
-Pois o pinho...
-Tens de ver...vou-te mandar uma fotomontagem...
(segue fotomontagem do museu dos cochos com uma miniatura dos jerónimos ao lado...)
JFC (o maquiavélico)

6:39 da tarde  
Blogger AM said...

isto começa a parecer um daqueles blogues famosos em que os comentadores falam uns com os outros... (...)

a petição (mas primeiro o projecto...) deverá evitar a colagem a valores de "gosto" (estético ou outro...) e/ou de "classe"
deverá, tanto quanto possível, ser abrangente, sem deixar de evitar as falsas neutralidades e os falsos consensos
esqueçam o "salvar", esqueçam o nosso rico "património", esqueçam a vingança da república e a "fundação" monárquica do museu existente...
ataquem com a falta de transparência do processo/projecto
com o ajuste directo
com a crítica fundamentada ao projecto (e se mais nada com o silo automóvel do lado do rio...)
com o centralismo lisboeta que arranca com os coches de vila viçosa ("informação" recolhida algures...)

7:47 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

mas olha antónio que "salvar" e "património" dar-nos-ia logo metade das assinaturas.
pensa nisso.

(e depois há o facto de o actual cocho passar a ser picadeiro - mas este convém não reforçar porque a nossa upper-mid-class é capaz de ser rapaziada para estas cavalarias ultra-neo-nostajo-aristocráticas)

7:48 da tarde  
Blogger AM said...

é esse o problema... acertar com o tom da petição
evitar o take over pela direita (pelo centrão e até por alguma esquerda mais caviar...) ultra-montana
evitar a crítica ao "mamaracho" (já disse que não gosto...)
saber fundar a crítica para escapar ao reconhecido charme da conversa do Mendes da Rocha e ao curriculum do senhor...
uma curiosidade... será que algum arquitecto português minimamente famoso e com pretensões se arrisca (rá) a criticar o projecto?...

7:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

eu conheço, nem precisa de nenhuma petição:):):)

Am qt ao tom da petição imagine que é música.

8:47 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

vamos a ver.
mas ouve lá, não te esqueças que sou de direita (caviar, claro).

9:00 da tarde  
Blogger AM said...

maria

só a petição, a falta de dinheiro, o calendário eleitoral ou uma catástrofe (natural ou outra) poderão evitar este desastre...

o mais provável (depois do "triunfo" do caso do rato...) é a petição

joão

am (com as mãos nos ouvidos...) não ouvi, não ouvi, na-na-na-na-na... :)
direita caviar!? mas isso não é uma redundância!? :)

9:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caros amigos, acabei agora mesmo de receber um sms (enviado por uma amiga upper-midle-class-em-estado de-choque) que já existe uma petição contra o novo museu dos cochos em:
http://www.petitiononline.com/np58ue/petition.html

Como não fala em salvar os Jerónimos e outros patrimónios não obteve mais do que umas tantas (poucas) assinaturas...
Ponho este facto à consideração do comité organizativo.
JFC (chocado)

9:32 da tarde  
Blogger AM said...

na tua casa ou da maria?
o joão leva o caviar
o fernado bate as chapas e regista o momento para a posteridade

10:17 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

kamaradas peticionários,
a incredulidade apoderou-se de mim.
jamais suspeitei que a nossa assustadiça upper-mid-class se aventurasse em tais narrativas peticionárias.
oh meu país! oh minhas gentes indignadas! indignai-vos ainda mais.

mas como foi bem referido pelo antónio, esta petição ainda não é o nosso alvo. o nosso alvo são a (juntas de) "salvação" (e dilatação) do património que, oh senhores, pedra a pedra, muro a muro, vai sendo arrastado na vertigem do progresso e as almas ilustradas e preocupadas em que não se mexa na sua gamela.

falando sério: e porque não um manifesto peticionário apontado directamente ao olho da estética. aquele projecto é mau por isto aquilo e aqueloutro, apenas razões estéticas. e provar que com essas razões se pode formular um discurso a-político mas pleno de ideologia. era lindo.
e com isso arrastar a supra-citada upper-mid-class para um beco (estético) que esta nem suspeitava que existisse.



p.s. só cá entre nós, o que existe em belém, aquelas instalações militares, não valem um chavelho. quase tanto como (aparentemente) vale o projecto do cára.

p.s.2. a ética fica para depois.

10:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pedia aos meus queridos "Ches" que se inspirem numa estratégia Olimpica :)
Am,a coordenação fica a seu cargo o porta voz é o JFC ou não sei talvez o JAC que me parece estar bem infiltrado no processo (quanto ao texto passem-no por mail o segredo é a alma da petição)...
desculpe formiga bargante penso que não se importa de ser o
1º a assinar
fico a aguardar ordens
maria (a secretária)

11:05 da tarde  
Blogger AM said...

(...) no ambiente requintado do antigo Picadeiro Real (...)

Ah! fadistas!...

(cá p'rá mim, não há igual...)

maria (como agradecer...)
"infiltrado no processo" é a melhor coisa que alguém alguma vez escreveu neste blogue :)

11:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

CHE Am,
muito obrigada :)tb não precisa de exagerar:)

O ODP é o blogue mais invejado da blogosfera

12:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

hummm...eu era mais a favor de um manifesto demagógico, mas atendendo a que já existe um dessa natureza, vou nessa do JAC do "projecto é mau por isto aquilo e aqueloutro, apenas razões estéticas". Aguardo "rascunho" aqui ou no meu email privadíssimo:
atapalam@gmail.com
JFC (de bóina)

12:31 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

"infiltrado no processo"
ui! ele agora sou isso? um "infiltrado no processo". está bem, está. isto está bonito.
acho que começamos a necessitar de távola redonda para amaciar os conceitos.
(isto é a silly season?)

mas sim. é de avançar. rapidamente para belém.
o objectivo é chegarmos em spam à caixa da drª ferreira alves. a partir daí, é como na bola (e no amor), "tudo pode acontecer".

quem já está a alinhavar o textículo?

12:37 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

CHEs AM JFC JAC
preciso da vossa opinião estética tenho duas boinas do Armani uma azul e outra cor de vinho qual é que devo usar :)
agradeço a sugestão ...

12:39 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

bordeaux, claro.

mas eu não sou che. não quero ter nada a ver com o esquerdalho iconográfico. posso ser o gajo que veste o fato de bom corte às riscas. talvez mesmo handmade em saville raw.

1:14 da manhã  
Blogger JFC said...

eu talvez seja mais xexé do que che, visto fatos Kinze(só visto!), alta-costura vienense, como o Mies e, dada a gravidade da situação/petição, criei um blog, assumi integralmente a minha identidade, nu integral, sou simplesmente,
JFC (Inertes em Tempo Real)

2:00 da manhã  
Blogger AM said...

o museu do feiticeiro do leste...
espantalhos, homens de lata, leões cobardes... dorothy...

12:30 da tarde  
Blogger formiga bargante said...

Então meus senhores:

Ninguém "se achega à frente" com uma proposta de texto?
São só bocas?

Maria
A formiga é um modesto "bate-chapas".
Existem neste blogue pessoas bem mais dignas de serem o primeiro subscritor deste manifesto.
"Abaixo o "cocho", PIM!

Um abraço a todos
Fernando Gonçalves

Uma sugestão: e como ponto de partida (mais um...) que tal o Manifesto Anti-Dantas?

12:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Meus queridos amigos :)
Che era um senhor que teve de tomar medidas drásticas, ele sim era um upper middle class e a nivel estético era absolutamente irrepreensivel:)

JFC será que estamos todos preparados para nus integrais :):):)

JAC quanto ao seu fato não tenho nada... :):):)a camisa deve ser da PINK (variado sortido 100% cotton)

Formiga B. não seja modesto assuma o seu valor integral (by the way adoro chapa zincada).

AM não tenho a menor dúvida que vai sair um texto exemplar digno de publicação :) !sabe que pode contar com esta leitora em caso de alguma dúvida não hesite contacte-me :):):)(conseguiu abrir e ler alguma coisa?)

4:45 da tarde  
Blogger AM said...

desculpa, Fernando

e não é sequer a primeira que eu de deixo ficar mal... (foi à primeira, e foi logo para esquecer... - mas isso fica para as nossas "memórias"...)

abraço

maria (no seu melhor... trapinho... :))

esqueça, isto não só não vai a lado nenhum, como não sei mesmo se vai passar daqui...
refere-se ao seu anexo com as fotos do artigo do KF?
mal deu para ler (já escrevi isso num comentário a uma das posta...)
fique a saber que a casa esteve para ser em pedra
mais uma vez mt obg

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Am,
referia-me às revistas AR:)não tem de me agradecer nada era o minimo depois do que me divirto aqui no ODP :):)
O ODP é um espaço fabuloso onde todos podem entrar, penso que é algo que só se deve a si, imagino que a todos apetece meter a colherada :)simplesmente somos um povo ainda muito inibido e portanto só os mais ex centricos se atrevem :):):)a maioria não está habituada a pensar por si, onde o sentido critico é confundido com o dizer mal :)li algures que o seu blogue era o mais importante de arquitectura portugês
força (che...)GO FOR IT!!!

já leu - Perfil do Marquês de Pombal pelo Camilo Castelo Branco (delicioso)

7:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Amigos,
precisam todos de deixar o mais sincero apoio ao AM !!!

7:35 da tarde  
Blogger AM said...

sim, a revista, ia a escrever isso, que devia ser a revista (que sim, cheguei a ver, mais uma vez mt obg) mas depois fiquei-me ali pelo "sofá", escarrapachado... a ver não sei o quê na (ou no?) FOX (conhece a musica com o verso "by friday life has killed me"? é a BSO deste comentário)
o que escreve no seu comentário é tão simpático (e imerecido) que fiquei ("eu que me comovo por tudo e por nada") comovido
eu li que odp é um dos dois melhores blogues "de" ou "sobre" arquitectura (sendo que odp, etc.), mas não devemos acreditar em tudo o que lemos
odp é uma porcaria tão fraquinha...
se isto é do melhor, imagine a "comunidade" (sem ofensa para o João e meia dúzia de outros que estimo)
nunca percebi, desde o princípio que nunca percebi, porque é que não há mais e melhor disto
a blogosfera parece-me o meio ideal para a conversa da treta (ou não) sobre arquitectura (e tudo à volta) que quase todos vamos fazendo (abuso do gerúndio, eu sei) no dia a dia...
talvez tenha a ver com o que diz sobre a "inibição", com a (minha pouca) "vergonha" nacional (com as "nojentices"...), ou com a confusão entre criticar e dizer mal (e entre dizer mal e criticar...)
o meio é pequeno e o país é uma merda que defeca "excelência" pelo umbigo
lá por fora os fulanos que escrevem sobre arquitectura têm páginas na net e blogues, mas os nosso peritos (em Le Corbusier, por exemplo...) devem estar demasiado okupados a investigar, a investigar, para descerem do Olimpo disciplinar e académico e subirem ao people da blogosfera... posso ler artigos de arquitectura dos jornais de Nova Iorque, Londres ou Berlim, mas os artigos do expert-os dos críticos do (jornal) público de Lisboa, são de leitura reservada (certamente pela sua imensa qualidade...) aos "assinantes" (e ainda falam em upper midlle class...)
isto dava para muitas outras postas, mas agora estou muito cansado (I am - Robert Wyatt - so very tired...)
não li o Marquês do divino Camilo, eu li e leio muito pouco (sou um pós-moderno e pouco mais conheço dos livros que a cor das lombadas e das lambadas...)
prometo que vou fazer de quase tudo para ler
acho isto tudo aqui do blogue tão "improvável" que é bem capaz de ser a única coisa que ainda faz algum sentido

8:15 da tarde  
Blogger fielding mellish said...

evito muito o elogio direto (vou respeitar o novo acordo ortográfico). já disse antes que odp é uma das minhas referencias (estou mesmo convencido de já lhe ter dito, e se não postei, é porque foi desses vários que ficaram pelo caminho.. que cancelei a meio por já estar a ficar longo). junto esse ao alencastro (que parou), passo pelo do kico, meu amigo, e pouco mais - algum que você se lembra de chamar a atenção... postas isoladas. tudo o resto é demasiado óbvio, banal, corriqueiro - já não aguento mais as mutações do discurso do koolhaas que toda a gente debita.

quanto aos críticos e especialistas da lusa terra. a resposta é muito óbvia. mas mesmo assim foi preciso um artigo de opinião para explicar ela (esta é recorrente por cá e me deixa nervoso cada vez que ouço ela :D). acho que não querem correr o risco de ser contestados por outros... muito menos exteriores à academia. o artigo do RC foi a pedrada no charco, ou na lama (sim, porque só faltava chamar de porcos a todos os que ousaram debater o edificio)

vá em frente. o RC está a olhar.
LR

8:34 da tarde  
Blogger fielding mellish said...

e quanto à parte do público não se abrir a quem não é assinante, é revoltante. acredito que vai ser uma questão de tempo. mais cedo ou mais tarde eles vão perceber que quem lê o jornal na internet não está a deixar de pagar o jornal em papel.

é tudo gente como eu, que costumava ler o publico todos os dias em portugal, mas não devo ter comprado mais de 20 jornais em toda a vida.

LR

8:41 da tarde  
Blogger AM said...

mt. obg. LR

9:14 da tarde  

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