terça-feira, maio 06, 2008

Unidade Residencial...














... João Barbeiro.

Um quarteirão na "franja" menos "abonada" (pela história) da cidade. Um "risco ao meio", a escavar as massas, a organizar os volumes, e (como aquela do Kahn...) a "abrir" para a (e à) paisagem (da margem esquerda...). Um "gesto" (apropriadamente) "menor", perpendicular ao primeiro "risco", abre o "miolo" do quarteirão e as vistas sobre a Torre de Menagem... Um exterior austero, "chão" e "gerador" de outros exteriores... Um "interior" festivo e (por assim dizer) ainda "neo-realista" na utilização (do tema) das "galerias". A (mais) "humana" fragmentação da(s) escala(s), na composição dos volumes e no desenho das galerias. O jogo das escalas (o todo é maior que a soma das suas partes) para "representar", à colectividade, a colectividade, do espaço (colectivo...). A imaginação e a originalidade (eu pelo menos não conheço nada de parecido...) do desenho em "leque" das (mini) galerias que medeiam entre o espaço público e o espaço doméstico dos necessariamente mais "modésticos" apartamentos. A alegria da cor e o "verismo" (aposto que nem o "gajo" recorda isto...) das "grelhas" cerâmicas. E (só) mais uma vez o Kahn... e os filmes italianos... e o Alentejo (sempre!). A inteligência na "acomodação" à topografia. E a desilusão com o pódio (nó gordio...) central... (que "atrapalha"...) e com as galerias do lado (norte) da "sombra"...
O projecto de Raul Hestnes Ferreira e Manuel Miranda é de 1978 (façam as contas...), foi "capa de revista" em 1984 (...) e é, arrisco eu, o melhor momento de todos aqueles que o seu autor logrou projectar e fazer construir na cidade de Beja.
4 ****... e meia.