domingo, maio 04, 2008

Starchitectura Crítica

Sobre o mesmo assunto (a reciclagem...) e ainda no mesmo jornal... Eu não só concordo, como por assim dizer aplaudo (antes isto que nada...), a atribuição de "estrelas" à arquitectura criticada pelos oficiantes do Público.
... a arquitectura equipara-se, assim (está decretado...), às outras actividades artísticas...
O edifício da Ampliação dos Paços do Concelho de Boticas do muito apreciável arquitecto António Belém Lima "estrelha-se" (assim mesmo), segundo a crítica de Ana Vaz Milheiros, em "três enunciados":
1 - a sorte com o local que é também a sorte com o cliente (já lá dizia não sei quem...) e a opção por uma ("elitista"!?...) "abstracção" anti-populista (o "corrector" sugere "anticomunista"...) "fora dos esquemas convencionais do "gosto" (aspas no original) que - infelizmente... - a autora não chega a caracterizar; 2 - a sorte com o programa (a saber: a vocação "pública" ou "semi-pública" dos "espaços" encomendados); e 3 - (para "arredondar"...) um "enunciado" algo confuso mas que utiliza - entre outras expressões igualmente bonitas - as chaves "dispositivos (intra) "narrativos" (aspas em "narrativos" no original), (auto) "consciência da sua autonomia", "potencialidade mais autêntica" (tudo do melhor...) e "maturidade (um "must"...) da nossa democracia"...
O arquitecto é um bom arquitecto (4 estrelas...) e o edifício, pela única fotografia com que presenteiam a crítica (bife com ovo a cavalo...) até m'aparece, naquela linha pós-neo-Siza... com o seu quê de "chique"...
Que tenha vindo para ficar, por muitos e bons... em cartaz...

5 Comments:

Blogger tms said...

Não tens o link para o texto?

1:59 da tarde  
Blogger intruso said...

pós-neo-siza?!
uau, estás uma autentica Ana V. Milheiro.......
risos

abraço

4:56 da tarde  
Blogger AM said...

tiago,

não tenho, leio em "papel"
que eu saiba não há link à borliú para os artigos da ipsilon

intruso,

isto pega-se... é o que é... :)

7:49 da tarde  
Blogger Lourenço Cordeiro said...

Confesso que não li o texto até ao fim, fiquei-me pela introdução onde AVM explica a opção de passar a "classificar" as obras. Devo dizer que achei uma óptima ideia, até porque defendo que a crítica deve ser sempre "de gosto", e que os "preconceitos" e "idiossincrasias" do crítico devem ser transparentes. Só fico mais céptico com a possibilidade de ali ver notas menos positivas. Vamos ver.

9:55 da tarde  
Blogger AM said...

também me parece positiva (como em "tenha um dia positivo"...), a "clareza" "moralizadora" (AVM) do sistema das estrelas

gostei menos do resto do artigo, com uns argumentos um tanto ou quanto enviesados sobre a obra de Boticas

a questão, o "problema", de classificar uma obra de arquitectura como quem classifica um livro, um disco ou um filme, tem a ver com a natureza de obra de arte "aberta" ao desgaste do uso e do tempo

uma obra de arquitectura não se pode retirar do escaparate das montras

também estou curioso quanto à possibilidade de "negas"

10:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home