sábado, abril 19, 2008

e ele a dar-lhe...

... e a burra a fugir-lhe.
Quer(o) dizer... O José Charters Monteiro no editorial da "Arquitectura e Vida" do mês de Abril, a classificar como "repetitivas e espalhafatosoas" as "soluções" do Gehry (para o Parque Mayer).
A arquitectura do Frank Ghery é "espalhafatosa"? Bom, sim, talvez... uma poucochinha a mais do que a conta "certa"... mas qual é a conta "certa"? Na arquitectura - como na poesia... - não há pela certa (poeta...), e o Frank Gehry, ao arriscar errar, a-riscou algumas das mais importantes obras de arquitectura do nosso tempo.
E "repetitiva"? Pois, bem, sim, também... mas isso ainda interessa menos. O Gehry... "repete-se"? Pelo menos não perdeu a vida a "repetir" os outros... (E será a obra de Frank Gehry - um arquitecto que sempre procurou a "novidade" e a "diferença"... - o melhor "exemplo" de uma obra "repetitiva"?...)
"Repetitivos" ("sempre diferentes sempre iguais", nas palavras do "late" John Peel), mas lá por isso não menos que (muito) bons, são os The Fall...
Ora... quando o Guarino Guarini projectou uma igreja para Lisboa já diziam - que era barroco a mais cedo de mais... - mais ou menos as mesmas coisas...
Já quanto aos "magníficos cinco" premiados no concurso de ideias - sim, diz que foi um concurso de ideias... - para o Parque Meyer e o Jardim Botânico é que nem uma "nota" (é que nem um pio...) mais dissonante e por assim dizer mais (ou menos?) "arquitectónicamente incorrecto"...
Conclusão: o azar do Gehry foi não ter nascido na "capelinha" da Alfredo da Costa...