Ensaio sobre a Cegueira Crítica
Outro chorrilho de carrilhadas, o "comentário" (cadê a "crítica"!?...) de Ricardo Carvalho no Público de hoje, à "Obra (ao Branco)" (parêntesis meu...) de JLCG.
Para RC JLCG é o herói que nos (longínquos...) anos 80 (esqueçam o Taveira...) "iria personificar na arquitectura (portuguesa, né?...) a passagem a um processo de pós-modernidade."
Segundo RC a "passagem a um processo" decorre da "quebra" do "compromisso ideológico full time da década anterior" e da ausência, em Lisboa (e "ao contrário do que acontecia no Porto"...), de "mestres". Eu quanto à ideologia (não é o meu forte...) não quero avançar muito mais, agora quanto à inexistência de "mestres" na "passagem a um processo de pós-modernidade" (ou lá o que lhe queiram chamar...) não resisto a meter a minha... posta... Manuel Vicente, Vítor Figueiredo, Hestnes Ferreira, Pancho Guedes, Luís Cunha, Taínha ou (ainda) o Teotónio Pereira... o que não faltavam (em Lisboa...) eram "mestres"...
Da mesma maneira acho redutor (e revisionista - ai a ideologia a meter a cabecinha...) afirmar que "a sua geração (ora aqui temos a "passagem a um processo" colectivo...) iria provocar de forma espontânea (acontece...) um esboroamento das barreiras entre a cultura popular e a erudita."
O "esboroamento" entre a alta e a baixa cultura (sem ir mais longe e sem sair da arquitectura...) atravessa toda a história da "arquitectura moderna" do século passado. Não é nenhuma descoberta nem "achado" dos jovens turcos portugueses da "geração"... do JLCG...
As Obras (sem aspas) do Távora e (outra vez) do Teotónio são, em Portugal, dois excelentes exemplos disso mesmo.
Concordo que a "Obra" de JLCG ocupa uma "encruzilhada conceptual" (não foi o MGD quem a propósito do JLCG "re-pescou" o "interseccionismo"?...) mas (agora ao sério...) a "encruzilhada conceptual" não é um daqueles bichos que ataca a todos...
Filiações (filha da prática...) na "metodologia" "paisagística" do Siza (mas então as "passagens" e os "esboroamentos"...) deixam de fora outros aspectos (e outros "compromissos"...) da mesma "metodologia" tão ou mais importantes que o aspecto "paisagista" na caracterização da (e na comparação com a) obra do verdadeiro Mestre...
As obras mencionadas e os "cinco projectos" em destaque também não são os que mais me interessam.
A segurança social de Portalegre é bem mais interessante que o Eisenman para principiantes (podem registar esta) das piscinas de Campo Maior; a biblioteca de Tavira melhor "resolvida" (na sua escala de coisa pequena e "delicada"...) que a vaidade (infelizmente bem típica da obra do seu autor) da escola de música de Lisboa; o edifício da Brisa bem mais "inovador" e "efectivo" que o Centro de Documentação...
Para RC JLCG é o herói que nos (longínquos...) anos 80 (esqueçam o Taveira...) "iria personificar na arquitectura (portuguesa, né?...) a passagem a um processo de pós-modernidade."
Segundo RC a "passagem a um processo" decorre da "quebra" do "compromisso ideológico full time da década anterior" e da ausência, em Lisboa (e "ao contrário do que acontecia no Porto"...), de "mestres". Eu quanto à ideologia (não é o meu forte...) não quero avançar muito mais, agora quanto à inexistência de "mestres" na "passagem a um processo de pós-modernidade" (ou lá o que lhe queiram chamar...) não resisto a meter a minha... posta... Manuel Vicente, Vítor Figueiredo, Hestnes Ferreira, Pancho Guedes, Luís Cunha, Taínha ou (ainda) o Teotónio Pereira... o que não faltavam (em Lisboa...) eram "mestres"...
Da mesma maneira acho redutor (e revisionista - ai a ideologia a meter a cabecinha...) afirmar que "a sua geração (ora aqui temos a "passagem a um processo" colectivo...) iria provocar de forma espontânea (acontece...) um esboroamento das barreiras entre a cultura popular e a erudita."
O "esboroamento" entre a alta e a baixa cultura (sem ir mais longe e sem sair da arquitectura...) atravessa toda a história da "arquitectura moderna" do século passado. Não é nenhuma descoberta nem "achado" dos jovens turcos portugueses da "geração"... do JLCG...
As Obras (sem aspas) do Távora e (outra vez) do Teotónio são, em Portugal, dois excelentes exemplos disso mesmo.
Concordo que a "Obra" de JLCG ocupa uma "encruzilhada conceptual" (não foi o MGD quem a propósito do JLCG "re-pescou" o "interseccionismo"?...) mas (agora ao sério...) a "encruzilhada conceptual" não é um daqueles bichos que ataca a todos...
Filiações (filha da prática...) na "metodologia" "paisagística" do Siza (mas então as "passagens" e os "esboroamentos"...) deixam de fora outros aspectos (e outros "compromissos"...) da mesma "metodologia" tão ou mais importantes que o aspecto "paisagista" na caracterização da (e na comparação com a) obra do verdadeiro Mestre...
As obras mencionadas e os "cinco projectos" em destaque também não são os que mais me interessam.
A segurança social de Portalegre é bem mais interessante que o Eisenman para principiantes (podem registar esta) das piscinas de Campo Maior; a biblioteca de Tavira melhor "resolvida" (na sua escala de coisa pequena e "delicada"...) que a vaidade (infelizmente bem típica da obra do seu autor) da escola de música de Lisboa; o edifício da Brisa bem mais "inovador" e "efectivo" que o Centro de Documentação...
12 Comments:
Am,
só quero adquirir o seu talento crítico :)
alma exagerada :)
um bom ensaio de consolo para uso daqueles poucos que neste momento vêem :)
um desconsolo... :) sabe alguma coisa sobre odp nos jornais!? :)
só li o comentário lá em baixo:) mas não me admira nada ...vou tentar saber :)
"Verdes Anos" argumento :)N.B
obrigada pelo link
mais uma vez, estou a gostar
pois é, e já não me lembrava disso :)
have fun! :)
esta coisa de dizer que em Lisboa é tudo uma merda e que no Porto é que é bom já enjoa...
não me esqueço que há uns tempos estive numa sessão da ordem em que a boa nomeklatura da classe - a começar no vereador da cml manuel salgado e a acabar no joão rodeia - diziam o mesmo.
o manuel salgado fez questão de frisar que dos projectos que via na cml era tudo mau, e que toda agente sabe que no Porto e´que se projecta bem.
e os responsáveis da secção sul caladinhos, a bater palmas...
onde já vai o mínimo de decência... mereciam mesmo era um par de sapatos na tola.
Algumas obras são muito interessantes (por exemplo, de entre os que referiste... a Biblioteca e o Centro operacional da Brisa)
p.s.
mas porque chamas às piscinas de Campo maior um " Eisenman para principiantes"?
:)
obg "fernando martins fan club"
o teu comentário passa por pouco...
fica porque está bem escrito e porque, segundo creio, não chega a ofender ninguém
a história dos sapatos é fabulosa :)
o mais preocupante é que (estando eu do lado dos pobres e dos ofendidos...) começo a simpatizar com o bush...
mt obg intruso
conheces as plantas da piscina!? :)
(conheço)
ora então já estás a ver porquê :)
os quadradinhos "rodados" e "tortos", as "tiras" para aqui e para ali... tudo muito eighties... muito "derrida" (e derriva...)
tudo derridamente na encruzilhada (pois...) cultural do outro
'muito eighties', lá isso é verdade.
p.s.
Bom Natal
p.s.1
regar,
diz a verificação de palavras
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