sexta-feira, fevereiro 08, 2008

O Bidé da Micé

O artigo de Alexandra Lucas Coelho no P2 do Público de hoje (a arquitectura no Público - quando não "sobe" à capa... - "acaba" no P2...), "eleva" a reportagem de arquitectura a um novo patamar (nunca visto...). Parece que as estou a ver às duas (à Graça Correia Ragazzi e à Ana Vaz Milheiro...), sentadas na tampa da sanita e na borda da banheira "fatal" ("foi um coup de foudre"...) a "bater-um-papo" sobre a obra do Athouguia... e do Souto...

Post...

1) Alguém sabe (que desconfortável...) do que é que a AVM está a falar quando escreve sobre o "desconforto que a abstração moderna exigia às suas casas"!?...
2) Alguém "explica" aqui ao chinês, como é que uma "forma em balanço" (acho "pobre"... mas não fui eu que "puxei" o assunto...) não "conta" para o "cálculo" da "percentagem legal de área que a casa podia impermeabilizar"?...

7 Comments:

Blogger João Amaro Correia said...

ando para escrever há algum tempo sobre a coisa. no nosso panorama jornalístico a arquitectura foi completamente elidida.
falo particularmente do público, já que é o único jornal que frequento diariamente, e, com grande pena, não há crítica sem passar pela palhaçada que foi aquela reportagemde ontem da prado coelho. aquilo de arquitectura não tem nada. terá mais a ver com uma sociologia da pequena burguesia nortenha, aquém-cosmopolitismo.
(não comento o objecto porque apenas o conheço de fotografias, mas aquelas guarda - que já aqui elaboraste - fazem-me pensar na merda que vai pela cabeça dos arquitectos (generaliza) em que desenham umas guardas de prisão, agressivas e quase funestas, num sítio, presumo, de contemplação. faz-me lembrar aquele pueril jogo que correu todos os nossos pc's, o prince of persia, em que o desgraçado do boneco quando falhava o salto se espetava impiedosamente numas lâminas aguçadas contra a sua inavilidade. admiremo-nos pois se alguém tiver o azar de espetar os olhos naquelas "elegantes" guarda-corpos.
e depois, que crítica é quem um gajo vai fazer a uma "caixa" que no seu interior tem um percurso "linear", sem "mistério", diria a alex p. coelho. faz-me confusão este modernidade simplificada (simplória). fico com a sensação que aquilo é a "imagem" do balanço (balacé da picolé) e ponto.
mas pior é esta crítica publicade em que vale tudo. menciono apenas a ideia que me fez desistir de ler o resto do texto, a qual é, segundo AVM, a prova provada por souto mora de que a "abstracção" alçadeira como desvinculada do interior "miolo" da casa. ora, ora, e não é que a esta arquitectura é "vale tudo".
para além das digressões enviesadas sobre história da arquitectura, a nossa crítica abafou toda a teoria erguida ao longo de séculos.
such a shame.

2:27 da tarde  
Blogger AM said...

a "abstracção moderna" é(ra) "desconfortável" (!?), mas a arquitectura "contemporânea" de "raiz moderna" (moderna e minimalista diriam os "analistas" da obra do nosso "colega" e teu homónimo - o autor do "eleven") é bué "confortável"...
a arquitectura não (se) pensa e não há quem pense a arquitectura... fica tudo pelos "clichés" a-críticos do costume... embrulhado na imprensa de fim-de-semana para "consumo" da (alta ou "remediada") burguesia
a AVM ainda arriscou a falta de "mistério" da casa, mas faltaram os colhões (também não ia dizer mal do brinquedo dos seus anfitriões...) para mais...
uma pobreza franciscana... que também eram muito minimalistas...

nota do "editor"

a posta sobre a "guarda da varanda" encontra-se aqui:

http://odesproposito.blogspot.com/2007/12/guardas-de-varanda.html

2:57 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

"falta de colhões". é isso que falta, nesta paróquia onde ninguém se quer comprometer com ninguém nem com nada para além das teias que prometem sinecuras, "fama & sucesso".
o mal não é exclusivo da nossa corporação. veja-se o caso da música, e, cúmulo, da literatura, onde toda a gente anda a fagar o colhão de toda a gente - não falo de cinema porque não reconheço que haja crítica em portugal, (ontem no programa "um certo olhar" na antena2, vicente jorge silva apelidava a "nova" crítica de cimena de "olé, olé". sinto que mais uma vez acertou no soundbyte, depois do célebre "geração rasca").
sobre o compromisso, o manuel vicente pode dizer de seu exemplo. comprometeu-se com as suas convicções e valores e veja-se onde foi parar no trato que a inteligentsia da classe lhe dispensa.
talvez o problema seja em pensarmos que hoje tudo é fácil. escrevem-se uma frasezecas engraçadotas à la blogosfera e temos, publica-se num jornal de grande referência e temos o tomate-cereja no topo do bolo egotista.
a crítica é difícil. ainda mais difícil é tentar trabalhar criticamente. a pressão ansiosa com que lidamos em nós mesmos para furar pelo site fotográfico dos manos guerra ou pelas paroquiais wallpapers é imenso. se calhar era aí que cada um de nós devia começar a partir pedra. uma pedra dura, interior, que reside cá dentro.
peço desculpa se estou a psicologisar demasiado esta minha conversa da treta.

6:07 da tarde  
Blogger AM said...

não é desculpa, mas a pequena dimensão do meio condiciona e de que maneira...
da "arquitectura" (assinatura) do nosso primeiro à arquitectura assinatura (por exemplo) do Byrne, passando pelas "es-culturas" (ou serão "instalações"?...) da artista (west coast) Joana vasconcelos nos corredores da casa de banho do "eleven"...
enfim... estão todos bem uns para os outros...
mas tás certo (eu pelo menos concordo...) o pior, o mais difícil, é mesmo partir pedra, ou seja, na hora de a-riscar o projecto, dar o corpo ao manifesto
porque isto das postas com azulejos e assim, é tudo muito "bonito", mas...

6:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

rapazes de lisboa vão para o campo trabalhar.
Que certezas absolutas pairam sobre a cabeça de qualquer jovem (no sentido jeová do termo) arquitecto (no sentido joyciano da frase) que sobrevooam sobre a crítica. Parecem deliciosas donas de casa (no sentido arquitectónico do termo) preocupadas com o destino da engenharia civil.

1:06 da tarde  
Blogger AM said...

não há pachorra para comentários anónimos... "hostis"
tadinho cê...

7:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o anónimo. precisa de ajuda.
explique-me como é que pode aparecer o meu vigoroso nick diria cave sem preencher um formulário. Já agora dou-lhe os meus dois primeiros nomes José António. Adianta alguma coisa? Transformou um anónimo num não anónimo?
E continuo sem perceber a adjetivação bloquista de "hostil" quando a destilação de quase ódio quase nada é sempre sua. No sentido transpirado do termo.
Acrescento que julgo ter consigo resolver o problema da nomeação.

11:08 da manhã  

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