Porsches
Partilhamos todos nós, Arquitectos, quando pagamos cotas (ou quotas) um pouco da riqueza que produzimos com a "nossa" Ordem.
É uma partilha forçada, obrigatória, da qual depende o exercício da nossa profissão.
A Ordem fica assim mais rica meio milhão de contos (2.500.000,00 euros na moeda nova) por cada ano que passa.
É imenso dinheiro – são 20 Porsches – e é muito pouco o que, à troca, recebemos.
Duvido muito que algum de nós, Arquitecto, que vive da sua profissão, considere bem empregue este dinheiro.
No recente debate que houve no Porto coloquei apenas uma questão – seria assim tão grave para os Arquitectos o desaparecimento da sua Ordem?
Colocada esta questão a referendo interno, tenho poucas dúvidas sobre qual seria a resposta.
Esgotado o actual modelo de gestão da Ordem penso existirem só 2 saídas:
- tornar a ordem numa sociedade recreativa limitada à organização de festas, preferencialmente em horário pós-laboral (20 Porsches serão mais do que suficientes para isto);
- tornar a ordem numa organização dedicada apenas ao apoio à actividade profissional dos seus membros (não seriam precisos, com certeza, mais do que 10 Porsches).
Antes de pensar em percorrer o primeiro caminho (por mais tentador que possa ser) preferiria experimentar o segundo.
Não me parece difícil que o possamos fazer, pondo a Ordem a fazer apenas aquilo que cada um dos seus membros não consegue fazer sozinho.
Impugnar concursos públicos ou adjudicações directas ilegais é apenas um dos exemplos do que a Ordem pode (deve) fazer e nunca fez.
Há quem se esqueça que a Ordem se chama "dos Arquitectos" e não "da Arquitectura".
Sei que o Manuel Vicente, que tal como eu prefere beber água directamente pela garrafa dispensando o copo, não se esquecerá nunca disto.
O Manuel é um pouco como a teca: dispensa verniz - material que, como vimos no debate do Porto, estala com facilidade.
Prefiro a sua "elegância" à "beleza", que alguns dizem acreditar poder mover o mundo.
Pedro Abranches Vasconcelos
É uma partilha forçada, obrigatória, da qual depende o exercício da nossa profissão.
A Ordem fica assim mais rica meio milhão de contos (2.500.000,00 euros na moeda nova) por cada ano que passa.
É imenso dinheiro – são 20 Porsches – e é muito pouco o que, à troca, recebemos.
Duvido muito que algum de nós, Arquitecto, que vive da sua profissão, considere bem empregue este dinheiro.
No recente debate que houve no Porto coloquei apenas uma questão – seria assim tão grave para os Arquitectos o desaparecimento da sua Ordem?
Colocada esta questão a referendo interno, tenho poucas dúvidas sobre qual seria a resposta.
Esgotado o actual modelo de gestão da Ordem penso existirem só 2 saídas:
- tornar a ordem numa sociedade recreativa limitada à organização de festas, preferencialmente em horário pós-laboral (20 Porsches serão mais do que suficientes para isto);
- tornar a ordem numa organização dedicada apenas ao apoio à actividade profissional dos seus membros (não seriam precisos, com certeza, mais do que 10 Porsches).
Antes de pensar em percorrer o primeiro caminho (por mais tentador que possa ser) preferiria experimentar o segundo.
Não me parece difícil que o possamos fazer, pondo a Ordem a fazer apenas aquilo que cada um dos seus membros não consegue fazer sozinho.
Impugnar concursos públicos ou adjudicações directas ilegais é apenas um dos exemplos do que a Ordem pode (deve) fazer e nunca fez.
Há quem se esqueça que a Ordem se chama "dos Arquitectos" e não "da Arquitectura".
Sei que o Manuel Vicente, que tal como eu prefere beber água directamente pela garrafa dispensando o copo, não se esquecerá nunca disto.
O Manuel é um pouco como a teca: dispensa verniz - material que, como vimos no debate do Porto, estala com facilidade.
Prefiro a sua "elegância" à "beleza", que alguns dizem acreditar poder mover o mundo.
Pedro Abranches Vasconcelos
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