quarta-feira, abril 19, 2006

Esquisso de uma Posta de Teoria Mal Passada (resumo da matéria dada)

Ora então deixem lá ver se eu percebi bem. O estilo internacional do movimento moderno entra em crise revelando as contradições internas do seu pensamento, coisa que o talento dos seus praticantes, em vez de disfarçar, acentua (Mies). Corbu vai de reacção poética em reacção poética (em “regionalismo crítico” avant la lettre) até à experiência de Ronchamp… FLW (ainda em cena…) faz a ponte no Pós-Guerra, com os novos orgânicos. A “modernidade” rebenta pelas costuras. O capitalismo, não só resiste, como, mais do que nunca, triunfante, “investe”. Rossi do lado de cá e Venturi do lado de lá (do atlântico) estilhaçam as sementes de Kahn (que, para quem não conhece, não é nada que se possa fumar). Praticantes medíocres fazem carreira à pala do pós-modernismo, que uns dizem não existir e que outros já não podem ver pelas costas. Entretanto o “senso-comum” da profissão recupera “praticas de continuidade”, e reabilita a cidade, contra as tendências mais “radicais” e utópicas dos velhos modernos e dos (ainda mais velhos...) novos modernos. As elites arquitectónicas “bem-pensantes” da velha Europa, recuperam terreno, ao recuperar (das vanguardas modernas e tardo-modernas - Eisenman...) as práticas de "ruptura" em exercícios delirantes (delirious) ou "telúricos" (tel-u-ricos). Na periferia exercem os mestres (Siza, Moneo). A “crise da cultura”, “consequência” da revolução industrial, engorda… (é a globalização, estúpido!).
A disciplina não tem (nem poderia ter) solução para a dimensão dos problemas, principalmente no “terceiro” mundo ou nas potências emergentes, onde falar em “arquitectura” ou em “cidade”, é outra forma de delírio.
Entretanto “praticamos”. Cuidamos do nosso jardim…
Alguns (poucos) com consciência dos limites dos seus exercícios, outros como se tivessem “a” solução…
Algures lá pelo meio, Alvar Aalto…

5 Comments:

Blogger lc said...

Muitos nomes e "movimentos", acompanhados de muitas "" e (). Não podemos ser só nós a mandar para cima da mesa todos os arquitectos que nos lembramos... De resto, até parece que estiveste na conferência do Souto Moura em Serralves, esta terça. Ele fazia uma análise ao seu percurso e, consequentemente, a todo o espectro arquitectónico da segunda metade do séc.XX, muita idêntica à tua. Abraço e vai aparecendo pelo JOG para mandar uns bitaites.

11:23 da manhã  
Blogger AM said...

epá, comparado com o souto... :)
podias fazer um resumo da conferência...
lembrei-me que uma das coisas que mais gosto no Souto é o modo como ele por tudo e por nada fala do Venturi, acho que até já escrevi sobre isso, pode ser que qualquer dia calhe por aqui

4:14 da tarde  
Blogger lc said...

Desta vez nao falou no Venturi, mas fartou-se de mencionar o Rossi e o Mies. A conferência era sobre Identidade. A desta semana era dedicada à arquitectura e ao Souto. O Nuno Grande fez uma enorme introdução sobre os principais pontos de concepção e formalização da obra do Souto Moura, mas muito superficial e a reduzir as obras a pequenos subterfúgios formais como a parede/muro, a caixa/mesa, os ready-made, a ruína e etc... O Souto Moura fez uma análise extensa do seu percurso, muito preocupado, como sempre, com a linearidade ou pontualidade abrangente da sua obra. Ele abomina o seu próprio academicismo e prefere experimentar aceitando qq contradição. Parece que está mais interessado nele próprio e na imagem que vai ficar dele, do que na obra propriamente dita. Mas continua a ser o Souto Moura com todas as expressões engraçadas e com edifícios magníficos.

4:47 da tarde  
Blogger AM said...

obrigado
gostava de ter assistido

5:09 da tarde  
Blogger geno said...

gostei.
esquisso que se vai sedimentar, espero.

6:23 da tarde  

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