domingo, novembro 16, 2008

os limites das tuas habilidades

If the architect knows himself, he'll keep his work within the limits of his abilities and not go beyond them. It's part of the eternal wisdom of knowing yourself.

Pietro Belluschi citado por Meredith L. Clausen em Modern American Architect

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

aí é que está :)a questão ...
noutros o problema :)

6:54 da tarde  
Blogger AM said...

certíssima :)
foi essa a intenção da "confissão" e da "denúncia" :)

7:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Discordo...totalmente dessa frase bárbara...

É uma afirmação com um problema sério: é excessivamente conservadora e pragmaticamente cómoda.

Uma postura desse tipo não permite nenhum tipo de evolução ou aprendizagem, pois apenas conseguimos aprender quando tentamos superar os nossos limites e cometemos erros.

Este é um dos pontos chave. A sociedade a que pertencemos adoptou a concepção do "erro" como algo negativo, quando na verdade é um apenas um resultado que não esperavamos, e isso pode esconder um potencial evolutivo gigantesco.


A minha leitura do "It's part of the eternal wisdom of knowing yourself" é de sabermos qual a nossa capacidade de aprendizagem e de aceitação dos nossos "erros", não a de apenas fazer o que já sabemos.

9:16 da manhã  
Blogger AM said...

olá carlos
eu acho que é uma frase muito... sábia, como diria a maria, mas percebo (pensando no que conheço da tua arquitectura) que não concordes
não sei se a arquitectura, ou melhor, se todos os arquitectos podem (ou devem...) exercer a profissão pelo "método" da tentativa e do erro...
no ensino, na academia (no "laboratório"...) tudo bem, mas no dia a dia da disciplina...
não é Ghery quem quer e reconhecer, com modéstia e humildade, os nossos limites, só nos pode (a todos...) fazer muito bem

6:38 da tarde  
Blogger AM said...

todo o teu discurso é orientado para o "novo" e as "novidades" e eu não acredito em tanta novidade e "inovação" em arquitectura
isso é discurso para a moda (a as modistas...)
a frase da posta relaciona-se com a "máxima" do Venturi: "é melhor ser bom que original" e também com a ideia do Corbu (que também já postei) sobre a "repetição" como um meio para estabelecer padrões e "enfrentar o problema da perfeição"...
o que me irrita não é a repetição, é a cópia e o oportunismo do fazer à maneira do que está mais na "moda" e é por isso que eu também não engraço com o academismo da escola do porto do siza e do souto que "abafou" a maior parte da arquitectura portuguesa

7:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

AM:
Continuo a discordar da frase mas respeito o teu ponto de vista.

Não digo que a arquitectura deva ser feita através do método de tentativa e erro. É uma profissão que envolve demasiado dinheiro e responsabilidade para ser visto dem odo tão leviano. Para mim o tema vai para muito para além disso. É uma questão de postura de vida, indissociável do modo de fazer arquitectura, pois não acredito que possamos ser um tipo de pessoa e fazer arquitectura de outra, ou por outras palavras, não podemos ser conservadores e fazer arquitectura de vanguarda, nem vice-versa.

Apenas afirmo —com todas as letras— que não devemos ter medo de procurar algo mais do que aquilo que sabemos fazer, pois acredito que esse é o caminho da evolução e da aprendizagem. Foi assim que começamos a andar, a falar, e muito mais tarde, depois de experiências únicas e reveladoras das nossas capacidades ocultas, optamos por arquitectura, um mundo que nos era desconhecido até entrar nele e aprender a projectar e comunicar, e a desejar fazer mais e melhor.

A nossa profissão tem por definição o pensar e antecipar o futuro, que pelos seus tempos de execução, deve procurar resolver os problemas de amanhã, pelo que qualquer postura conservadora se torna castradora do potencial da profissão.

O problema não é de humildade pois é tão humilde o que não quer ultrapassar os seus limites, como o que reconhece que errou e aprende com isso. Eu costumo dizer que excesso de humildade é vaidade, e na arquitectura isso é bem verdade.

O problema do "novo" é um tema em que partes de alguns preconceitos conservadores de recusa apenas por ser. Concordo contigo quando dizes que o mais fácil é copiar o que se faz para tentar chegar a um lugar de destaque, mas esse método é praticado tanto pelos advogados do "novo" como do "velho" pelo que deixa de ser um argumento com validade. Para mim é tão válido ter como referências o Corbusier ou Venturi como ter os MVRDV ou o Herzog, pois não acho que antiguidade seja um valor por si só. A imitação sem compreensão tem o defeito, como bem dizes, de abafar a possivel diversidade da arquitectura portuguesa, que é pelo que tenho lutado ao publicar e divulgar aquilo que se chama agora de "Novas Expressões", ou seja, os que tentam mijar fora do penico.

Eu tenho a minha consciência tranquila de levar 10 anos a fazer o que me apetece e, com alguma dificuldade, a ser reconhecido por isso. Talvez algum dia consiga construir o que acredito. Até agora, simplesmente tive azar com os meus clientes —públicos e privados— que deixaram os projectos a meio por falta de dinheiro, não pelos orçamentos serem caros...

10:43 da tarde  
Blogger AM said...

essa ideia que o exercício da arquitectura tem por "missão" nas tuas palavras, "pensar e antecipar o futuro" tem sido um dos meus cavalos de batalha aqui no blogue (e fora dele)
a arquitectura, a esmagadora maioria dos arquitectos pelos menos, devia perceber que a arquitectura não "antecipa" porra de coisa nenhuma
a arquitectura vai-se fazendo... conforme as possibilidades (tecnológicas, culturais, políticas, etc.) do presente e do "passado recente" (ou mais longínquo...)
e é tudo
os arquitectos levam-se demasiado a sério... não são, felizmente, os arquitectos que vão decidir como é que vão ser as casas, as cidades, do "futuro"...
os arquitectos limitam-se a "apalpar" o melão para ver se a "situação" está "madura"...
isto até veio a propósito... pode ser que amanhã volte a pegar no tema

11:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

…isso passa por uma discussão mais profunda sobre se toda a arquitectura é construção... e se toda a construção é arquitectura.

12:13 da manhã  
Blogger AM said...

é o principal problema destas "conversas" entre arquitectos
falam (falam), dizem pouco (que se aproveite), e acabam, normalmente bebados, a concordar todos uns com os outros :)
não é o caso:
tu, apoiado no mestre Lagoa Henriques, defendes que "riscar é arriscar"; eu apoiado na melhor jurisprudência, defendo, com prudência, que projectar é... "acertar"... o mais possível
e é para isso que é fun-da-metal, aceitar (mais uma vez), os nossos limites e os limites das nossas habilidades
isso da arquitetura vs construção, por seu lado, nem sequer tem discussão
os "verdadeiros" Arquitectos são tão poucochinhos...

5:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

6. Capture accidents
The wrong answer is the right answer in search of a different question. Collect wrong answers as part of the process. Ask different questions.

Bruce Mau. Incomplete Manifesto.

9:44 da tarde  
Blogger AM said...

mt obg, carlos
vou "analisar" isso

10:02 da tarde  
Blogger AM said...

carlos

ainda não li tudo, mas...
esses manifestos são todos afilhados do "manifesto gentil" do Venturi

11:03 da tarde  

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