segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Michele Cannatà e Fátima Fernandes

Certamente que por ter olhado com bastante ligeireza para a obra de MC e FF, sempre julguei, com pouca justificada soberba e arrogância, o seu trabalho como... superficial. "Módulos Auto-Suficientes" paralelipipédicos com arestas boleadas e superfícies vidradas, replicadas no mobiliário fixo "mono-funcional" do interior, em bancadas de cozinha e camas... passaram (ao meu superficial olhar) por exercícios de "design" ao sabor das últimas modas.
Vejo, ao ler a entrevista na A&V de Fevereiro (N.º 68) que não poderia estar mais enganado. Ideias bem explanadas numa linguagem acessível... uma raridade!
Fica um excerto... à vossa consideração:
"Por exemplo, em Inglaterra diminuiu a produção de mobílias de sala de jantar, porque já ninguém as compra. Isto deve-se ao facto de essa refeição ter perdido a sua importância em termos sociais, esse já não é o momento importante da casa. O quotidiano de pôr a mesa, etc., já não existe. (...) Por isso acho difícil ser o arquitecto a determinar a evolução do espaço interior. Nós damos uma resposta ao nosso cliente. O produto da arquitectura é a capacidade de resposta a um cliente, que aprecia o nosso trabalho, porque acha que somos capazes de o fazer bem. Mas, muitas vezes, as propostas são rejeitadas."
Já todos devem de conhecer, mas aqui fica o Link.

2 Comments:

Blogger Luis said...

Também eu já tive oportunidade (aqui -http://existologohabito.blogspot.com/2005/12/cannat-fernandes_30.html) de falar da minha imprudencia ao tirar conclusões precipitadas .
Apesar disso continuo a não encontrar virtudes nas casa inteligentes e nos modulos auto-suficientes.

1:17 da tarde  
Blogger AM said...

meu caro luís ainda bem que comentas, porque fiquei a pensar não ter exprimido o meu pensamento da melhor maneira, principalmente depois da análise exaustiva do site de MC e FF, onde reencontrei muitos projectos que (afinal) conhecia e que francamente me desagradam.
aproveito a oportunidade para esclarecer que o que mais me atraiu na dita entrevista foi o "discurso" "realista" sobre a profissão e o seu exercício, e não tanto as (supostas) virtudes da obras, sobre as quais penso que estaremos de acordo
é só que o tal "discurso" faz-me olhar para os trabalhos com outra atenção

6:09 da tarde  

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