quinta-feira, setembro 04, 2008

Uma Recomendação...

... de visita ao site dos arquitectos Dixon & Jones (pós-modernistas, vou desde já avisando...) para espreitar o "Darwin College Study Centre" da (ou na?) Universidade de Cambridge.
A obra data de entre 89 (projecto?) e 94 (conclusão da obra?)
e eu não sei para onde é que estava a olhar - precisamente entre 89 e 94... - que não dei por nada...
Fui investigar... têm um livro... e lá dentro um artigo (que eu tenho que ler...) do Colquhoun...
Raios... maldição... maldito bom gosto...

34 Comments:

Anonymous Anónimo said...

EXEMPLAR !

11:44 da tarde  
Blogger JFC said...

esta vem mesmo a propósito: quantas vezes, deambulando pela National Gallery(não pela arquitectura mas pela pintura), não me perguntei isto: porque raio tudo parece certo na East Wing (Dixon/Jones) e errado na Sainsbury Wing (daquele que a gente sabe...); so very british a educação dos DJ, até irrita! Mas quem USA aquela arquitectura não pode deixar de ficar grato, grato pela elegancia com que serve sem chamar a atenção sobre si própria (e, nada de confusões! tem muito para oferecer a quem a souber olhar...); ao fundo do corredor, a Sainsbury, muito descomplexada, muito americana, muito sexy, muito louca, pisca-nos o seu olho carregado de rimel...Fosga-se!,
para mim isto é um caso quase visceral que aqui tenho tentado, sem sucesso, deslindar: prefiro a East, era com ela que me casava. Bem... passaria um fim de semana (só um) com a Sainbury, talvez em em Las Vegas...
JFC

PS- a desproposito: encontrei ontem os Essays perdidos do Colquhoun, estavam em casa da segunda (a que mais amou JFC...); reli de um trago o Las Vegas and Oberlin; acrescenta pouco; comoveu-me o paralelo entre Venturi e o bobo da corte Shakespeariano, brilhante, como sempre, o velho Colquhoun; nada como regressar a livros lidos ha 20 anos para perceber o que nos aconteceu na vida, o que mudou em nós, aquilo que deixou de interessar,como fomos ficando velhos e vencidos pela vida, inertes, inertes em tempo real...

1:36 da manhã  
Blogger AM said...

pensei que ninguém ia gostar e que iam dizer que eu sou um kota fatela (o que não deixa de ser verdade), e afinal (snif, snif - comovido) v/ tb gostam dos DJ...

JFC só falta dizeres que tb tens o artigo do Colquhoun no livro dos DJ para a minha frustação ser completa...

odp acha inacreditável que a a-zaha-rada ainda não tenha metido a unhaca na NG...

10:03 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Am e JFC :)
um previlégio de ler um comentário destes :) quais dezeens!!!!

Não admira que a obra da prima tenha tudo para correr bem :)
o JFC é um bcbg :))

Se os prof. me deixarem !? Gosto da sainsbury (gosto do rimel :)passo-me com o desenho do gradeamento exterior...detesto a cafetaria parece a de um aeroporto :), gosto de deambular pela national portrait é limpa e desinfectada :):):) mas na verdade as duas fazem um optimo serviço pela sua diversidade :):)
agora o mais curioso não sabia que tinham sido os Dixon J a montar a exposição do "tatlin"
by the way os ingleses não são parvos :):)a desproposito da arquitrak

10:20 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

*T.P.C
previlégio /privilégio

privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio privilégio

10:32 da manhã  
Blogger AM said...

odp só tem olhos para o rimel do venturi! :)
são dois lados da mesma cultura (sim, acho que não é muito depropósitado ou pretensioso falar de cultura a propósito da cultura dos bifes)
a NG do V (de venturi, não do vitruvio) é o lado glam, Bowiesco (isto hoje tá bom...) e... elton john :) muito mais inglês que americano... (mas afinal...)
a NG dos DJ é mais "antiquada", herdeira da tradição "classica" (palladiana...) da alta cultura, mas tb do modernismo inglês...
por cá (fora), temos pena, é que não há nada de vagamente parecido...

10:41 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Am,
NG by Venturi
dos melhores tempos do Elton John :) é mesmo isso :

por cá temos o ODP :)
quando não se pode ser autor que se seja o melhor interprete :)

11:35 da manhã  
Blogger AM said...

quer dizer o has been do will-i-am shatner a inter-pretar (veja no you tube)o "rocket man"!? :)

1:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

isto hoje está mesmo do melhor :)
soberbo o William S.:)

But, you know ...:):)

1:47 da tarde  
Blogger AM said...

I don't, I honestly don't...
what!?

6:37 da tarde  
Blogger AM said...

ah, sim... a posta era sobre outra obra dos DJ e derivou para a NG e para a comparação com o Venturi e com o Elton...
o mais "giro" disto, é que a arquitectura "bem-educada" dos DJ nunca teria existido sem o Venturi (sim, é verdade, o Venturi mudou o curso da história...)
o Venturi é o "moderno" desta história
é o arquitecto da "estranheza", das colagens cubistas...
os DJ são arquitectos da "familiaridade"
precisamos de muitos mais como os segundos até porque (génios) como o primeiro só aparecem lá muito de vez em quando...

6:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

exactly :)

7:21 da tarde  
Blogger JFC said...

mais do mesmo: ninguém duvida que o Complexidade e Contradição mudou o mundo e que mudou JFC contra a sua própria vontade (coisa que, naqueles tempos, só algumas mulheres com rimel conseguiam...) agora, pespegar de um lado Elton John/glam/pop/colagens e do outro boa-educação/alta cultura/palladio, tens de concordar que é um bocado maniqueista...

Para já não acredito nessa treta da alta-cultura versus baixa-cultura (ou cultura pop); veja-se o Shakespeare (já que estamos na terra dos bifes): é alta e baixa cultura ao mesmo tempo, cenas fatelas de arrancar olhos, amores lamechas, filosofia (cara e barata), religião, está lá tudo, tudo embrulhado em poesia, a mais bela (belissima!) poesia; é essa a razão porque é 'um clássico' e que pertence à esfera da 'alta cultura'; por isso me chateia essa cena (tão Wharol/Venturi) de propor a subversão dos códigos 'eruditos' incorporando a citação pop; como se o 'pop' tivesse estado ausente da génese desses códigos.

E depois essa ideia da 'citação', da 'colagem', é outra treta; em arquitectura,(re)interpreta-se um tema, não se constrói colando isto àquilo; senão a coisa redunda em 'manifestos' tão disparatados e equivocos como o da Sainbury wing; a Maria detestou, e com razão,a cafetaria! mas até aposto que, em contrapartida, adorou a cafetaria da Portrait, tão bem encaixada num interstício, onde se vê a chuva cair no teto de vidro, se sacam livros da livraria ali ao lado e se comem bolachinhas de amendoa...

2:44 da manhã  
Blogger AM said...

mais uma vez muito obrigado
é, como sempre, um magnífico comentário
concordo com muito, quase tudo, do que escreves
deixa ver...
o venturi não é (e eu com ele, espero) maniqueísta
o venturi subverte o erudito com o popular e o popular com o erudito
subverte o sagrado com o profano e o profano com o sagrado
basta pensar na obra, muito pouco conhecida, para o interior da igreja de St. Francis de Sales em Philadelphia
o Venturi faz como o Shake fez!
não penso na NG do V. como um "manifesto" (por essa altura até já o Venturi devia estar mais que farto de ser "apreciado" como um arquitecto "radical" que escreveu, não um, mais dois, "manifestos"...)
penso na NG do V. como um trabalho "concreto" (mas lá por isso não menos "extra-ordinário") que reflecte, que "interpreta", as condições do trabalho (programa, sitio, etc.) e da encomenda (a história da construção da NG, mai-lo o "carbúnculo" do Prince Charles...)
eu acho que a colagem pop neo-cubista (e/ou "dadaista" ou "surrealista"...) não tem nada de disparatado ou equívoco
disparatado e equívoco é a pretensão à "unidade" da obra de arquitectura
a arquitectura (da cidade) é sempre "fragmentária", incompleta, parte de uma infinita "colagem"...
alguns dos meus edifícios favoritos são colagens
dou-te duas mais recentes
o Vítor Figueiredo e o Siza da universidade de Aveiro
pensa nisso enquanto trincas as tuas bolachinhas

chuva no te(c)to de vidro, só no Gerês...

10:17 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

para mim bom gosto é quando resulta a simbiose entre os menos e os mais cul .

Sendo Trafalgar square única :)
o conjunto NS-NG-NP está perfeito é a solidez de conceitos todos diferentes unidos na mesma causa :), não há o histerismo arquitectonico patético de hoje em dia :)

qt a cafetarias :):):)o JFC tem razão gosto de almoçar nos museus mas neste caso a minha preferência entre a da NP (as bolachinhas... uhmmm:) é atravessar a rua e almoçar nas caves da igreja :) é lúgubre sinto-me em londres :)
para mary poppins (wallpaper)ia ao harvey nichols :)lá estou eu a divagar...

gosto da remodelação na Somerset house dos DJ.
o que somos nós todos senão colagens ?!

10:38 da manhã  
Blogger AM said...

tá certa
o caminho é o mesmo
os DJ são herdeiros do V & Co.
quem começou com a dicotomia maniqueísta entre as "serias" boas para casar (sabe Deus...) e as flausinas fúteis (boas, boas...) de fim-de-semana, foi o JFC! :)

12:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

pelo menos coincide :) com o seu comentário :)estava acabar de o enviar qd apareceu o seu :):)


:)segundo a minha sobrinha que é tão experiente como o JFC diz que é melhor ser boazona que boazinha :):):)

12:30 da tarde  
Blogger AM said...

só para uma coisa...

é sabido que grande parte da arquitectura de interiores da NG não é da responsabilidade do Venturi
O Venturi tem textos e declarações muitas amargas sobre esse assunto

2:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Am,
!Pois!
onde posso encontrar esses textos ?! gostava de os ler :)

5:33 da tarde  
Blogger AM said...

Apenas para a minha amiga... :)

"Letter to Friends about to Visit the Sainsbury Wing"
Bob V.
Geneve Aug. 25, 1993

Quer que eu identifique (LOL) a "fonte"!? :)

Veja (leia) também a entrevista de Stanislau von Moos e Mary McLeod ao casal Venturi na monografia da The Monacelli Press...

a palavra "traumatic" chega a ser pronunciada... :)

odp recomenda ainda uma passagem rápida pelo Out of the Ordinary...

tudo umas porcarias de uma nojentices... lamento... :)

7:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

THANKS :):):):)

não identifique a fonte :):)
quer dizer só se...

9:37 da tarde  
Blogger JFC said...

Em boa hora relembraste os Essays do Colquhoun porque assim atiro-te com eles à cabeça (Maria, esta é a parte em que o aluno atento repete os gestos aprendidos com o Mestre atirando-lhe à cabeça o material didático ali à mão; acho que vou ter melhor nota do que tu!): "In its concern for isolated incidents and and effects, thes extension at Oberlin demonstrates an inherent weakness of the concept of the decorated shed. No theory of meaning in architecture can make sense unless it seeks to establish a relation between the general concept of a building and its parts, or between its ornament and its structural and spatial scheme." O que se diz de Oberlin aplica-se na integra à NG. Ao contrário de ti, e concordando com o Colquhoun, eu acho que a colagem pop neo-cubista (e/ou "dadaista" ou "surrealista"...) é disparatada e que a relação das partes com o todo, num edifício, é essencial. Mais: sempre que os arquitectos mimetizam as outras artes (cubismo, futurismo, neo-plasticismo, pop-art, seja o que for), isto é, caem na ratoeira do ‘figurativo’, estão a abandonar os códigos da sua disciplina que, quer a gente queira quer não, é diferente da música, da pintura, ou do cinema. Andamos por aí ha milénios a tentar abrigar os outros da chuva e do sol, a lidar com pedras, tijolos e madeiras, a carpinteirar, acumulamos tanto saber, um saber que é nosso, que é próprio da disciplina, lemos Vitruvio...e depois vamos a correr ter com o Warhol só porque ele conta anedotas giras?. Bah!

É claro que a cidade é fragmentária, isso faz parte da sua natureza de obra feita por muitos intervenientes ao longo de muitos séculos, não confundamos cidades com edifícios.
E agora as colagens: a biblioteca do Siza, com aquele vidraço da pala de entrada todo a descolar e a cair, é mais uma descolagem... (esta foi só para desanuviar, não resisti!); nem a biblioteca nem o edifício do Vitor Figueiredo me parecem ser colagens; se estás a falar de refrencias ao Aalto (por exemplo as clarabóias do Vitor Figueiredo) não me parece que seja possível chamar a isso colagens no sentido de fragmentos estranhos, trazidos de outro mundo e ali aplicados; ambas as obras são coerentes mesmo quando fazem uso da dissonância ou do humor (existe muito humor na arquitectura daqueles dois, mas nunca alarve). E fico-me por aqui que já falei de mais hoje e estou a ficar com sede...
JFC
PS- mais tarde investigarei os queixumes do Venturi sobre a NG.

2:22 da manhã  
Blogger JFC said...

sobre Trafalgar concordo com a Maria: a diversidade, apesar de tudo, resulta; quanto ao harvey nichols, só lá entrei uma vez para comprar um guarda chuva; estava lá a Sarah Featherstone a comprar sapatos de tacão alto (altíssimo); achei estranho...

2:46 da manhã  
Blogger AM said...

madrinha... padrinho...
o aluno, o júnior, o baptizado, sou eu...
meu caro JFC
o Colquhoun é um "sinhor" da crítica, um dos poucos que vale a pena ler para aprender alguma coisa, mas eu (quem sou eu...) não estou de acordo com a tese da "inherent weakness" da obra (teórica e "prática") do Venturi
o que Colquhoun lê como "fraqueza" eu leio como "força"
a arquitectura é fragmentação
a arquitectura é, por "natureza", uma mixórdia de muitas "partes"
o Venturi leva esse "código da disciplina" ao seu limite
o Venturi é o "verdadeiro" - um dos únicos... - arquitectos "desconstrutivistas"
o Venturi vai à raiz do problema "disciplinar"...
o Venturi volta a pegar nos "ingredientes" (ovos, farinha, açúcar, etc.) e nos "meios" (balança, colher de pau, etc.), e pensa na melhor maneira de fazer e de "enfeitar" (voilà) o "bolo"...
mas que porra de leitura ultra-purista da "disciplina" andas para ai a defender!? (o prof. atirando o pau de giz à cabeça do aluno)
abaixo os "I" decorativos do Mies!
(...)
o Venturi "descende" do ecletismo do grande Labrouste e a SW da NG é tão "coerente" como a biblioteca da Ste. Genevieve
a arquitectura e a cidade são a mesma coisa (je suis un...)
sobre o Siza e o Vítor Figueiredo (o Aalto e os outros todos...) outras coisas haveria a escrever (quem sabe outro dia... ou outras postas...)
lemos Colquhoun (e outros) e escrevemos postas e comentários aqui n' ODP! BAH!...
que anedota...

10:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O ODP é um "clube" de poetas que ainda não estão mortos :)
qual anedota qual carapuça :)

Prof.Am,
não quero ser manteigueira:)apesar de todas as minhas limitações compreendo o que o seu melhor aluno não quer aceitar :):)
não sei se algum dia conseguirei passar :) da minha interessante mediocridade :)mas vou continuar aplicada e atenta ...

O JFC merece estar no quadro de honra ! é o aluno que qq prof gostaria de ter :):)

11:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Finalmente!
li a carta... não é de queixume!

é perfeitamente compreensivo :)

nos interiores da NGsw :)
o que está mal é tudo aquilo que não foi feito por ele :):)
até sobre o comentário do mural da artista inglesa Paula Rego :):):)
Dp de tudo e apesar de tudo a obra é excelente e na verdade não sei se haveria alguém que tivesse tanto respeito e compreendido tão bem o lugar
:)God bless you Am

5:06 da tarde  
Blogger AM said...

obg maria

ia mandar a "chave" :) por mail, mas tive que sair (sorry) e não deu mesmo

para os paroquianos (tipo VPV e os outros anglos todos...) que acham o máximo do orgulho pátrio, "um" Paula Rego na SW da NG... não deixa de ser hilariante...

quanto aos alunos... :)

o JFC é o puto irritante que "enfrenta" e "afronta" o Mestre! :), é o aluno marrão que lê toda a bibliografia recomendada pelo prof. :)
a maria é a aluna (beta), sempre bem comportada, na primeira fila :)
odp compreende demasiado bem o JFC
odp foi o JFC... :)

8:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

LOL
enviei-lhe alguns artigos sobre o Venturi:) eles confirmam o que o prof já deu na aula :)

9:12 da tarde  
Blogger AM said...

obg maria
odp está a meio das anteriores (as leituras estão um horror de atrasadas...), mas promete que tb vai ler estas... :)

10:02 da tarde  
Blogger AM said...

TPC :) (para o JFC)

cruzar a leitura do Oberlin, com o clássico Typology and Desing Method (via Las Vegas, claro...) e com a crítica ao Centraal Beheer...


mas que é isto (não querias "unidade disciplinar"!?...) agora voltámos ao Centraal beheer!?...

re-ver em:
http://odesproposito.blogspot.com/2008/06/45.html

10:27 da tarde  
Blogger AM said...

e outra coisa... :) desiste do par Venturi/Warhol que não vais a lado nenhum... :)
pega no par Venturi/Rauschemberg ou no par Venturi/Johns que ao menos sempre aparecem no C&C ("o" livro)
o Warhol só aparece lá para o Las Vegas com uma boutade (aborrecida... aborrecida...) que odp tb já postou... :)
a despp. (...) um dos últimos trabalhos (para acompanhar em VSBA.com) é uma homenagem/paródia ao próprio Warhol :)
sobre as colagens cubistas e tudo voltar às postas... :)

10:39 da tarde  
Blogger JFC said...

Mestre, a questão do Labrouste atormentou-me, vamos lá ver: pode ser que o Venturi descenda dele, mas a realidade é que quando entras em Ste Genevieve, o que vês, parece pertencer a um mundo que nada tem a ver com o do americano. Talvez porque para Labrouste, tal como para toda essa malta do racionalismo estrutural do sec XIX, o lema fosse este: o ornamento decorre da construção, enriquece-a; é o paradigma de Pugin e também das Arts and Crafts; a ética/poética destes tipos tinha tudo a ver com o primado da construção e da sua racionalidade, aquilo que Frampton designa, no seu vasto e indigesto estudo, como ‘tectónica’.
A verdade é que este teu último comentário foi para mim, num certo sentido, uma revelação (Ó Mestre! Tu que ensinas o caminho das pedras...): ao dizeres que o Venturi é o "verdadeiro" - um dos únicos... - arquitectos "desconstrutivistas", ajudaste-me a perceber a repugnancia quase física que sinto por algumas das suas obras, a Sainbury, precisamente, a única que conheço (e uso). É precisamente essa ‘desconstrução’ ou, se quiseres, no Venturi, essa assumida incoerência entre interior e exterior, entre aquilo que suporta e o que é suportado, essa ‘mixórdia de muitas partes’, esse grau de “irracionalidade”, digamos assim, que visceralmente me repugna. Que raio posso eu fazer? Compreendo, intelectualmente, friamente meditando, compreendo o Venturi, até lhe chego a achar graça, tal como acho graça ao urinol do Duchamp, mas fosga-se! Ste Genevieve, ou mesmo a Bibliotheque Nationale (do que te havias de lembrar!), quem lá entrou uma vez não esquece mais: a elegancia, o engenho, a espiritualidade, tudo aquilo é uma oração sublime ao que temos de melhor entre as duas orelhas: a nossa razão; tão frágil e tão forte, um pouco como o fuste daquelas colunas de ferro que sustentam um tecto que mais parece um céu; será possível ali entrar sem ficar comovido? Em verdade te digo que ajoelhei em Ste Genevieve, quase chorei na Bibliotheque Nationale! Mestre, eu vi a luz! JFC, o pecador, o surrealista, aquele que vivia atordoado e maravilhado com os poderes obscuros do subconsciente e da desrazão, o que seguia o cherne (não o de Bruxelas mas o do O’Neil), o que venerava o maneirismo e as suas distorções, viu a LUZ naqueles sonhos racionais, sonhos em filigrana do Labrouste! Sublime!
E enfim, por aqui me fico hoje, que já falei demais, grato e sempre vosso
JFC (Inertes em Tempo Real)

PS- Uma das minhas ex-mulheres (que é para-arquitecta..) confessou-me que é leitora assídua deste blogue. De hoje em diante terei de moderar o meu machismo...

1:18 da manhã  
Blogger AM said...

tanta coisa (que nem sei que te diga...) o que é eu posso fazer para "remediar" a tua insensibilidade já não digo à obra do Venturi (que a essa já estou habituado...), mas para remediar a tua insensibilidade para com quase toda a arte (e vida) moderna...
essa coerência entre todas as coisas, entre o todo e (todas) as partes é quase religiosa...
odp, menos fundamentalista e seguramente menos crente, humilde discípulo espiritual da "escola de philadelphia", limita-se a acreditar, no conjunto difícil...

9:18 da tarde  
Blogger Unknown said...

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2:49 da tarde  

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