quarta-feira, março 11, 2009

get out of here

… não concordo com muito do que o PMC escreve por aqui.
Parece-me perfeitamente aceitável e justificável o carácter “conservador” e “institucional” (Risco) de uma selecção de projectos e de obras de arquitectura de diferentes autores (ou apenas profissionais…) para “abrilhantar” (como se tal fosse possível…) uma visita de estado... Uma visita (“vison”...) com estas características (…) não é, não teria sido, a melhor oportunidade para expor “experimentalismos” (queriam…) e novas… “personalidades”…
A bem dizer também não me parece (nada) que os “nomes” – e como dize-lo… - “alternativos” (…) tenham muitas razões de queixa. A visibilidade das “gerações” X, Y e Z (e essas porras todas…) na imprensa da especialidade (ou não), a quase incompreensível representação (da pátria) em algumas ocasiões (facto ainda mais “estranho” quando comparada com a “piquena” dimensão da “obra”…) e outros “e-ventos” (tipo “exprimentas” – queres pázinho!?...) assim o parecem confirmar.
Acho mesmo (ai o “choro dos arquitectos”…) que “o fado do desgraçadinho” (ainda pior que “o fado da fotocópia”…) não lhes fica nada bem… A vossa juventude, energia, combatividade merece melhor que isto…
E (depois) há tantos outros que eu vejo menos, ou não vejo de todo, em “bicos-dos-pés”, a “esbracejar” (em textos – e depois “choram-se”… - ainda demasiado “cordatos” e ambíguos…) a esbracejar, dizia eu, por uma “nomeação”… zinha…
Em suma súmula (máxima!), o que eu acho é que os políticos de um país que ainda não souberam chutar (para fora da história) o arcaico 73/73 não merecem andar a espojar-se na obra (Valhelhas forever!) de quem quer que seja…
Faziam muito melhor os nossos excelsos “representantes” em resolver, em “minorar”, o desgraçado estado a que isto do território da arquitectura portuguesa chegou, que andar a brincar e a gastar o (esse sim) nosso dinheiro (inho), em “embaixadas culturais” às estranjas…
Há quem venda Magalhães... há quem venda arquitectura… e é tudo.

Nota 1: A velha (e magna…) questão da existência (ou não) de UMA “arquitectura portuguesa” (com “fronteiras” por adonde!?...) não tem qualquer relevância para a “análise” dos “critérios de selecção” das obras em causa e só se justifica pela necessidade da jornalista encher chouriços com alguns dos “lugares-comuns” mais a jeito da arquitectura portuguesa.

Nota 2: Achas mesmo que a (arquitectura da) Inês Lobo (e outros do mesmo paragrafo…) é mais “erudita” (não devemos andar a ler os mesmos “textros”…) que os colegas do promontório!?... get out of here…

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E..."Arquitectura dentro de Portugal"? E ..."Arquitectos dentro da Ordem dos Arquitectos"? Há muito que os arquitectos e as arquitecturas são divididos pela OA. Usando um mandato de juízes dado por quem? Existe uma real escolha/indicação, por dentro da OA, do que é Arquitectura em Portugal. E esta posição, afirmada dentro e fora, tende há muito a coincidir com uma vontade de imagem que o poder, que o actual regime político pretende dar de si próprio, exibindo aquela que pretende seja a identidade, a marca da arquitectura desta democracia. ("Volta, Raul Lino! Estás perdoado!")
Curiosa, é a atitude de alheamento político, "distracção", que os arquitectos escolhidos assumem, é a sua sibilina movimentação, neutra e sem empenho transformador, cá dentro. Não se trata já de um equívoco, inocente, mas de uma proveitosa manipulação que tem como residência a casa dos arquitectos. Lá fora, a boa figura dos arquitectos escolhidos e das suas arquitecturas nem sempre está garantida, mesmo quando parecem dominar os media e a "crítica e os críticos" locais. Exemplos? As duas últimas "representações" na Biennale de Veneza. Simplesmente ridículas!

1:20 da manhã  
Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

Eu a(Risco)uma pergunta: será prestigiante ou dignificante ser-se "escolhido" pelo Rodeia da (des)Ordem dos arquitectos?

2:23 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Clarificações impõem-se, evidentemente. Espero que nada ambíguas, mas ainda assim concordatas, até porque demasiadas vezes presenciei cínicas amarguras, daquelas que, apesar dos humorados impropérios, arrastavam consigo qualquer impossibilidade de escapatória (clarificação n.º 1: isto não é uma indirecta ao ODP).
Razão tens quanto afirmas que nunca se viu nenhum Salon des Refusés acompanhar um acto que é, por definição, conservador. Aceitas no entanto enganar-te quando te propões confundir juventude (que, num desligamento aristocrático, usas a seguir a pronomes como "vossa" ou "lhes") com experimentalismo (entre aspas, claro); porque partes do pressuposto que o objectivo máximo dessa juventude, enérgica e combativa, é experimentar; ou (melhor ainda) esbracejar por uma nomeação…zinha (clarificação n.º2: aceitam-se clarificações).
Na verdade as pessoas, todas, actuam todas na maior das normalidades: aquilo que querem fazer, limitadas por aquilo que conseguem fazer, limitadas por aquilo que lhes deixam fazer. A simples consciência desse facto, aqui e agora, afasta qualquer tipo de ilusão (clarificação n.º3: é natural, positivo até, ter ilusões…não te parece?) dos que têm um palmo de testa.
Por isso nunca sei se devia abafar o riso sempre que estou em presença de mais do mesmo (isso sim, a grande ilusão); e no entanto procuro sempre perceber para onde foi o enorme esforço em desenhar uma determinada coisa, de uma determinada maneira. Sei, claro, que por vezes esse esforço se esvai em candura; mas não penses tu que o respeito pela candura seja uma pura perda de tempo (clarificação n.º4: de cândidos todos nós temos um pouco); até porque muito aprendi com ela.
A minha escrita é concerteza falhada, no sentido em que pareces ouvir-lhe sons de choros. Nada disso, caríssimo; mas, apenas e só, constatações que (sim) me deixam triste; por outra razão embora: é que isto está a perder toda a piada.
Admito, sim, a tua razão quando referes o 73/73, não tanto pelas questões praticas que levanta (acho mesmo que, ao fim de tantos anos, elas acabaram por morrer) mas, sobretudo, por questões simbólicas. Seria, claro, uma vitória maior para a arquitectura portuguesa se se tivesse sabido, nas páginas do P2, pela mão de Alexandra Prado Coelho, que a Ordem dos Arquitectos se tinha recusado a organizar qualquer tipo de evento presidencial (e similares) até à clarificação da situação. Mas essa, desconfio, nem o ODP tinha coragem de fazer: é a política, meu caro; é a política.

Dito isto apenas tenho a acrescentar (por ora) a errata: onde está escrito eruditos, deverá ser lido eruditos com itálicos. Correcção feita no original.

Obrigado

2:40 da manhã  
Blogger João Amaro Correia said...

o que ando a perder!


j

11:29 da manhã  
Blogger AM said...

muito obrigado a todos pelos óptimos comentários que muito honram odp
não vou entrar em réplica para evitar a tréplica
clarificações apenas uma: a "defesa da arquitectura" - salvo erro é também para isso que existe (!?) a OA... - quase que obrigaria ao TAL do "boicote"
há muito que defendo uma greve à encomenda do Estado (de todos os galhos do Estado...), uma greve por tempo ilimitado - e mais por uma questão de princípio que por razões meramente "operacionais" ou de "circunstância" - enquanto a "questão" do 73/73 não estiver clarificada e definitivamente resolvida
a questão é que ao actual "sistema" interessa (e de que maneira...) manter os "jovens turcos" - sem indirectas, como uma vez "lhes" chamei - à porta (ou será à janela!?) do "salão"...
para isso nada melhor que chorar lágrimas de sangue - isso e "inventar" mediáticas petições... - pela "revogação" que, e vamos a ver, depois de espremida a t(r)eta, não dão em nada (a não ser, claro, na visibilidade "política" da própria "bastonária"... bastonária não carago!, que aquilo é um "órgão" - que promiscuidade... - "colegial"...)
odp não tinha coragem... ai não que não tinha...

6:42 da tarde  
Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

Ena!!!
Muito sinceramente,"A Grande Clarificação" seria a formalização extinção da Ordem dos Arquitectos...uma espécie de constatação do rescaldo já que a "coisa" na realidade só existe para "untar" as vaidades de meia-dúzia de fiéis.
E quanto ao Pedro Costa, parece não me conhecer... Entra aqui e nem bom dia, nem boa tarde... "Tá mal Pedro..." Abraços.

7:07 da tarde  
Blogger AM said...

sou menos radical
acredito nas virtudes (teóricas...) da existência de uma "organização" - chame-se ordem, associação, sindicato ou outra coisa qualquer... - de e da "classe"...
uma coisa mínima na estrutura e máxima na ambição e no desejo... como a melhor arquitectura...

7:13 da tarde  
Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

Exactamente como na boa arquitectura!...
É muito mais sensato demolir um edifício de má qualidade, e em degradação acelerada e construir um de raiz do que tentar recuperar um "mono" - sai mais caro, leva uma eternidade e fica para sempre com as "patologias" e com os "bichinhos da madeira"...
Em casos muito especiais, recorre-se frequentemente ao escoramento das paredes periféricas, arrasa-se o miolo e "agrafa-se" a essas paredes uma estrutura nova e sólida, garantia de uma construção resistente, impermeável e duradoura.

9:29 da tarde  
Blogger AM said...

finalmente! um blogue de arquitectura... :)

11:33 da tarde  
Blogger tms said...

Eu acho que isto não é bem uma questão entre "jovens" e "velhos" mas entre "novos" e "muito usados".
A OA, mantendo-se com a atribuição da "Promoção da Arquitectura", continuará a reflectir o gosto de quem a dirige. Umas vezes mais coerente, outras menos coerente.
Actualmente, estamos numa época de absoluta coerência.

5:21 da tarde  
Blogger AM said...

obg, T.
eu acho que é mesmo um questão de gerações
da geração dos trinta e muitos a tentar furar por entre as outras gerações (mais velhas) todas
é normal, é mesmo assim, cada um faz pela vida e os amigos ajudam-se uns aos outros
agora, não vale a pena confundir as coisas
poucos (para não dizer nenhum) têm sido mais críticos da maioria das opiniões do "curador" e "crí-crítico" Ricardo Carvalho, mas neste caso acho o "pretexto" (para a posta do PMC) é algo equívoco
para mim a questão não está em criticar a absoluta "coerência" das escolhas, está em criticar o "sistema" que perpetua o estado das coisas
o PMC, na posta, também escreveu sobre isso (quando fala na necessidade de aumentar a "democraticidade" das escolhas, por exemplo) mas acho que a posta baralha coisas diferentes

8:40 da tarde  
Blogger tms said...

Desta vez não concordo contigo am.
A escolha é "geracionalmente" plural e coerente.

7:57 da tarde  

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