domingo, julho 30, 2006

Tomar ou Não Tomar Partido, A Chantagem Moral

"Como se pudesse haver equivalência moral e política entre sistemas democráticos e totalitários"
É impressão minha, que não percebo muito disto, ou a "democracia", imperfeita como só ela sabe ser, até vigora em Israel, no Líbano e na Palestina, com governos democraticamente eleitos em eleições livres?
O que está em causa, salvo melhor opinião, que não faltarão, não é um conflito entre a "legitimidade democrática" e "a pura lógica do terror", que é praticada pelos "dois lados", e que todos (?) condenamos, mas um conflito “politico por outros meios”, pelo direito do Estado de Israel (e já agora da Palestina, se não se importam…) a existir.
A tese da "equidistância moral" à "lá Pacheco", também não cola. Não há comparação possível com a guerra civil… civil, percebem... de Espanha.
Muito eu gostaria de ter assistido aos alistamentos maciços na causa (“esquerdista”) da República, da nossa “direitinha”… olha para ela tão confortável... agora sentada ao computador, a largar postas (como bombas) nos blogs, e a “toma partido” por Israel!
Sinto-me um cobarde, na minha “equidistância”, ao vosso largo (nos vossos charcos), bravos guerreiros!
Que deus, que os deuses deles todos, me livrem da chantagem moral de ter que optar pelo "mal menor".

6 Comments:

Blogger Pedro Correia said...

António, faço minhas as palavras do Helder Ferreira, no Insurgente: "Se os árabes (islâmicos) depuserem as armas, não haverá mais violência. Se os israelitas depuserem as armas, não haverá mais Israel." A diferença é esta. Dá que pensar, não dá?

5:13 da tarde  
Blogger AM said...

Essa frase dá que pensar sim senhor.
Significa que a guerra, também de palavras, veio para ficar, e que o conflito não tem solução, enquanto Israel não convencer os EUA da necessidade, para a paz na região... de lançar a BOMBA sobre Teerão!
O Líbano é para entreter, são os preliminares! (ainda que os preliminares não sejam para entreter)

5:48 da tarde  
Blogger Pedro Correia said...

A si dá-lhe para pensar nisso. A mim dá-me para pensar nisto: é lamentável que Israel, Estado fundado há 59 anos por uma resolução da ONU, não tenha ainda hoje o seu direito à existência reconhecido pela generalidade dos países vizinhos que lhe declararam guerra no próprio dia em que nasceu. O que diríamos se isto se passasse com qualquer outro Estado do planeta?

6:35 da tarde  
Blogger AM said...

Eu cá por mim, e a despropósito desta guerra também tenho pensado nisso… na fundação dos estados... e até na do "nosso" pequeno condado...
Atenção... eu não estou de malas aviadas "pró-irão", nem estou o defender o ponto de vista de qualquer dos fanáticos (judeus incluídos) da região... mas o que é o reconhecimento de um estado à existência?
Os estados são construções artificiais, e nenhum tem direito "natural" à existência.
Existe (quando existe) o direito internacional e existem "as resoluções", mas como elas só funcionam, quando alguns querem... eu não as levo muito a sério... ONU?
Parece que antigamente isto só lá ia com bulas papais...
Sem estados, digo eu, é que nós estávamos bem, que uma dose (q.b.) de utopia anarquista nunca fez mal a ninguém...

Imagine there's no countries,
It isn’t hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...

John Lennon

Imagina Pedro...

7:06 da tarde  
Blogger Pedro Correia said...

Imaginar, imagino, António. O problema é que estes belos princípios, para poderem tornar-se realidade, devem ser adoptados de parte a parte e não apenas num dos lados do planeta. Com toda a franqueza, meu caro, não "imagino" por enquanto ninguém a cantar convictamente John Lennon no mundo árabe. Para os fundamentalistas islâmicos, Lennon é o demónio. Eu e tu também somos.

7:21 da tarde  
Blogger AM said...

A questão é precisamente essa: nos somos (devemos ser) o demónio (salvo seja) dos fundamentalistas islâmicos, e de todos os "outros" fundamentalistas... e é por isso que não eu não tomo partido.

7:40 da tarde  

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