Blind Date (ralação na relação)
Alguém percebeu alguma coisa do regulamento do Concurso "Vamos fazer Cidade", "organizado pelo jornal Expresso em colaboração com a Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007"?
O objectivo parece ser o de criar parelhas surpresa (surprise, surprise...) entre os jovens e púberes arquitectos sub 35 de um lado e os conscienciosos cidadãos leitores do jornal do outro (uma espécie de A Bela - da arquitectura - e O Mestre - da cidadania), com vista ao desenvolvimento de harmoniosos "projectos em parceria" (!). De um lado e do outro, aguarda-se o envio de propostas para cinco locais/cidades escolhidos pela "Redacção do Expresso". A relação dos locais escolhidos com a tema da Trienal ("Vazios Urbanos"), é tudo menos evidente, mas, e pela conversa (é só garganta...), "relações" para quê?
O prémio para o estimulante conbibio (da parelha) é o "alojamento de fim-de-semana com acompanhante na pousada de Santa Maria do Bouro" e mais uns brindes (catálogo e entradas e tal) grátis.
Eu acho que esta coisa do concurso dificilmente podia ser mais equivoca e infeliz na pretensão "to protect and defend" a prática do ofício e de desmontar a ideia feita da arquitectura como o regular exercício de "boas ideias" e de "desenhos bonitos" (de pouco valor...), feitos enquanto o diabo esfrega o olho... não é senhor arquitecto? Mas a ver vamos...
Resultados da "iniciativa", em Junho, dito o "mês das cidades"...
Agora... Vamos fazer-nos à Cidade? Vamos!
O objectivo parece ser o de criar parelhas surpresa (surprise, surprise...) entre os jovens e púberes arquitectos sub 35 de um lado e os conscienciosos cidadãos leitores do jornal do outro (uma espécie de A Bela - da arquitectura - e O Mestre - da cidadania), com vista ao desenvolvimento de harmoniosos "projectos em parceria" (!). De um lado e do outro, aguarda-se o envio de propostas para cinco locais/cidades escolhidos pela "Redacção do Expresso". A relação dos locais escolhidos com a tema da Trienal ("Vazios Urbanos"), é tudo menos evidente, mas, e pela conversa (é só garganta...), "relações" para quê?
O prémio para o estimulante conbibio (da parelha) é o "alojamento de fim-de-semana com acompanhante na pousada de Santa Maria do Bouro" e mais uns brindes (catálogo e entradas e tal) grátis.
Eu acho que esta coisa do concurso dificilmente podia ser mais equivoca e infeliz na pretensão "to protect and defend" a prática do ofício e de desmontar a ideia feita da arquitectura como o regular exercício de "boas ideias" e de "desenhos bonitos" (de pouco valor...), feitos enquanto o diabo esfrega o olho... não é senhor arquitecto? Mas a ver vamos...
Resultados da "iniciativa", em Junho, dito o "mês das cidades"...
Agora... Vamos fazer-nos à Cidade? Vamos!
6 Comments:
Meu caro, estou de férias, mas não adormecido.
Estou a preparar um texto um pouco longo sobre o concurso "Vamos fazer cidade", alertado que fui pela tua chamada de atenção, texto esse a ser publicado nesta "caixinha".
Mas desde já, estou em crêr que não é difícil perceber a posição do Expresso: em Março e Abril oferecem videos, em Junho "vamos fazer cidade".
É entrar, meus senhores, é entrar!
Já quanto à trienal, também não me parece difícil perceber o que se passa: ExperimentaDesign um pouco (muito pouco) mais elaborada.
Já agora, e para terminar, uma pequena pérola do regulamento:
"Os locais referidos no ponto anterior foram seleccionados para cada uma das cinco cidades pela Redacção do Expresso, tendo em conta, por um lado, a sua importância no plano histórico, simbólico e urbanístico e, por outro, a necessidade/urgência de uma intervenção requalificadora".
E eu que pensava que a redacção de um jornal servia, essencialmente, para tratar da feitura do mesmo...
E, já agora, quais os critérios? E as pessoas? A redacção é uma definição um pouco vaga, não achas?
Para Lisboa, e em contraponto à famigerada Avenida da Liberdade, eu propunha o Bairro Alto, local de iniciação sexual de gerações de lisboetas.
Afinal, para que "iniciação" serve hoje o Bairro Alto?
Um abraço
De acordo.
Estes gajos, jornalistas (?) de "redacção", pensarão que são especialista em tudo?
E, já agora, se o critério para a escolha dos locais é a "urgência de uma intervenção requalificadora" porque é que escolheram as cinco melhores cidades do "ranking Expresso" (!) e não as cinco piores?
Mas o pior é do outro lado, do lado dos arquitectos e em particular do lado dos "arquitectos da Trienal", que não se preocupam com o que fica escrito nos regulamentos dos concursos de "entidades associadas" a este "momento ímpar no mundo da cultura e civilização contemporâneas"...
E logo os arquitectos para quem a questão dos concursos deveria ser (será intencional?) um assunto melindroso.
E se a ordem dos arquitectos não se preocupa, quem mais...
Também concordo com a tua proposta para trocar o Vale da Avenida de Liberdade até ao alto do Parque Eduardo VII e arredores... pelo Bairro Alto. Sempre tinha mais a ver com o tema dos Voids... ou, quem sabe, talvez não...
Deixa-te disto e vai mas é de férias...
Um abraço
Meu caro
Só mais uma pequena achega:
1 - Quantos exemplares é que o Expresso vende nas "cinco melhores cidades?
2 - E quantos exemplares vende nas "5 piores"?
E tu, quando é que vais de férias?
tb pensei nessa "relação"...
estou a precisar... nota-se muito?
Segundo a APCT - Associação Portuguesa de Controlo de Tiragem, os dados mais actualizados existem até Setembro de 2006. Então cá vai:
O Expresso , de janeiro a setembro de 2006 vendeu por semana uma média de 123.919 exemplares. Os melhores distritos foram: Lisboa(41,7%), Porto(12,2%), Setúbal (9%) e Faro (5,9%). Em Évora vendeu 1,58% e em Guimarães 3,42%.
Obrigado Beluga
Isto assim até parece um blog a sério.
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