Arquitectura Muda
acho esta posta uma enorme confusão de ideias
em primeiro lugar: o botton (que nunca li nem irei ler) deve ser um daqueles bimbos que fala e escreve sobre "arquitectura moderna" como um bloco coeso e unívoco à maneira "revisionista" de alguns PO-MO, como era mais costume vai para coisa de uns trinta e tal anos...
para começar com os equívocos não está nada mal
não é verdade, ou não é "toda a verdade" que a arquitectura moderna seja toda igual... e muito menos que sendo toda igual... seja igual a nada
que os betos da "direita moderna" do tipo Pitta digam e (pior) escrevam estas bacoradas até se compreende (com facilidade...), agora que o arquitecto Lourenço assine por baixo já acho mais preocupante
em segundo lugar: a razão para a vida "precoce" de alguma (muita) da (TAL) "arquitectura moderna" não tem nada (ou muito pouco) a ver com a sua "utilidade" para servir muitos e diferentes "serviços" (isso, nos melhores casos, apenas abona a seu favor...), mas apenas (ou muito mais) a ver com o facto (muito mais prosaico, concedo) da "novidade" de alguns dos materiais com que foi sendo construída (estou a pensar no betão armado, mas fazer "coincidir" e por assim dizer "sobrepor" a "arquitectura moderna" ao "betão armado", é cair na esparrela destes pseudo críticos da "arquitectura moderna")
em terceiro lugar: eu (ainda) não conheço o edifício da biblioteca de Viana do Castelo mas estou em crer que é um magnífico trabalho (embora não ao nível da excelência do museu de Porto Alegre, só para por as coisas nos seus devidos termos de comparação)
em quarto lugar: acreditar (como o Siza, convêm agora recordar, também fez na outra biblioteca de Aveiro...) que é com umas "letras" não sei onde que se "marca" e "assinala" a entrada para um qualquer edifício público ou privado é uma "bimbalhisse" ("dasse"!) de todo o tamanho
será que o Pitta só entra em igrejas que tenham um "reclame luminoso" a dizer "igreja" e em casas (daquelas "vivendocas" – MGD - da alta...) igualmente identificadas!?...
poupem-me...
o superior trabalho de um arquitecto, as ditas "obras-primas", especialmente as "obras-primas" da "arquitectura moderna", são como o melhor cinema mudo (algumas até são contemporâneas do cinema mudo...) e dispensam bem, "passam" bem sem... "legendas"
isto por acaso até faz recordar o famoso bonequinho do Venturi do Las Vegas com o "sign" do "I am a Monument" (mas o Souto é que percebe mais disso...)
em último lugar isto não tem nada a ver com o edifício ser ou deixar de ser "genérico" (eu por acaso até acho que o edifício da biblioteca de "genérico", mesmo e se "apenas" na sua "imagem" - e imagem exterior... - de "genérico", dizia eu, tem muito pouco)
mestre Vicente à parte, a palavra "genérico" na teoria ("contemporânea") de arquitectura tem outros sentidos (do Venturi ao Kualhas...) que esta posta também não ajuda a perceber
em jeito de conclusão o Pitta que meta explicador... mas que não subcontrate o Lourenço...
é a minha opinião...
em primeiro lugar: o botton (que nunca li nem irei ler) deve ser um daqueles bimbos que fala e escreve sobre "arquitectura moderna" como um bloco coeso e unívoco à maneira "revisionista" de alguns PO-MO, como era mais costume vai para coisa de uns trinta e tal anos...
para começar com os equívocos não está nada mal
não é verdade, ou não é "toda a verdade" que a arquitectura moderna seja toda igual... e muito menos que sendo toda igual... seja igual a nada
que os betos da "direita moderna" do tipo Pitta digam e (pior) escrevam estas bacoradas até se compreende (com facilidade...), agora que o arquitecto Lourenço assine por baixo já acho mais preocupante
em segundo lugar: a razão para a vida "precoce" de alguma (muita) da (TAL) "arquitectura moderna" não tem nada (ou muito pouco) a ver com a sua "utilidade" para servir muitos e diferentes "serviços" (isso, nos melhores casos, apenas abona a seu favor...), mas apenas (ou muito mais) a ver com o facto (muito mais prosaico, concedo) da "novidade" de alguns dos materiais com que foi sendo construída (estou a pensar no betão armado, mas fazer "coincidir" e por assim dizer "sobrepor" a "arquitectura moderna" ao "betão armado", é cair na esparrela destes pseudo críticos da "arquitectura moderna")
em terceiro lugar: eu (ainda) não conheço o edifício da biblioteca de Viana do Castelo mas estou em crer que é um magnífico trabalho (embora não ao nível da excelência do museu de Porto Alegre, só para por as coisas nos seus devidos termos de comparação)
em quarto lugar: acreditar (como o Siza, convêm agora recordar, também fez na outra biblioteca de Aveiro...) que é com umas "letras" não sei onde que se "marca" e "assinala" a entrada para um qualquer edifício público ou privado é uma "bimbalhisse" ("dasse"!) de todo o tamanho
será que o Pitta só entra em igrejas que tenham um "reclame luminoso" a dizer "igreja" e em casas (daquelas "vivendocas" – MGD - da alta...) igualmente identificadas!?...
poupem-me...
o superior trabalho de um arquitecto, as ditas "obras-primas", especialmente as "obras-primas" da "arquitectura moderna", são como o melhor cinema mudo (algumas até são contemporâneas do cinema mudo...) e dispensam bem, "passam" bem sem... "legendas"
isto por acaso até faz recordar o famoso bonequinho do Venturi do Las Vegas com o "sign" do "I am a Monument" (mas o Souto é que percebe mais disso...)
em último lugar isto não tem nada a ver com o edifício ser ou deixar de ser "genérico" (eu por acaso até acho que o edifício da biblioteca de "genérico", mesmo e se "apenas" na sua "imagem" - e imagem exterior... - de "genérico", dizia eu, tem muito pouco)
mestre Vicente à parte, a palavra "genérico" na teoria ("contemporânea") de arquitectura tem outros sentidos (do Venturi ao Kualhas...) que esta posta também não ajuda a perceber
em jeito de conclusão o Pitta que meta explicador... mas que não subcontrate o Lourenço...
é a minha opinião...
9 Comments:
LOL nunca diga que não vai ler o "tal" de botton ...:)
obg maria
não está muito mal pois não?
é que saiu assim mais ou menos de rajada
quanto ao botton (não digas que deste botton...), ai não que não digo
está curioso :)
Pode ser que o sr. Pitta vá ler o comentário que fiz nesse post do complexidadeecontradicao para se informar melhor sobre o prémio nacional de arquitectura.
sobre o botton, transcrevo parte do comment ao lourenço:
Quanto ao botton, já sabes o que sinto pelo homem. Um nostálgico empedernido – e não me quero afirmar um “progressista” obstinado, muito antes pelo contrário. E se o pastiche é um sintoma (e a estética bottoniana é pastiche), a doença é a nostalgia. A crítica bottoniana tem a virtude de alertar para os excessos, mas, desconfio, de tão “pequeno-burguesa”, não admitiria um décimo da obra de Siza, por exemplo.
maria
curioso estou sempre
ai a minha vida e joão
mt obg aos dois
(comentários por extenso na posta do Lourenço)
o comentário infeliz não foi escrito pelo Botton... acho que ele vale a leitura, levezinha, no avião e na casa de banho.
Caro am,
Obrigado pelo agradecimento.
O curioso do Prémio Nacional de Arquitectura (na vertente de reabilitação, que era a única que existiu até este ano) é que, com excepção de ter ido em 2001 para o Siza, tem premiado equipas que normalmente não aparecem nas revistas do clube amigos Disney, apesar da excelência dos trabalhos em causa na área da reabilitação e recuperação do património.
O que é estranho, tendo em conta que, a par do Secil, é o único outro prémio nacional de arquitectura neste país.
caro zé da esquina
conhece alguma edição/impressão do botton em papel higiénico?
caro aiaminhavida
ora essa, não precisa agradecer
as razões estão bem apontadas: tudo o que passe ao lado da "construção nova em betão com desenho de autor" passa des(a)percebido
aos prémios do (antigo) IN(R)H, por exemplo, também ninguém liga pevide
o prémio secil sofre do efeito Pritzker
muita "consagração", pouca "discussão"
mas em Portugal não é quase tudo assim?...
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