representações críticas
caro dioniso
percebo o seu ponto de vista mas para o bem e para o mal a análise "in loco" não é "uma das premissas bases" da "crítica" (ou sequer do ensino...) da disciplina
por motivos que me parecem óbvios e por assim dizer (uma expressão que odeio) "naturais", a arquitectura é uma arte demasiado complexa para analisar, criticar ou ensinar "in loco"
estamos condenados a pensar (os que pensam) e a escrever (os que escrevem) sobre "representações de arquitectura" mas não acho que isso seja (ou que alguma vez tenha sido...) um "problema" particularmente grave (pode até ser "algo" de bastante divertido...)
odp não faz crítica "in loco" faz opinanço "in louco"
as imagens do FG são o "habitual"... e estas em particular não me parecem das melhores conseguidas... (demasiados "galhos" e efeitos "fáceis" com os pinheiros e assim...)
o "slideshow" com demasiadas fotografias demasiado a-parecidas (umas com as outras) também... cansa...
é verdade que do interior não se vê muito mas para uma moradia é uma "amostra" mais que significativa
não é "assim" que se "discute" arquitectura? e eu sei lá (o dioniso sabe!?...) como é que se discute arquitectura...
com os "textos críticos" dos costumes é que não se discute arquitectura (porra de coisa nenhuma)
não existem (espero eu...) "cartilhas" para discutir arquitectura
a arquitectura discute-se... como calha...
não há pachorra (para não utilizar outra expressão mais popular e vernácula...) não há pachorra, dizia eu, para os policias (sem aspas) do "discurso crítico" de arquitectura com "direktórios" no raio que os parta...
a frase: "As portadas desempenham mais uma forma de assumir homogeneidade e relação com o deck do que propriamente Aalto" é um exemplo (infelizmente demasiado) representativo (e não por acaso incompreensível...) da maneira "correcta" de "discutir arquitectura"... (!?)
o "mal" dos "esgares" da a-zaha-rada é o "mal" de toda a arquitectura "catrapisca" (o olho)
fazer (por fazer...) "à maneira de" faz esquecer (ou remete para segundos planos...) o "compromisso" (ético, político, etc.) do arquitecto com o... "projecto" (mas calculo que isto, agora por estes nossos tempos mais "modernos", sejam tudo questões ziper-bizantinas...)
a cantina do Cadilhe ficou realmente na memória como um dos exemplos mais negativos do que é a "jovem" arquitectura portuguesa profissionalmente reconhecida entre os "pares" ("nas academias de artes e letras"...), mas também podia - reveja-se apenas "aquela" casa de Azeitão também em betão... - dar outros exemplos...
percebo o seu ponto de vista mas para o bem e para o mal a análise "in loco" não é "uma das premissas bases" da "crítica" (ou sequer do ensino...) da disciplina
por motivos que me parecem óbvios e por assim dizer (uma expressão que odeio) "naturais", a arquitectura é uma arte demasiado complexa para analisar, criticar ou ensinar "in loco"
estamos condenados a pensar (os que pensam) e a escrever (os que escrevem) sobre "representações de arquitectura" mas não acho que isso seja (ou que alguma vez tenha sido...) um "problema" particularmente grave (pode até ser "algo" de bastante divertido...)
odp não faz crítica "in loco" faz opinanço "in louco"
as imagens do FG são o "habitual"... e estas em particular não me parecem das melhores conseguidas... (demasiados "galhos" e efeitos "fáceis" com os pinheiros e assim...)
o "slideshow" com demasiadas fotografias demasiado a-parecidas (umas com as outras) também... cansa...
é verdade que do interior não se vê muito mas para uma moradia é uma "amostra" mais que significativa
não é "assim" que se "discute" arquitectura? e eu sei lá (o dioniso sabe!?...) como é que se discute arquitectura...
com os "textos críticos" dos costumes é que não se discute arquitectura (porra de coisa nenhuma)
não existem (espero eu...) "cartilhas" para discutir arquitectura
a arquitectura discute-se... como calha...
não há pachorra (para não utilizar outra expressão mais popular e vernácula...) não há pachorra, dizia eu, para os policias (sem aspas) do "discurso crítico" de arquitectura com "direktórios" no raio que os parta...
a frase: "As portadas desempenham mais uma forma de assumir homogeneidade e relação com o deck do que propriamente Aalto" é um exemplo (infelizmente demasiado) representativo (e não por acaso incompreensível...) da maneira "correcta" de "discutir arquitectura"... (!?)
o "mal" dos "esgares" da a-zaha-rada é o "mal" de toda a arquitectura "catrapisca" (o olho)
fazer (por fazer...) "à maneira de" faz esquecer (ou remete para segundos planos...) o "compromisso" (ético, político, etc.) do arquitecto com o... "projecto" (mas calculo que isto, agora por estes nossos tempos mais "modernos", sejam tudo questões ziper-bizantinas...)
a cantina do Cadilhe ficou realmente na memória como um dos exemplos mais negativos do que é a "jovem" arquitectura portuguesa profissionalmente reconhecida entre os "pares" ("nas academias de artes e letras"...), mas também podia - reveja-se apenas "aquela" casa de Azeitão também em betão... - dar outros exemplos...
posted by AM at 6:11 da tarde
12 Comments:
Satisfeito com a resposta, mas ainda assim insisto:
Discutir arquitectura é realmente tão complexo como a própria disciplina. Não pretendo nem sei fazer o "Manifesto da Crítica Arquitectónica". O que está em causa é outra coisa, é a forma como olhamos para as obras e as subjugamos imediatamente ao que as imagens dizem. A alusão à lareira é um bom exemplo disto... Imagem + Imagem + Imagem. As fotografias são o resultado do que foi possível, e estão boas.
Seja qual for o concurso para obras construídas, a visita ao local é obrigatória pelo júri. Por alguma razão é tão importante. O Prémio Mies é o exemplo mais claro, os FAD, outro, e por aí fora. E viajar serve para quê? É possível fazer um texto sobre Kahn sem ir a Dakka? Eu penso que não.
No que concerne à minha observação sobre Aalto, de facto não consigo, por muito que me esforce, encontrá-lo, admitindo outras interpretações.
Acho que fazer catalogações e a necessidade constante de atribuir a nomenclatura aos "edificinhos" (sim, porque um jovem não tem 60 anos nem a experiência para controlar o seu processo criativo)que aparecem como a "geração à rasca" é um exercício que cai facilmente na arrogância e moralidade. Isso não interessa à arquitectura, na minha perspectiva.
Penso que a Casa em Azeitão é interessante, independentemente das referência imediatas. O David Lynch diz que apaixonarmo-nos por uma coisa é muito parecido com o apaixonarmo-nos por uma ideia. E tem razão. Resta saber como fazemos a nossa reinterpretação do objecto. Sobre o detalhe, também dizia o Koolhaas: "no money, no detail". O Kuntsthall é um bom exemplo, Lille Grand Palais ainda melhor.
Depois temos os SAMI, o Machado Vaz, Vilarinho, o ..., o..., e tanto outros que continuam, e ainda bem, a oferecer boas provas de desinibição, ainda com referência óbvias nos seus trabalhos.
Já agora, isto significa o quê: odp não faz crítica "in loco" faz opinanço "in louco"........
o dionisio representa um novo JFC :)
mt obg, dioniso
é um óptimo comentário e uma excelente réplica
apenas algumas notas
tem piada que fales na visita às obras por parte dos júris de alguns concursos de arquitectura porque eu também estive para ir por aí...
posso argumentar, em contrário, com a selecção de obras para a exposição de arquitectura ("2005-2007", salvo erro) que esteve no CCB com o "melhor" da produção da arquitectura tuga...
vai uma aposta em como o júri (ou os "curadores"!?...) não visitou (não visitaram) todas as obras?...
posso insistir com a história da disciplina... com a "necessidade" de aprender (de todas as coisas) pelas "imagens"...
(e espero, muito sinceramente, que seja possível escrever ou pensar qualquer coisa sobre o Kahn sem ir a Dakka ou ao Texas ou à Califórnia porque se não estamos quase todos lixados...)
acho que a minha referência ao Aalto (mea culpa) não foi bem interpretada
eu também penso que a "casa da duna" (que não é na duna é no pinhal...) não tem nada, ou quase nada, da "humanização" da arquitectura do Aalto
é essa precisamente a minha "crítica"
se o autor não estivesse tão "marcado" (tão "estigmatizado"!?...) pelos "esgares" da (santa) a-zaha-rada podia ter explorado outras "pistas", desalinhando o "plano" dos "vão envidraçados" da concordância (e "paralelismo") com a "curva" da cobertura e "conquistando" outros "nichos" para a tal da "estadia"
aceito que por vezes seja "arrogante" e/ou "moralista" nas minhas opiniões mas não mais "arrogante" ou "moralistas" que outro gaijo qualquer com... opiniões
opinar também é arriscar e a condição de "julgar" o trabalho alheio (ou o próprio...) não é isenta de "perigos"
outros preferem as "cautelas" (e os caldos de galinha...)
"refugiam-se" num discurso de vocábulos redondos (Zeca) que acaba por não ser carne nem peixe e que não (credo!) implica o "compromisso" com nenhuma... "perspectiva"
não é o meu caminho/feitio
numa situação em que quase todo o trabalho de qualquer arquitecto que se preze (e que preze a arquitectura) é (des) a-percebido pelo "vulgo" como "mamarracho" podia ser mais interessante (não sei... digo eu...) deixarmo-nos de tamanha sensibilidade (bom senso) e "susceptibilidade" para com a "crítica" ou o opinanço mais "arrogante" mas também mais livre e menos alinhado
enfim... coisas de uma país pequeno e mal habituado a qualquer tipo de "crítica" (desta vez é mesmo crítica) mais... virulenta...
um país que desconhece (e teme...) a liberdade...
só para terminar...
não voltem a pedir para eu me explicar que respondo (não sem alguma arrogância, confesso...) com Rimbaud em carta a sua (à dele) mãe:
"Eu quis dizer o que lá diz, literalmente e em todos os sentidos"
na blogosfera nada se perde, maria :)
satisfeita estou eu :)
não há como visitar "in loco" uma obra da dezazada ou do koollas para se sair de lá "in louco" ...
Peço desculpa de que casa em azeitão é que falam ?!
David Lynch ...ufa :)
não sei se ele (D.L.) diz é mesmo literalmente o que pensa em todos os sentidos :)
a Casa em Azeitão de Miguel Beleza e José Martinez
pode investigar...
primeiro no odp e só depois no google :)
1º o ODP depois então o google :)
1º li os seus posts sobre a casa de Azeitão, são mesmo o melhor LOL
2º vi nas grandes reportagens fiquei a pensar que posso alugar o meu cão mais novo aos manos Guerra ia-lhes dar chique :)
as fotografias são chapas :) cheios de clichés despersonalizam qualquer projecto
LOL o link é "últimas reportagens" em vez de "grandes... :)
rectifico para não induzir em erro :)
não seja... cruel :)
o últimas é uma "instituição"
mas concordo que alguma coisa começa a não estar bem quando as fotos são mais importantes que as obras que "retratam"...
Para mim os juris dos concursos vão aos lugaresp ois é tudo uma pandilha de amigos de férias pagas, disfrutando de bons hoteis e restaurantes…
e eu a pensar que era por amor à arte...
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