sábado, agosto 02, 2008

Warchitecture

A "modéstia" da arquitectura "neo-realista" de inspiração caseira e/ou nórdica dos "verdes anos" foi a melhor resposta da (melhor) inteligência da (melhor) arquitectura europeia da década de 50 aos traumas da Segunda Grande Guerra, às necessidades de reconstrução (ou "apenas" de expansão) das cidades europeias, e aos igualmente necessários (re) "equilíbrios" sociais da "guerra fria". (A globalização, o "franchising-nação", do modelo corbusiano das unidades de habitação mai-las respectivas "ruas no ar", foi a pior de todas as... "receitas"...)
Ao contrário de outras manifestações, veja-se na música a obra mais recente de Neil Young ou Robert Wyatt, a arquitectura (ou "apenas" o seu "discurso"...) permanece estranhamente imune à realidade da guerra.
Qual é a resposta da actual arquitectura europeia à actual (des) ordem mundial (da nova guerra fria) da "guerra ao terror"?
Receio bem que a adopção das novas mega-estruturas ensimesmadas e as fantasias belicistas do Kualhas não nos levem a lado nenhum...

21 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O problema da Europa é esse mesmo finge sempre que não vê que não sabe:)o kualhas é o pirata de hoje em dia ...

3:44 da tarde  
Blogger AM said...

tá bem visto, um corsário pós-moderno dos mares do norte...
um "cruzado" inter-náutico da causa do "progresso" pela guerra...

3:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

:):)no próximo dia 8 penso que o mundo ocidental vai tremer qd a China mostrar o que andou a preparar com a ajuda destes cruzados...

4:08 da tarde  
Blogger AM said...

sim, uma operação (militar) de propaganda muitíssimo bem (odeio a palavra...) "gizada"
quem é que falava em arte da guerra?...

4:20 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

D.J ODP qual será a música desta vez?

4:26 da tarde  
Blogger AM said...

temos uma selecção...

War (what is it good for absolutely nothin)
War is stupid (Culture Club)
macacos do chinês (este fim-de-semana em...)
Rogues Gallery (Pirate Ballads, Sea Songs & Chanteys)
Song for Europe (diversos)
Eurofestival da Canção partes I, II e III, edições RTP, 2008
Os maiores sucessos da banda do exercito da RPC
clássicos do easy listening para restaurante chinês
John Cage (ou Philip Glass)

5:14 da tarde  
Blogger AM said...

mais o último do Neil (ou o living with war), os (dois) últimos do Robert Wyatt e o "movimento perpétuo", claro...

5:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

excelente LOL LOL LOL ou S,M,L,XL :)

5:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A melhor resposta aos traumas da segunda grande guerra? Desculpa mas esta não entendi, os grandes traumas estavam em Berlim, Dresden, Londres, todas as cidades bombardeadas , a Portugal e aos paises nórdicos não chegaram esses grandes traumas; nas cidades devassadas pela guerra sim,foi necessário reconstruir e aí os senhores arquitectos, sob a influencia de his master’s voice, vai de cagar streets in the air um pouco por todo o lado. Um falhanço? Sim, um completo falhanço. Agora, contrapor a isto os “revisionismos regionalistas” dos países periféricos, a estetização da miéria dos nossos agricultores e pescadores como fazia Távora nos anos 50, é pa! tás a gozar com o pagode não? Achas que a casita do Ofir foi uma resposta aos traumas da segunda grande guerra? 90% dessa arquitectura neo-realista é Raul Lino revisitado, puro formalismo, é ainda o dilema da casita portuguesa, é conversa de chácha, equivoco, impasse, como os anos 60 vieram demosntrar ; a arquitectura do nosso povo era, já à época, a da casa do emigrante e nunca a versão “neo-realista”/galo de barcelos desses arquitontos que odiavam (ó se odiavam!) ver as “mulheres do povo” de unha pintada…
JFC (o grande dirigente da classe operária)

10:33 da tarde  
Blogger AM said...

caro JFC

quando escrevi a posta andava lá por fora... a pensar nas gémeas trapezistas Borsalino e Barceloneta...
achas mesmo que só os países que participaram directamente na guerra e que ficaram com as cidades destruídas nos bombardeamentos é que ficaram traumatizados!?
porquê então a "influência" da derrotada Italia na arquitectura da "relaxada" pátria lusa!?
"90% dessa arquitectura neo-realista é Raul Lino revisitado", tás a gozar, só podes... "puro formalismo" (e o que é isso do "formalismo", há alguma coisa que não seja "formalismo"!?...)
a arquitectura "neo-realista" do pós-guerra é "o" (definição de "lugar comum"...) "ponto de encontro cultural" da social-democracia nórdica com a democracia cristã do países do sul da europa com passados (ou ainda presentes...) fascistas
uma maneira de evitar e abafar os "excessos" e as pretensões "socialistas" dos "condensadores sociais"...
ou achas que os olivais foram o quê!?
de qualquer maneira a posta é (ou era) mais sobre a vaca fria da nossa guerra quente do deserto, dita a do terror
sobre esse assunto e sobre o contributo do kualhas não queres acrescentar nada?

odp (de rajada)

12:58 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

essa ideia de arquitectura “neo realista” com gardela e coderch à mistura mais os olivais (ha tantos olivais nos olivais...) não sei se te leva a algum lado; para mim, existe um “neo-realismo” arquitectónico do pós guerra de inspiração popularucha em Itália e em Portugal, era sobre esse que eu estava a falar e o “formalismo” utilizei-o no sentido do inefável Portas (o tal que à época considerava pífios os quarteirões de Alvalade e procurava novos mundos nos Olivais) para classificar o “português suave” e todo o regionalismo romântico em geral, por oposição ao neo-regionalismo pós inquérito, esse, claro, não “formalista”. As grandes experiências do urbanismo/arquitectura moderna do pós-guerra são em grande parte respostas às feridas (feridas reais, físicas) da guerra, estou a pensar por exemplo nos Smithsons ou no Goldfinguer em Londres (tudo o que os pobres e excluidos de hoje consideram a arquitectura da exclusão e querem demolir) mas também no centro de Roterdão bombardeada o que nos leva ao Kolhas e às suas verdades la-palissianas: é claro que sem destruição não ha reconstrução, sem terramotos e pombais ditatoriais não havia Lisboa, o que é que isto tem de novo? O elogio futurista da guerra é um remake, já vimos esse filme e também o do elogio da velocidade do caos e da máquina. Que queres que te diga sobre um paspalho que não acrescenta nada de novo? Que vende bem o seu peixe? Pois vende, mas isso é marketing, não é arquitectura.
JFC (o transportador de inertes em tempo real)

12:53 da manhã  
Blogger AM said...

mt obg JFC, grande coment

penso que estaremos de acordo sobre o valor da arquitectura "neo-realista" em geral, sobre as "ruas no ar" e sobre o kualhas em particular (grande, grande conclusão... gostava de ver alguém a tentar rebater o teu ponto de vista sobre o peixeiro de roterdão...)
eu não digo, não quero (ou se calhar até quero...) o regresso (impossível!) à arquitectura "neo-realista" do pós-guerra, mas quero o regresso (da "profissão") a alguma forma de "realismo" pós-milenar que não passe exclusivamente pelo neo-metabolismo belicista, imperialista e escultural (à lá niemeyer...) do kualhas e pelas fantasias Decon da a-zaha-rada & co.
quero uma "reabilitação" do "realismo" do Venturi, se quiseres...
uma das coisas que mais me espantou na leitura do Portas de 64, ou também na monografia do Aldo van Eyck, foi essa similitude de pontos de vista na maneira de olhar para o presente (64) da arquitectura moderna
a crítica, o diagnóstico tem mais de parecido do que possa parecer à primeira vista... as "soluções" é que a-vareiam...
por vezes tenho a (estranha?) sensação que a malta deixou de pensar a arquitectura aí por volta dos finais da década de 60...
o gardela o cordech e outros continuam mais pertinentes que as starchitecturas do nosso tempo... ou então sou que que gosto mais dos filmes antigos...

10:21 da manhã  
Blogger AM said...

essa ideia da diversidade (não sei se concordo completamente - passa por ali um certo "ar de família"...) dos olivais, é (ainda assim) muito interessante
recomendas alguma leitura em particular?

10:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

hummm..penso que compreendo o que queres dizer com essa do 'regresso da "profissão" a alguma forma de "realismo" pós-milenar' mas não te esqueças disto: boas intenções nem sempre fazem boa arquitectura (o inferno está cheio delas) e o sublime está ao alcance dos piores filhos da puta...

JFC (pregando aos peixes)

PS-Quanto aos Olivais, aguardo ainda pelas teses que aí vem.

1:05 da manhã  
Blogger AM said...

eu sei, é fodido

em verdade, em verdade vós digo, que é mais fácil ser um bom homem que um bom arquitecto

(am, a blasfemar na blogosfera desde...)

11:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Am,
se um arquitecto for um bom homem (de verdade) a obra será boa :):)
ontem vi um documentário comovente do filho do Louis Kahn "My architect".

"qualidade não quantidade (o am já me tinha chamado a atenção :)! a espiritualidade dos edificios de Kahn ficarão para sempre." I.M.Pei

6:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

já sei:) ele era um génio:)
mas exagerada como sou só posso dar exemplos destes.

6:28 da tarde  
Blogger AM said...

homem bom, obra boa!? onde é que comprou essa? quero passar a fazer as compras no seu supermercado...

8:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

não está no comércio

8:24 da tarde  
Blogger AM said...

a-percebi-a

11:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

thanks :)

11:48 da manhã  

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