domingo, março 08, 2009

Rebordísmo










Edifício Viriato, Arquitecto Nuno Brandão Costa, prémio Sécil 2009

odp deseja agradecer ao (tímido...) autor das fotos pela sua generosidade e simpatia. Melhor ("melhor - Coro do Secil - é impossível") melhor que as fotos só mesmo um (ou outro) comentário para rematar a sua "visão"...

15 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Imagine-se, não é difícil no país que fazemos, um vasto território salpicado de "indústrias", casas anónimas e casas afirmativas (já com arquitecto), mais uma indústria, agora reconhecidamente mal nascida, carente de uma imagem competitiva; que se propõe renovar, antes de mais mediante uma "frente" e não pelo(s)pavilhão onde se faz indústria! Ora este showroom é, precisamente, o primeiro passo dessa reinvenção de imagem. E será também de produto (movéis Viriato)e de instalações fabris?... O edifício coloca-se, interpõe-se, precisamente, entre o corpo de escritório que encabeça a unidade fabril e a rua; o exterior donde provém o público. Neste sentido, desempenha-se bem; constitui a máscara de uma até agora displicente exigência de qualidade da instalação e da relação com o público. Mas de tal forma que, sob o novo corpo, ao nível do terreno e interiorizada, temos uma parede com janelas que, constituindo o fundo deste novo vasado, mais não é que o alçado do corpo do referido escritório. Neste sentido, o novo não renega a velha ordem, anuncia, antes, um premeditado fim. Que parece confirmado com os trabalhos de modelação do terreno a sul da actual nave industrial para nele levantar outro espaço para produção. Será assim que vai acontecer? Teremos o envolvimento do arquitecto premiado na nova arquitectura para indústria?
Felizmente, a pequena intervenção nos Viriato é serena e possui determinação na foma como se coloca; constitui um grão de areia na paisagem caótica da região que é capital do móvel. Muito haverá a fazer em paisagens deste género que existem por todo o país. Quanto ao prémio,ao facto de ter sido distinguida esta arquitectura, com uma escala que o júri entendeu ser significativa face à enormidade do problema da desurbanização industrial, parece refletir ou o vazio de outras propostas, e então não seremos o alardoado país da melhor arquitectura no mundo(!), que fossem capazes de uma mais forte indicação de soluções necessárias, ou a miopia do júri! Nada disto pretende ferir o mérito do autor do projecto mas apenas chamar a atenção para a escala da arquitectura em causa e para a própria escala do prémio que parece cada vez mais, como quase todos, pouco significativo.

Para que o visitante arquitecto se não perca pelo caminho é bom dizer que, tomada a autoestrada A4 Porto-Vila Real se deve sair na portagem Campo, chegar a Baltar, a poucas centenas de metros, ir a Terronhas (onde de facto está o edifício), Estrada N15 3, Valongo. Coordenadas:
-Longitude 8º 26' 20" 70 - Oeste
-Latitude 41º 10' 18" 80 - Norte

Boa viagem e boa visita.
JCM

9:54 da tarde  
Blogger AM said...

mt obg, JCM
muito útil... para quem for pelo GPS! :)
o coment acrescenta às já de si boas fotos, uma boa descrição dos méritos do projecto e uma análise das limitações da atribuição do prémio
deixando o prémio (que vale o que vale...) de lado, e aproveitando a ocasião (abusando do objecto em questão) para "pensar arquitectura", permita(m)-me ainda que pergunte: a "feliz" "serenidade" da intervenção é alguma coisa que se recomende ou, pelo contrário, é apenas o mais "claro" (e óbvio) sinal da sua (do objecto) incapacidade de "existir" para além dos clichés (de "classe", se quiserem...) da actual "arquitectura portuguesa"!?...
não resisto (defeito meu, por certo...) a pensar em como é que os "Vicentes" iriam pegar nas pontas daquele projecto... em como iriam explorar (como no TDM!?...) o pedido expresso (pelo cliente...) de "identificação" da (quela) "marca" (com aqueles "V"'s todos... e aqueles losangos... é de uma homem salivar...)
por outras palavras... interessa(m)-me menos os méritos e a "correcção" (os "alinhamentos", etc.) do objecto que os limites da sua (in)capacidade de (finalmente!) levar a arquitectura... a Garcia...
transformar a "ZIL" da rebordosa (que afinal é em terronhas - não admira que o google earth...) num sitio "bom" como outro qualquer devidamente intervencionado por um "poderoso" arquitecto não (me) interessa patavina...
interessará, julgo eu, aqueles, que vivem do prestígio das (e como muito bem escreveu o JCM...) "MÁSCARAS"...

11:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o edifício é feio pra caramba, não é?

11:52 da tarde  
Blogger alma said...

Fantásticas fotografias :)

afinal, ainda é pior :)por se lavar a cara merece-se um prémio !

10:53 da manhã  
Blogger AM said...

mas meu caro PCS (não queres desenvolver!?...) não está a beleza nos olhos de quem vê!? :)
este, curiosamente, está bem (reveja-se a primeira foto...) para a envolvente... :)
será o rebordísmo um revivalismo (pouco) minimalista neo-contextualista!?... :)

alma... neste caso acho que foi só esfregar as remelas... :)
as fotos estão fantastic... day!... :)

12:35 da tarde  
Blogger alma said...

só o Am, re...:)

estas fotos só me fazem notar ainda mais a tristeza da nossa realidade :)

os mestres são pobres :)
os pupilos arq. são pobres:)
os clientes são pobres:)
o júri é pobre :)
os jornalistas são pobres :)
é tudo muito pobre :)

2:00 da tarde  
Blogger AM said...

até os blogues são pobres :) mas quem dá o que tem a mais não é obrigado :)
e odp, pelo menos, é de graça... :)

6:14 da tarde  
Blogger alma said...

:) hoje ouvi dizer que o seu bloguer de arquitectura era o melhor em português:))))

6:43 da tarde  
Blogger AM said...

algum deslumbrado... :) quando for assim afinfe-lhes logo com a sombrinha! :) e não repita muito essas coisas que a blogosfera "adulta" não gosta... :)))

8:01 da tarde  
Blogger Unknown said...

de todos os blogues de arquitectos resabiados... sem duvida este é o melhor...

11:01 da tarde  
Blogger AM said...

e não demorou nada...
o coitadinho do pavloniano de serviço é tão previsível que com a raiva até comeu um "s" à língua acordada...

12:05 da manhã  
Blogger Unknown said...

resabiado em castelhano
ressabiado em portugués
o significado não deixa de ser o mesmo... um ressabiado é sempre um ressabiado

12:21 da tarde  
Blogger AM said...

escreve-se português
o ressabiado resabiado não acerta uma...

5:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

esta é uma arquitectura de afirmação de uma certa exclusividade, de uma ordem superior, do que 'deveria ser' e (infelizmente) não é; pergunta-se: mas como seria o mundo se tudo fosse como 'deveria ser', isto é, como alguns arquitectos acham que deveria ser? Seria melhor do que o mundo do 'infelizmente é assim'? e se um dia um arquitecto resolver sujar as mãos com essa matéria que constitui o 'infelizmente é assim'? será que com a matéria do 'ordinário' não é possível fabricar o 'extraordinário'? Isto são só algumas das questões que este prémio e esta arquitectura 'educadinha' me suscitam; mas se calhar sou apenas um burgesso que não entendeu nada...

Burgesso

1:34 da manhã  
Blogger AM said...

se o caro "burgesso" não entendeu nada então já somos dois porque as questões que o comentário coloca reflectem com precisão o "ponto-de-vista" que também tentei a-levantar...
só discordo qunando escreve que esta é uma arquitectura "de uma ordem superior, do que 'deveria ser' e (infelizmente) não é"
Infelizmente!? eu diria felizmente...

9:05 da tarde  

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