domingo, abril 08, 2012

ODP e as suecas

Aceeptera, o manifesto colectivo da vanguarda modernista sueca, é leitura (desconheço se entra nos vossas colectâneas...), é leitura (não gosto, pessoa, das leituras por obrigatória obrigação) é leitura fun-da-mental.
Foi, no entanto, a "entrada", o texto, imediatamente posterior, sobre "os pequenos armazéns comerciais" Bredenberg (Ett litet specialvaruhus), que mais me encantou.
Apresenta-se quase como que uma memória descritiva da obra, reflectindo sobre a localização e a relação com a cidade (existente e a criar/modificar), sobre a tipologia e a sua história (sobre a "transformação" da tipologia do espaço comercial no contexto do seu tempo presente...), sobre a forma e o espaço, sobre a construção (obrigado eng. AB), sobre a infinidade das questões mais... "técnicas" (adorável o pormenor das soluções de climatização e de "combate" às correntes de ar na entrada principal...)
Recordou-me, em muito, a maneira como Rafael Moneo (com a dose e a percentagem exacta de honestidade, especulação intelectual, rigor, transparência...) também escreve sobre as suas obras (como que a provar que isso do shift po-mo não passou mesmo de uma moda para entreter impostores intelectuais das academias e demais merdias...)
No contexto da obra do seu autor (que ainda não referi...) costuma passar meio ao lado das outras obras primas todas...
No contexto da arquitectura (comercial ou outra) dos (terríveis...) 30's também não a vejo particularmente acarinhada...
Na GA Document (special issue 3) dedicada aos anos 1920-1945 por exemplo é preterida a muitas outras...
A "redescoberta" (do autor) pelos po-mo, a preferência por (outras) obras que incorporem todos esses links para o interior da história da disciplina (olá Santa Constanza), a estranheza pela periferia da vanguarda (pela vanguarda "na" periferia...), o "estado" ("alterado") da obra, terão ajudado...
e no entanto...
Se o ODP é o Figo (finta, finta) da arquitectuga?
JC (sem desculpas...) Accept Yourself

(está bem assim, alma?) :)