domingo, outubro 12, 2008

a quadratura da semi-circunferência

Caríssimo JFC

Não peço (mas mais valia...) um cheque em branco. Peço-te (instead) para "depositares" a tua fé na minha (ganda) "pancada" e para "acreditares" (comigo) na possibilidade de "compatibilizar" a tendência para a "especialização" do Häring com a tendência para a "espacialização", para a generalização (e para a "abstracção"...) do Mies (afinal de contas e ao que parece, os dois mestres rivais na riquíssima "cena" da arquitectura alemã dos anos 20 do "passado", chegaram a "partilhar" estaminé...)
Na possibilidade de compatibilizar o (verdadeiro) "achado" da teoria da "mitten" na reabilitação da espacialidade "genérica" e muito neo-Mies do Bob e da Denise ("Mies with signs" - remember?...) com a "especialização" (da espacialidade e do resto) do "ensaio", "Hugo-friendly", do Scharoun para Darmstadt...
Não será esse improvável "ponto de encontro" entre estas duas teorias "nucleares" e contraditórias (na invenção de nada mais nada menos que o "espaço moderno"), que faz o génio, e a "centralidade" (na história da arquitectura do século XX), do "lugar" das refeições, na Tugendhat?

15 Comments:

Blogger lc said...

E continuas com os parêntises, mais as aspas e as reticências! Caraças, eu até tento ler as frases sem os comentários entre parêntises, mas continua dificil. Lol... Sê mais simples, como o Mies, ou pelo menos aparenta a simplicidade a bem do comum mortal.

11:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Am ( o mestre diabólico )

Aguardamos com serenidade e fé o comentário do seu carissimo confrade JFC...

não se admire que ninguém comente estamos todos a rever a matéria :):):)

5:07 da tarde  
Blogger AM said...

lpscampos (a intensificar a frequência dos comentários... por este andar ainda acabas a comentar de três em três meses, eh, eh, eh...)

quanto ao "estilo" estamos à muito tempo desconversados
quanto ao "conteúdo", aos "factos" e/ou a "matéria de facto" da posta, nenhum comentário?

a simplicidade é tramada, que o diga o Mies da fase final da NG em Berlim...

maria, a matéria está toda (é uma oral) na ponta da língua... mas eu, como um bom diabinho, não desejo antecipar o teor do imprevisivel comentário do meu confrade :)

7:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

maria a leste da matéria :)
arriscando-se a levar com o apagador
atreve-se a pensar :
(...será um "triângulo de ouro"... :)

7:25 da tarde  
Blogger JFC said...

Mestre, pões questões demasiado difíceis a este teu humilde discípulo: é a água compatível com o fogo? O velho trôpego com a jovem bailarina? A contingência com a transcendência? A sintese de que falas, consumada, seria a perfeição. Mas a perfeição, como bem sabes, só está ao alcance do
Grande Arquitecto do universo. Nós, comuns mortais, temos de viver
no limbo das sinteses imperfeitas. Foi o que aconteceu a Mies na
Tugendhat: falhou. E digo falhou porque, claramente, se procuras a
alma de Mies, é na Farnsworth que a vais encontrar, nessa casa
belíssima e inabitável, que quis fazer um pacto com a transcendência, que desejou ser templo e que, irónicamente, acabou por sê-lo... Ah! se JFC levar, pela quarta vez, uma mulher ao altar (Guta, estás por aí?) será na Farnsorth (Wedding Ceremonies:$1200 com tudo incluído...dizem). 'Especialização'do espaço para quê? Em Tugendhat, tens razão, o circulo aconchega a família à volta da mesa, evoca a 'essência da função'. Apesar de geométrico e muito à Mies, não deixa de parecer uma impureza. Porque conhecemos o pavilhão de Barcelona e os outros que se lhe seguiram, percebemos que Tugendhat ficou áquem...Mas a verdade é que, ainda o Haring andava de calções e o Mies de chucha, e já do outro lado do oceano nos aparecia, aí sim, o que considero ser uma síntese superior, a síntese que tu queres ver em Tugendhat: a Robie House. Irmãos, ajoelhemos! Olhemos para aquela planta onde 'espacialidade genérica' e especialização parecem fundir-se na perfeição, Scharoun e Mies, todo o espaço flui e todo o espaço se auto-contém, finito e infinito, água e fogo juntos! Mestre, em verdade te pergunto, se pudesses escolher, se fosses um banqueiro rico (de antes do crash), qual das duas escolherias para tua morada: Tugendhat ou Robie House?

12:14 da manhã  
Blogger AM said...

irmão JFC

no meu coração existe espaço para mais do que uma...
não concordo com a tua leitura (teria escolhido outro salmo)
o pavilhão de barcelona é cristalização provisória e temporária de experiências neo-plasticistas em curso (CPTENPEC)
a casa da cheia é uma parvoíce arrogante
grande, grande (é o senhor Mies), grande é a Tugendhat
(também gosto muito das casas "imperfeitas" em tijolo dos anos 30 - odp sempre gostou mais das capelas imperfeitas "do que" das obras santinhas... do pau oco)
chamar (invocar) a robie ("musa dos meus sonhos...") é um pouco despropósitado porque bem anterior ao grande cisma de Berlim
do que odp gosta (segredo de confissão) é de uma boa chaminé numa boa cozinha/sala (e tudo à volta) alentejana
é arquitectura pós-funcionalista de fazer inveja a um santo...

10:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Grande advogado me saiu o JFC
chutando para canto :)
oh!!!

3:46 da tarde  
Blogger AM said...

não concordo maria

o remate levava a pontaria certa mas saiu sem potência...
considerando algumas das mais recentes confissões do JFC, não será caso para estranhar

5:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Am,
Não concordo nada que o Mies tenha falhado, a alma dele está presente em Tugendhat como na Farnsorth! Os interiores de Tugendaht são fabulosos...
O Mies, apesar de todo o seu sucesso penso que ainda não é completamente compreendido :)

8:10 da tarde  
Blogger JFC said...

Obras santinhas de pau oco? Chama-lhe o que quiseres, mas que a essência do Mies está na Farnsworth, não tenhas dúvidas. O bom entendedor percebe que, ali, o homem apróximou-se de Deus, daquilo que procurava. Era uma inevitabilidade. Tal como Bach passou por S. João para chegar ao cume em S. Mateus. E o interessante é este simples facto: a forma (inabitável) gerou outra função: o templo (o inverso sucede também por vezes, um templo transforma-se em estábulo ou em livraria ou centro comercial...) Não é por acaso que os fiéisda Igreja do Mies dos Ùltimos Dias, não se cansam de evocar Farnsowrth e esquecem o 'jovem Mies'.
E quanto ao cisma de Berlim, achas profícua a dicotomia especialização/espacialização, orgânico/geométrico, contingente/transcendente? Como ferramenta, achas que nos pode ajudar a separar o trigo do joio? Serve para alguma coisa? Não me parece...

Maria, eu disse que o homem falhou como poderia ter dito que Bach falhou na Paixão segundo S. João; é evidente que não falhou, mas conhecendo o opus magnum da maturidade, somos levados a olhar para as 'imperfeições', a construir uma espécie de teleologia em que o percurso criativo atinge, num determinado momento, o seu climax. Olha, por exemplo, para os extraordinários candeeiros do Henningsen colados ao tecto, achas que ficam bem ali? (falo-te neles porque sei que gostas de candeeiros) Valha-me Deus! Aquela casa está carregada de fífias!

8:45 da tarde  
Blogger AM said...

calma JFC :)
não te irrites
eu até concordo que a "essência" (alfazema, lavanda ou aloé vera) do Mies está na "inundável", e é precisamente por isso que eu também acho (com o Venturi) que o Mies (grande, grande) se desviou do justo caminho da verdadeira fé na arquitectura (perdeu-se naquela urbanização do entroncamento que baralha os predestinados a caminho do altar do mundo e que confunde "servir" a deusa com "aviar" a deusa)
eu não quero que o cisma seja um "operacional", que o cisma ataque no seio (da igreja)
gostava que o cisma "informasse" mais (a) arquitectura dos nossos jovens arquitectos (que isto veio tudo da "grave" posta com a "escola" do Miguel)
nos últimos dias, depois da tal posta, fiquei a pensar no(s) corredore(s) da escola do Miguel, nalguns dos primeiros corredores do Häring (...) e no corredor, "naquele" corredor (cá em baixo...), da escola de arquitectura do Siza...
fiquei a pensar em corredores "problemáticos", em corredores que "colocam" os "problemas", que alargam, que esticam (o espaço e o tempo), que entortam, que se "fundem" com outros espaços "problemas", que iluminam e que se deixam iluminar de mais do que de uma maneira...
enfim... caro JFC
"riscar é arriscar" (Mestre Lagoa Henriques) e arquitectura sem fífias é coisa que num conheço...

ps: os betos da igreja do Mies dos últimos dias são uns bimbos

9:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

JFC,
LOL !
é verdade gosto muito de candeeiros e tb de Bach :)os P.Henningsen na Tugendhat sinceramente não me chocam nada :)são de tal forma fabulosos e pioneiros que são tudo menos uma fífia :) os espaços interiores do Mies estão para lá do tempo :)não me importava hoje em 2008 de viver na Tugendhat tal e qual como está:)

1:22 da manhã  
Blogger AM said...

a maria e o JFC andam a acender e a apagar o interruptor nas minhas costas :)

9:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Am,
aqui a vossa amiga que vos pode aconselhar e evitar fífias na iluminação da obra da prima :)não se inibam, os amigos são para as ocasiões :)

12:25 da tarde  
Blogger AM said...

res-plan-decente, maria :)

7:39 da tarde  

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