da TAL do "Vazio", ao "Vazio" da TAL
Ainda sobre este assunto, a Didas, do blogue Farinha Amparo, escreveu o seguinte:
FUI EU QUE NÃO PERCEBI?
Quando vi pela primeira vez no Expresso o concurso de ideias "Mês das Cidades" pareceu-me um desafio muito difícil. Meeesmo muito difícil. O único caso que conheço bem, dos que eram propostos, é o da Avenida Dr. Lourenço Peixinho em Aveiro. Reabilitá-la parece-me obra, mais do que de arquitecto, de génio salvador. Por esse motivo remeti-me à minha insignificância, deixei-me estar quietinha no meu canto e fiquei à espera dos resultados, não sem alguma ansiedade.Nesta última edição, eles lá estavam. Uma ideia do arquitecto João Cardielos foi considerada a melhor. O que me sugere a pergunta: Porquê? E ainda outra pergunta: Fui eu que não percebi a ideia? Obviamente não foi a ele que escapou qualquer coisa visto que ganhou aquilo. Só que eu, na minha santa inocência, tinha pensado que reabilitar a Avª Dr. Lourenço Peixinho implicava resolver o problema das inúmeras empenas cegas de edifícios baços à anos oitenta que nasceram como aliens mesmo ao lado dos poucos prédios de início de século (XX, claro), que ainda conseguem sobreviver, embora acordem tristes todos os dias. Também pensei que a ideia era fazer alguma coisa que pudesse atenuar a presença dos "monstros", que vieram descaracterizar talvez sem remédio aquela artéria, dando inclusive à avenida o aspecto sombrio de mofo que tem agora.Afinal, reabilitar a Avenida Dr. Lourenço Peixinho (tão nossa que por cá basta dizer "Avenida" para toda a gente saber do que se trata), é construir uns blocos de cimento na faixa central que, perdoem-me a ignorância, dada a imensa volumetria proposta, parece-me que só contribuiriam para lhe adensar ainda mais o aspecto sombrio.Não sou arquitecta. Não sei fazer um traço. Mas os arquitectos não são donos das cidades. As cidades têm vida própria e dessa vida fazem parte as pessoas que as amam. Como eu. Só digo que, infelizmente, ainda não é desta que alguém tem uma ideia brilhante para salvar a Avenida. Mas, pelo menos, esta proposta não vai ser concretizada. Pois não?
Comentário:
Cara Didas
Venho retribuir a sua visita e agradecer o seu comentário que muito me sensibilizou.
Infelizmente, não é a Didas que não percebe... São os arquitectos que não percebem o "fenómeno" da cidade (de Aveiro e não só...), e a "vida" da cidade e dos seus habitantes...
Infelizmente, para muitos (senão para a maioria) dos arquitectos da "nossa praça" (mas "lá fora" será igual...), as cidades, a paisagem, o território... enfim, o "planeta", não passam de coutadas "edificatórias" (os arquitectos gostam de palavras caras...) a "okupar" com os seus "pesadelos da razão"...
Segundo a reportagem da revista Única do Expresso, o autor da "ideia", João Paulo Cardielos, é – e passo a citar – "não só arquitecto como investigador na área do desenho e projecto urbano do curso de Arquitectura em Coimbra". Ou seja, imagine... é um dos melhores espécimes daquilo a que com inteira propriedade se poderá "classificar" de um "profissional" ("especialista") bem sucedido entre os "pares" da "classe" e da academia...
Um "formador"...
Espero ao menos, que a possa confortar saber, que também existem arquitectos que sentem vergonha e tristeza quando deparam com estes "exercícios" de poder...
Mais uma vez, muito obrigado pela sua visita, comentário e... "posta".
Felicidades (felizes cidades...) para o seu blogue,
António Machado
Nota do próprio... O concurso de ideias "Mês das Cidades" foi organizado com o "parceiro" Expresso, no âmbito da TAL do "Vazio"...
A "defesa e promoção" da arquitectura, é como as cerejas... já está a dar frutos. Na hora (final? - qual quê!?... - antes disso!...) de todos os balanços, não deixarão de tentar vender-nos, como a gato por lebre, o "sucesso" do "Vazio" da TAL...
FUI EU QUE NÃO PERCEBI?
Quando vi pela primeira vez no Expresso o concurso de ideias "Mês das Cidades" pareceu-me um desafio muito difícil. Meeesmo muito difícil. O único caso que conheço bem, dos que eram propostos, é o da Avenida Dr. Lourenço Peixinho em Aveiro. Reabilitá-la parece-me obra, mais do que de arquitecto, de génio salvador. Por esse motivo remeti-me à minha insignificância, deixei-me estar quietinha no meu canto e fiquei à espera dos resultados, não sem alguma ansiedade.Nesta última edição, eles lá estavam. Uma ideia do arquitecto João Cardielos foi considerada a melhor. O que me sugere a pergunta: Porquê? E ainda outra pergunta: Fui eu que não percebi a ideia? Obviamente não foi a ele que escapou qualquer coisa visto que ganhou aquilo. Só que eu, na minha santa inocência, tinha pensado que reabilitar a Avª Dr. Lourenço Peixinho implicava resolver o problema das inúmeras empenas cegas de edifícios baços à anos oitenta que nasceram como aliens mesmo ao lado dos poucos prédios de início de século (XX, claro), que ainda conseguem sobreviver, embora acordem tristes todos os dias. Também pensei que a ideia era fazer alguma coisa que pudesse atenuar a presença dos "monstros", que vieram descaracterizar talvez sem remédio aquela artéria, dando inclusive à avenida o aspecto sombrio de mofo que tem agora.Afinal, reabilitar a Avenida Dr. Lourenço Peixinho (tão nossa que por cá basta dizer "Avenida" para toda a gente saber do que se trata), é construir uns blocos de cimento na faixa central que, perdoem-me a ignorância, dada a imensa volumetria proposta, parece-me que só contribuiriam para lhe adensar ainda mais o aspecto sombrio.Não sou arquitecta. Não sei fazer um traço. Mas os arquitectos não são donos das cidades. As cidades têm vida própria e dessa vida fazem parte as pessoas que as amam. Como eu. Só digo que, infelizmente, ainda não é desta que alguém tem uma ideia brilhante para salvar a Avenida. Mas, pelo menos, esta proposta não vai ser concretizada. Pois não?
Comentário:
Cara Didas
Venho retribuir a sua visita e agradecer o seu comentário que muito me sensibilizou.
Infelizmente, não é a Didas que não percebe... São os arquitectos que não percebem o "fenómeno" da cidade (de Aveiro e não só...), e a "vida" da cidade e dos seus habitantes...
Infelizmente, para muitos (senão para a maioria) dos arquitectos da "nossa praça" (mas "lá fora" será igual...), as cidades, a paisagem, o território... enfim, o "planeta", não passam de coutadas "edificatórias" (os arquitectos gostam de palavras caras...) a "okupar" com os seus "pesadelos da razão"...
Segundo a reportagem da revista Única do Expresso, o autor da "ideia", João Paulo Cardielos, é – e passo a citar – "não só arquitecto como investigador na área do desenho e projecto urbano do curso de Arquitectura em Coimbra". Ou seja, imagine... é um dos melhores espécimes daquilo a que com inteira propriedade se poderá "classificar" de um "profissional" ("especialista") bem sucedido entre os "pares" da "classe" e da academia...
Um "formador"...
Espero ao menos, que a possa confortar saber, que também existem arquitectos que sentem vergonha e tristeza quando deparam com estes "exercícios" de poder...
Mais uma vez, muito obrigado pela sua visita, comentário e... "posta".
Felicidades (felizes cidades...) para o seu blogue,
António Machado
Nota do próprio... O concurso de ideias "Mês das Cidades" foi organizado com o "parceiro" Expresso, no âmbito da TAL do "Vazio"...
A "defesa e promoção" da arquitectura, é como as cerejas... já está a dar frutos. Na hora (final? - qual quê!?... - antes disso!...) de todos os balanços, não deixarão de tentar vender-nos, como a gato por lebre, o "sucesso" do "Vazio" da TAL...
Etiquetas: Esvaziados mentais, Falar para Fora
2 Comments:
ah pois!
VAZIO, de cabecinha
gostei dos "esvaziados" :)
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