sábado, abril 28, 2007

Intervenções na Cidade (Toca a Preencher!)

Não fiquei muito impressionado com o passeio virtual pelas Intervenções na Cidade...
O tema dos "Vazios Urbanos", é quase sempre interpretado em modo "literal", como espaços vazios de "construção"... que urge preencher!
Nas palavras de Pedro Alexandre Duarte da Gama Dias, autor da proposta para o "preenchimento" do Largo Duque do Cadaval (ao Rossio), "o que este (aquele) espaço necessita é de um Edifício Refêrencia que colmate ("colmate" estão a ver?...) este vazio...", para o que simula um irónico (?) "clone" (?) devidamente reduzido à escala (?) do meteorito do Kualhas.
Algumas das outras propostas apresentam estudos para largos, praças, ruas ou troços da "frente ribeirinha"... e se não têm construção é porque são "vazios"... right? Nem sei como é que o Terreiro do Paço escapou...
"Eco-Kit" dos MOOV e "Mergulhar no vazio" de Pedro Barata Fernandes Gomes de Castro e Pedro Ribeiro, propõem intervenções para "lotes temporariamente vazios" nas ruas "desdentadas" da cidade, em jeito ECO-POP actualmente muito apreciado.
A "escrita" é (quase sempre) vagamente pretensiosa e irritante: "O que serão os vazios urbanos se não o próprio reflexo da condição humana e urbana actual..." (Doca do Jardim do Tabaco – Marco Alexandre Simões da Silva), e/ou aborrecida e "ilegível" (Investimentos Imobiliário de Intervenções - AUZ Projekt), mesmo quando se pretende "provocadora" e... "jovem"!
Mais "espertalhaça", mas também muito mais perigosa (sem aspas...), é a proposta "Quarteirões Novos para as Avenidas Novas" de Tiago João de Castro Simas da Costa Freire, onde, à boleia do sedutor (e "arquitectónicamente correcto") discurso do combate ao ilimitado e desregrado crescimento das periferias e do "regresso à cidade", propõe um daqueles crimes urbanísticos com que os especialistas (em todas as coisas...) dos arquitectos adoram infernizar a vida... dos outros. Os "miolos" ("vazios"...) dos velhos quarteirões das avenidas novas... mas para o que é que "aquilo" serve!?... Toca a preencher!
Mais interessantes, mais frutíferas e exequíveis, me parecem as propostas para o "Tecto Habitado" de Paulo Miguel de Melo com Maria João Correia e Luís Maria Baptista e a certeira e espelhada ironia das "Salas de Chuto" (à Assembleia da República) de Paulo Moreira e Diogo Matos.

(Porque é que os bananas do site da Trienal não fazem "links"?)

7 Comments:

Blogger Pedro BC said...

Sem tempo para mais, esclareço só que a proposta de uma piscina com comprimento olímpico obviamente não se destinaria a um lote interpretado como "temporariamente desocupado". Essa vocação terá, e penso que bem enquanto tema, a proposta dos "moov".
Um abraço conhecido,
Pedro Barata Castro (um dos "ECO-POPS")

5:03 da tarde  
Blogger AM said...

Olá Pedro Barata Castro :)
Vê lá se arranjas tempo pá, que eu agora fiquei ainda mais curioso! :)
Conta coisas...

7:53 da tarde  
Blogger formiga bargante said...

Meu caro

Quando tiveres tempo passa pela Formiga e diz-me (se estives para aí virado...) o que pensas do último post.
Um abraço

8:14 da tarde  
Blogger AM said...

A não perder, o último do f. em:
http://formigabargante.blogspot.com/2007/04/barcelona-work-box-el-cineasta-bigas.html

Abraço

8:53 da tarde  
Blogger formiga bargante said...

Também não era preciso exagerar...

9:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

eh pá, mas onde é que se encontra isso no site?

12:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

caro blogger,
acerca dos quarteiroes novos para as avenidas novas nao se trata de "preencher" os interiores de quarteirao, pura e simplesmente porque eles ja estao cheios! e cheios de urbanidade! porque cheios de garagens, cheios de oficinas, cheios de healthclubs, cheios de crescimentos de escritorios, cheios de barracas, baracaquinhas e barracoes! mas vazios de significado. e este vazio que importa trabalhar. nao simples vazio morfologico. assim, é mais um reordenamento dessa cidade invisivel, mantendo esses programas parasitas numa outra tipologia e alargando a ocupação tornando-a colectiva, publica, percorrivel, urbana. cheia, nao de construção mas de significado. para alem disso se reparar com atençao no projecto ha logradouros que ficam mais "vazios".
espero que isto "sirva" para alguma coisa. cumprimentos e parabens pelo que escreve, tiago simas freire.

7:27 da tarde  

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