Mário Cláudio (Critico de Arte... e Arquitectura)
"Uma outra mácula que transforma essa área, destinada a boas empatias, quando não a pequenos êxtases, é a que decorre do tédio das instalações sucessivas, e cada vez mais dessoradas, que transformam as salas da galeria em deserto de Gobi, solitariamente atravessado. Bem sei que não deixarão de se sentir empolgados os seguranças de serviço, sempre atentos a que não se opere a subtracção de uma pedrinha de gravilha, gesto com o qual o exposto se veria substituído por uma "performance" não programada. E não duvido de que com tais inanidades se empolguem os jornalistas recenseadores, constantemente "à la page" com os conceitos de velocidade, ou de catástrofe, mas tristemente cristalizados no já académico urinol de Duchamp, de há muitas décadas."
"Sucede porém que o desejo que em mim despertam, o de subir ao terraço do restaurante, e de por lá me quedar, justamente desalterado por uma limonada, depara com um obstáculo à sua realização. O sol excessivo torna impossível a permanência naquele logradouro aberto, isto porque, segundo una quantos, o arquitecto assinante do edifício terá proibido que ali se implantem guarda-sóis, ou porque, segundo outros, existe o risco de a ventania derrubar, perigosamente para o público, os guarda-sóis que se puserem. Espera-se que o mesmo artista finalmente conceba o toldo protector, decorridos que estão três anos sobre o compromisso que assumiu de o entregar."
Dois Limões em Férias, Mário Cláudio, ainda da (longa) série: "leitura do Expresso, do dia 4 de junho".
Que o facto de ter "adicionado" o nome do autor à minha lista pessoal de leituras para as férias (boas intenções...), me dê a graça pelo perdão da reincidência em longas postas-citações daquele premiado escritor, que se me afigura (à memória) como a mais gratificante leitura ao "estado das artes" e afins... da nossa provinciana parvónia. O pretexto (para quem falhar a leitura do original), é a exposição de António Dacosta, em Serralves, com Link de parcimoniosa "cativação".
"Sucede porém que o desejo que em mim despertam, o de subir ao terraço do restaurante, e de por lá me quedar, justamente desalterado por uma limonada, depara com um obstáculo à sua realização. O sol excessivo torna impossível a permanência naquele logradouro aberto, isto porque, segundo una quantos, o arquitecto assinante do edifício terá proibido que ali se implantem guarda-sóis, ou porque, segundo outros, existe o risco de a ventania derrubar, perigosamente para o público, os guarda-sóis que se puserem. Espera-se que o mesmo artista finalmente conceba o toldo protector, decorridos que estão três anos sobre o compromisso que assumiu de o entregar."
Dois Limões em Férias, Mário Cláudio, ainda da (longa) série: "leitura do Expresso, do dia 4 de junho".
Que o facto de ter "adicionado" o nome do autor à minha lista pessoal de leituras para as férias (boas intenções...), me dê a graça pelo perdão da reincidência em longas postas-citações daquele premiado escritor, que se me afigura (à memória) como a mais gratificante leitura ao "estado das artes" e afins... da nossa provinciana parvónia. O pretexto (para quem falhar a leitura do original), é a exposição de António Dacosta, em Serralves, com Link de parcimoniosa "cativação".
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