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o filme da Amália estreia na RTP 1
o documentário sobre o Zeca repete na RTP 2
por mim, que vejo e oiço os dois, não faz qualquer diferença
já para alguns dos outros...
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15 Comments:
Caro AM.
Não sei se leu o meu comentário no Belogue da Beluga onde dizia que aqui viria para comentar o seu comentário.
E o que vou dizer-lhe, verá depois, nem fica muito deslocado neste seu post. Vc. fala do Zeca e mais tarde falaremos de Grândola.
But first things first.
É muito curiosa a sua observação. Nunca tinha pensado no Rap como uma luta de poetas na rua.
Diz uma filósofa espanhola que muito admiro, Maria Zambrano (MZ), cuja leitura ABSOLUTAMENTE DESLUMBRANTE, recomendo ( se não a conhece pode começar por ler " A metáfora do coração e outros escritos", edição Assírio e Alvim, saltando logo para o texto " Filosofia e Poesia", mais fácil de meter o dente para quem não está iniciado/viciado em MZ)que "pensamento filosófico e poesia se enfrentam sériamente em diversos graus que chegam até a exclusão total, ao longo da nossa cultura.". Parece-lhe que" ao dirigir-se o filósofo ao ser oculto sob as aparências e ao ficar o poeta sumido nestas aparências, a separação "parece" não ter remédio."
Seria fastidioso estar agora aqui a seguir toda a linha de pensamento de MZ nesse texto maravilhoso. Realço apenas um dos momentos dessa "batalha de grande fragor". O frente a frente do pensamento filosófico e da poesia em Platão, mais precisamente no seu livro, " A República".
Diz MZ: " Assim aconteceu com a condenação platónica da poesia, especificada em nome da moral, no diálogo em que mostra a cidade perfeita, lugar da Verdade e da Justiça. A poesia fica fora, condenada.". Até por ser ela própria criadora de aparências.
Ora, pelo que me diz, a poesia, no seu género Rap, voltou à cidade, está na rua, em lutas de poetas.
Então que relações mantém ela agora com o pensamento filosófico?
Ela está de volta à cidade , mas será que tem direitos de cidadania?
E porque lutam os poetas?
Tudo perguntas e interesse que o seu comentário suscitou, visto estes temas me serem caros.
Tudo temas para meditar.
Um obrigado muito sincero, sem qualquer ponta de ironia, pelo seu comentário. Ele fez surgir todos estes temas no horizonte, à que, como disse, dedicarei alguma atenção e meditação.
Mas sem grande inquietação, pois, citando ainda Maria Zambrano, " A beleza parece ser a única aparência verdadeira". Estamos salvos pois, nós, os estetas.
Quanto à dúvida sobre o seu trabalho, a primeira pergunta que quero fazer-lhe é onde fica a obra de que postou um conjunto extenso de fotografias e desenhos, creio que no mês de Abril( a da treliça em losango)? Os seus desenhos do estudo prévio tem , no canto superior direito a sigla CMG. Quererá isto dizer Câmara Municipal de Grândola?
Se sim, gostaria de saber se isto
http://olhares.aeiou.pt/chamine_alentejana_foto1904138.html
http://www.craftoffers.com/pt/index.php?option=com_community&view=photos&task=photo&userid=128&albumid=23&Itemid=159#photoid=1855
http://www.craftoffers.com/pt/index.php?option=com_community&view=photos&task=photo&userid=128&albumid=23&Itemid=159#photoid=973
teve alguma influência na concepção do seu projecto?
Peço-lhe que me perdoe a seca. Agora vou ouvir Sam the Kid. Diz um amigo que para iniciação não há melhor. Obg
Caro AM.
Infelizmente os endereços que lhe dei no post anterior não apareceram por inteiro. É-me impossível transcrevê-los letra a letra, dado a sua extensão. Vai ter que fazer-me o favor de Googlar " chaminés alentejanas" (imagens e sem aspas) e escolher aquelas que têm um losango pintado. Há muitas e muito bonitas. A minha pergunta mantém-se. Tiveram essas pré-existências, alguma influência no seu trabalho, isto assumindo que o edifício fica no Alentejo, como me parece
caro Skyzofriend
vou tentar responder o melhor que souber e puder
em primeiro lugar quero agradecer os seus comentários
quando comecei o ODP (que na altura ainda não era "o" ODP) não esperava nada (não esperava - nem saberia o que "esperar"... - mesmo nada) disto
depois, com o tempo, fui verificando que algumas pessoas (nick's) se interessavam pelas minhas "postas" e fui, de alguma maneira, ficando vaidoso e "expectante"
felizmente a expectativa de muitos e bons comentários, de uma brava e saudável troca de ideias (ou pelo menos de diferentes "pontos de vista") raramente (ou nunca) se "cumpriu"
estes seus comentários, que eu mais uma vez muito agradeço, são a excepção à regra
adiante
de RAP (como de tudo...) percebo pouco
sei o suficiente para dizer que o vejo, ao RAP, como uma forma de "desgarrada" moderna (não muito diferente de algumas formas do nosso património "oral")
faz parte do RAP, dos seus praticantes, essa forma de picara (de picaresca) picardia (a mesma, por exemplo, que encontro nos versos e quadras dos poetas populares alentejanos...)
do bronx à amareleja (e volta...); como em "from Las Vegas to Rome" (and back...)
enfim, "reflexões"...
MZ nunca li (espero, para breve, poder fazer chegar o pedido de "encomenda" à - ainda minha... - bilio lilás...)
essa conversa toda da "exclusão" acho um disparate "pigado"
felizmente como não sou culto nem intelectual (nem esteta, nem nada) nunca li a república do grego (habitá-la - à república"... - já dá tanto trabalho...)
a "luta", a "rua", a "cidade", a "filosofia", os "direitos", os "poetas" são agora coisa muito diferente (e afinal sempre a mesma...) do que foram noutros tempos
acredito (parece-me) que isto da net e dos blogues acabou mesmo (e por agora...) por "democratizar" a "poesia"
não sei responder à pergunta "porque lutam os poetas?"
cada "poeta" lutará (ou não) por aquilo que quiser
os poetas (da "rua") lutam por "existir", por ter uma "voz", por "influenciar" a "rua", etc.
e por aqui me fico (que isto não é para mim...)
(cont.)
(cont.)
o resto, o meu trabalho, é (ufa!) muito mais fácil de "explicar"...
fica em Grândola, no chamado "centro tradicional" (que é um centro histórico um pouco mais "poucachinho"...)
pergunte pelo "hotel", ou pelo "PCP" (agora veja lá a quem é que pergunta pelo "PCP"...) ou então pela igreja matriz (que já fica bem perto...)
nessas postas todas com desenhos e fotos há uma com a "bandeira" do concelho (pensei que esclarecia todas as dúvidas e curiosidades...)
os losangos (ah, os losangos...) já existiam (em tectos e tal...) no edifício agora "intervencionado"
com o tempo (e isto foi tudo à última da hora e já durante a obra...) tornaram-se um "motivo" ou um "tema" (ou será mais um "fetiche"...) do projecto/obra
os meus losangos não foram inspirados pelos losangos das chaminés alentejanas mas (para além dos losangos existentes nos tectos) pelos losangos das platibandas de algumas coisas (umas mais "perto", umas mais "longe"...) que fui pescando pelo caminho...
deixei postas pelo menos em:
http://odesproposito.blogspot.com/2010/05/prato-do-dia.html
http://odesproposito.blogspot.com/2010/04/moda-odp-primavera-verao-2010.html
mas os meus losangos também foram sendo "cozidos" com coisas como esta...
http://odesproposito.blogspot.com/2010/04/losangos-de-gerrit-th-rietveld.html
e nunca esqueci um parágrafo do MGD que li aí por 86/87 (?) numa velhinha "arquitectura portuguesa" que falava em losangos (?) em platibandas decoradas...
quando nos pomos com "explicações" estamos lixados...
a obra "começa", na visita guiada ideal, pelos losangos da "praça", passa ao losango "recriado" no tecto da entrada principal do CT e "termina", ou melhor, "culmina", com o (quase "religioso"...) losango "vazio", "negativo", "suspenso"...
quem quiser, depois, descer a adorável rua da entrada de serviço até ao "centro", pode sempre voltar a espreitá-lo, ao losango, lá em cima...
se estiver interessado numa visita guiada (até porque o edifício ainda não está "definitivamente" aberto ao público), avise
that could always be arranged
antónio
o doc. do zeca termina (tudo em lágrimas...) com o sérgio godinho a dizer que o zeca abriu janelas em paredes que nem sequer existiam...
fiquem-se com esta, "arquitectos"!
(antes, um dos entrevistados, dissera que o zeca tinha canções de "intervenção", canções "surrealistas" e canções mais "ligeiras" - que entendi como as canções mais próximas da "tradição"
para mim, que gosto muito de quase todas, a "diferença" não faz qualquer sentido
uma balada de coimbra - viu-se pelo concerto de "despedida" no coliseu - pode ser também uma música (surrealista) de intervenção
e o que há de mais "interventivo" que o amor!?)
Skyzo-friend grande nick
sim senhor :)
muito obrigada pela indicação da MZ.
posso sempre tentar ler
e reter no caso de compreender :)
Thanks ,
o AM gosta de comentários
eu gosto de link´s
AM,
grandes xutos para os cantos do losango :)))
não seja ingrato (qt ao nivel de comentários)
se não faço greve
e não venho aqui atirar pancadinhas de amor (cada um dá o que tem) :)))
o AM também gosta de link's (ou será o ODP?) :)
não faça greve ao comentário :)
estou certo que podemos chegar a memorando de entendimento :)
sam the kid
2:
uma cena "old school" tipo camões:
http://www.youtube.com/watch?v=JtTIb4KkZmA
alta/baixa cultura:
http://www.youtube.com/watch?v=svLIEwCZE7c&feature=related
os poetas de cara-oca (http://www.youtube.com/watch?v=hKfVIS74W0g) tinha ideia de já ter postado...
dizia (salvo erro) o reininho (salvo erro, citando já não sei quem...) que a música é a "reserva" da poesia...
caro Skyzofriend
desculpe voltar à carga
pareço um daqueles melgas que não deslarga o osso nem diz tudo à primeira
outra coisa que me agradou no "tema" do losango, encontrado e desenvolvido ao longo do projecto/obra, foi a possibilidade de utilizar "partes" do seu "desenho" como "diagonais excepcionais"
existem, polvilhadas pelo projecto/obra algumas dessas "venturianas" (C&C) diagonais
algumas que resultam da resposta a compromissos acústicos, outras que resultam da procura da melhor solução de "desenho" para certas dificuldades ou problemas "concretos"
nem todas (as diagonais) foram "perseguidas"
algumas ficaram pelo caminho, diria, do "real" (custos, etc.)
também por esse motivo me sinto tão insatisfeito com o desenho de certas "partes", com a convicção que com um pouco mais de tempo e de "suporte", a obra poderia ter resultado bastante melhor
na visita guiada, se assim o entender, terei todo o prazer em chamar a sua atenção para tudo o que não correu conforme o "desejado"
antónio
Caro AM.
Por hoje , apenas um pequeno comentário, que ontem foi noite de sangria.
Apreciei a franqueza do seu comentário: Assim que puder responderei.
A possibilidade de uma visita à obra parece-me atractiva: Veremos se lá mais para o verão isso será possível.
Cara Alma.
Infelizmente o meu nick é algo mais que um nick. Preferia que não o fosse. Mas também o seu nick tem altos pergaminhos: Alma Malher, Alma Gropius. Que grandes responsabikidade...
Espero que goste da MZ. Eu acho-a fabulosa. Depois diga o que achou. Obg
Caro AM
O seu losango e o seu trabalho de Grândola em geral, cada vez me interessam mais. Infelizmente sofro de uma agudíssima falta de tempo que me impede de responder-lhe imediatamente. Mais volte à carga quando quiser. Saiba que tem deste lado um leitor atento.
O que acho é que VC. ao esvaziar o losango , ao suspendê-lo como o fêz, ao colocá-lo onde o colocou, retirou-lhe o carácter ornamental e decorativo, fazendo-o adquirir um carácter simbólico, " quase religioso".Mas o que tem estado sempre "in the back of my mind" nos últimos dias é saber pq é que ele é tão "alentejano"(repare k ainda vc. não me tinha dado a certeza e eu já desconfiava k a obra era no Alentejo).
Compreendo a luta K teve com o losango. Ele é um ditador: onde chega estabelece uma ditadura geométrica de linhas oblíquas. difíceis de harmonizar com outras figuras geométricas.Tb eu já tive k me bater com ele. Mais uma vez aqui conseguiu ir um pouco mais além; "diagonais excepcionais" diz o AM. Que bela expressão, de uma gramática poética de quem está completamente envolvido com o seu trabalho. Se me permite a presunção, acho que temos arquitecto!!!.
Vou continuar a meditar sobre o seu trabalho. A ver se lá para o fds, quando tenho mais tempo terei alguma coisa a dizer.
S.
S.
assim vc me embaraça
de arquitecto apenas a paixão
o losango nunca procurou ser expecificamente alentejano ou "site specific" (para citar o eisenman)
também não procurou ser particularmente "decorativo" (se o "vazio" esvaziou, passe a redundância, o "decorativismo", tanto melhor)
já a questão religiosa não sei explicar... só sei que o dia em que a grua o levantou do chão e o fez sobrevoar (como à santinha dependurada do helicóptero no filme do grande Fellini...) foi um dos dias da minha vida...
toda a questão (toda a "problemática", diriam "outros") da poesia na rua da "república" tomou, entretanto, outros atalhos (em outras postas)
espero não tomar demasiado do seu tempo com as minhas mal sustentadas a-variações
eu sei como ele, o tempo, é precioso
(a "diagonal excepcional" é poesia do Venturi, no C&C)
Caro AM
Enviei-lhe um comentário dividido em duas partes mas parece que algo correu mal. Acho que a primeira parte foi publicada mas não tenho a certeza quanto à segunda. Tenho que esperar para ver
não recebi nada
essas coisas às vezes acontecem
lamento o tanstorno
transtorno
estas gralhas às vezes também acontecem
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