Grocers!
Cara Maria (o mínimo que posso fazer é dedicar-lhe esta posta)
Já recebi e já li o Venturi (e a Denise...) do Martin Filler.
Achei a perspectiva do Filler espantosamente semelhante ao breve "resumo de carreira" que a-postei aqui. Lamento que o autor não tenha analisado com maior pormenor as razões para a escassez de obra construída, principalmente quando comparada com a extensão e o "sucesso" da obras de alguns "seguidores" e/ou de alguns outros desenhadores muito menos... "dotados". As reacções à National Gallery - o princípio do fim... - ajudam a explicar muita coisa... No fundo, (no fundo...) a arquitectura é um a-divertimento mais ou menos diletante das classes "eleitas" (diletantes) e "a (natural) ordem natural das coisas (naturais)" nunca perdoou (nem perdoará...) o atrevimento (pior, os múltiplos... atrevimentos...) do filho do merceeiro...
E depois - isto anda mesmo tudo ligado... - a desgraçada "coincidência" (pois...) da fatídica exposição "Decon" no MoMA, organizada (ou deveria escrever "desorganizada"...) pelo Johnson e pelo (imaginem, imaginem...), pelo "enorme" Mark Wingley!!! (Tchin, Tchin, Tchin)
O texto não incide sobre as obras (sobre as características das obras), mas para isso, felizmente, temos outros autores...
A "Table of Contents", demasiado anglo-saxónica e demasiado "segunda metade" (adoro "interpretar" as inclusões e as exclusões dos historiadores...) é uma caixinha de surpresas...
Se for caso disso, volto à carga...
Já recebi e já li o Venturi (e a Denise...) do Martin Filler.
Achei a perspectiva do Filler espantosamente semelhante ao breve "resumo de carreira" que a-postei aqui. Lamento que o autor não tenha analisado com maior pormenor as razões para a escassez de obra construída, principalmente quando comparada com a extensão e o "sucesso" da obras de alguns "seguidores" e/ou de alguns outros desenhadores muito menos... "dotados". As reacções à National Gallery - o princípio do fim... - ajudam a explicar muita coisa... No fundo, (no fundo...) a arquitectura é um a-divertimento mais ou menos diletante das classes "eleitas" (diletantes) e "a (natural) ordem natural das coisas (naturais)" nunca perdoou (nem perdoará...) o atrevimento (pior, os múltiplos... atrevimentos...) do filho do merceeiro...
E depois - isto anda mesmo tudo ligado... - a desgraçada "coincidência" (pois...) da fatídica exposição "Decon" no MoMA, organizada (ou deveria escrever "desorganizada"...) pelo Johnson e pelo (imaginem, imaginem...), pelo "enorme" Mark Wingley!!! (Tchin, Tchin, Tchin)
O texto não incide sobre as obras (sobre as características das obras), mas para isso, felizmente, temos outros autores...
A "Table of Contents", demasiado anglo-saxónica e demasiado "segunda metade" (adoro "interpretar" as inclusões e as exclusões dos historiadores...) é uma caixinha de surpresas...
Se for caso disso, volto à carga...
17 Comments:
"arquitectura é um a-divertimento mais ou menos diletante das classes "eleitas" (diletantes) e "a (natural) ordem natural das coisas" nunca perdoou (nem perdoará...) o atrevimento (pior, os múltiplos... atrevimentos...) do filho do merceeiro..."
é pá, esta não percebi, importas-te de explicar melhor o que querias dizer aqui ao o JFC?
PS- obrigado pelo link para a Disorderly Ode que me levou ao Iconography and Electronics que não tinha lido e que já encomendei.
Am, muito obrigada pela honra de me ter dedicado um post :):).Admirável a sua curiosidade... neste país de amorfos :):):)
concordo consigo em tudo e percebo mais uma vez que sabe ler muito bem nas entrelinhas ... para bom entendedor, meia palavra basta:).Penso que o problema do Venturi não é por ser filho de merceeiro :):) é simplesmente por ter a lata de " ser um irreverente na prática e com teoria " :):):)qt a mim os comentadores "historiadores" famosos são, o que são, criadores de equívocos,normalmente ao serviço do poder. O poder é como na história do rei vai nu ... quem diz a verdade não tem direito a sobremesa :):):). Ouvi dizer que o diabo veste Prada :) Gostei deste Filler por ser um cardápio rápido "quem é quem" com alguma eficácia:):):):)
JFC o Am é nosso amigo :)
peço:
volte à carga Please...
e ainda, a não perder :):):)
conhece o livro do não menos conhecido Deyan Sudjic -"the complex edifice" -( os segredos inconfessáveis da relação entre a arquitectura e o poder)
errata:
* The edifice complex * ou em espanhol * La ARQUITECTURA DEL PODER *
JFC
a arquitectura é, historicamente, dos ricos, das classes "superiores", etc.
a arquitectura são os reis a brincar aos modelos à escala XPTO das ruínas romanas, a brincar aos conventos, e, agora, os "curadores" a brincar aos museus
a "arquitectura (de arquitectos...) para todos" é muito muito recente (e nalguns casos ainda não o é de todo...)
se calhar nunca o foi e nunca o será... a arquitectura é o dinheiro (manuel mateus) e o dinheiro, como é por demais sabido, não está nada bem "a-destribuído"...
a arquitectura (de vanguarda...) para as massas, virou arquitectura para a "massa"...
os múltiplos, perdão, os sucessivos "atrevimentos" do venturi, já vais sabendo quais são... :) e o filho do merceeiro (grocers!) a maria já contou :)
maria
o país, quero dizer, alguns portugueses, estão em crise...
isto está a sair-nos caro... :)
Am,
infelizmente os Bons portugueses estão em crise:):):):)
concordo que na maioria das vezes a aquitectura é dos ricos mas,
acredito na boa arquitectura a baixo custo :)acredito que educar é preciso :)e ainda por fim mas não menos importante
acredito que se pode ser fútil no superficial e profundo no essencial:)
e que
para lá do pra lá da arquitectura acrobática está a vida:)
não desanime :)
qt ao livro :):):):) sei que será muito mais útil nas suas mãos do que nas minhas :):):):)
hummm...vamos la ver se eu consigo aqui expor as minha dúvidas: será que esta aquitectura pop/camp inclusiva, do ordinary as extraordinary, rather than extraordinary as ordinary, do dissonant rather than crazy, é uma arquitectura verdadeiramente pop(ular), acessível, de massas(?) por oposição a uma outra que seria exclusiva, de élite e 'da massa'? (Atenção, eu não disse que A/M (neste caso um acrónimo de António e Maria:)) afirmaram textualmente isto, digo apenas que tendem para lá...)
A minha ideia é que a arquitectura praticada por VSB é uma aqruitectura de elevada sofisticação e subtileza que não está ao alcance de qualquer um (leia-se o texto seminal de Sontag sobre o assunto e por qualquer um entenda-se todos aqueles que 'realmente nunca entenderão o kitch, coitados...); só aparentemente(ou na mente de AM?) a arquitectura dos VSB é fácilmente apreensível e comestível; para o leigo, é a arquitectura do horror, do mamarracho e do mau gosto. Bilbao sim é popular(que arrojado! e veja-se o sucesso...), a casa da música, aquela pedrinha que caiu do céu levantando uma ondinha no chão (como são fáceis de explicar as coisinhas verdadeiramente originais...),sim, é popular, o jewish museum (que artista! que alma atormentada!até se compreende, coitadinho...)sim, é popular...e por aí fora. Agora expliquem a um leigo o que é a ironia, o que é a 'hype sensibility of our time', como funciona o ugly and ordinary. Não me lixem! Não me venham com essa do filho do merceeiro, não cola, é pura demagogia. Para JFC não existe arquitectura de ricos nem "arquitectura (de arquitectos...) para todos", existe ARQUITECTURA, ponto final.
JFC (demonstrando mais uma vez a sua embirração com Warhol)
turma... :)
maria, eu tb acredito nisso tudo... partilho as suas crenças e esperanças no futuro da... arte... e esteja descansada que eu não "desmoreço"... :)
quanto ao livro (logo vejo o preço na net...) tenho a certeza que está muito bem nas suas mãos (ia a escrever no seu regaço, mas nada de abusos...) :)
JFC
(mais uma vez tiro o meu chapéu)
a questão que levantas é perfeitamente pertinente
felizmente o Stanislaus von Moos já respondeu as essas "inquietações" sobre o que é "verdadeiramente" popular, tão cedo quanto o artigo publicado (e que eu saiba nunca republicado) na japonesa A+U (DEz. 81 - Extra Edition) dedicada aos "Venturi, Rauch (esse "rochedo" desaparecido...) and Scott Brown"
o Stanislaus argumenta e muito bem com o exemplo do "chumbo" do projecto pouco conhecido para The County Federal Savings and Loan Bank de 1977 (significativamente é um projecto para um "banco", mas podia dar outros exemplos...)
por outras palavras (vou tentar pensar pela minha cabeça...) não é fácil ser "popular" (mas tb ninguém disse que ia ser...) junto das "massas" (ou junto da "massa"...), quando o (chamado) "texto crítico" "encaminha" o "rebanho" para "isto" ("o efeito bilbão"...) ou aquilo (o pseudo-Decon politicamente correcto do Shelltox...) e - sistematicamente... - escamoteia tudo o resto
isto não é outra vez o discurso do coitadinho... pensa nas revistas de arquitecturas portuguesas... nos suplementos de fim-de-semana... e depois pergunta ao povo (à pobre classe média mais ou menos remediada que sonha com a "moradia"...) o que é, para eles, a arquitectura "popular"
isto tudo, o texto do Stanislaus, para desmentir o suposto "populismo" dos VSB
populistas, são, nesse sentindo, os "vencedores" (do momento...)
a mesma questão do populismo podia colocar-se com a arquitectura de vanguarda da habitação colectiva dos anos 20 (mas também com a "unidade" do Corbu...)
é um tema fascinante... desculpa não aprofundar...
post... o filho do merceeiro não é demagogia...
foi utilizada, pejorativamente, na crítica à obra (?) da NG
para escapar às armadilhas do "popular" e do "populismo" o melhor é regressar ao Las Vegas e ao feliz exemplo das "flores de plástico"
o mais importante será isso... procurar uma arquitectura em que as flores de plástico não pareçam (embora - "efectivamente"... - o sejam...) ridículas
uma arquitectura, mais que "inclusiva", tolerante (agora até aquele gajo dos BIG, em entrevista à arq./a, diz que quer ser - e se calhar até pensa que já é... - "inclusivo"...)
a tolerância é a lição do Aalto...
sobre a (não) popularidade da "mensagem popular" do (não) populista Venturi sempre digo, que a arquitectura dos VSBA é como um espelho (I'll be your mirror...) que dá a ver, o que a grande maioria não quer ver
e a realidade não é bonita, pá!
esse foi, e não foi, o principal problema com a arquitectura "popular" do Venturi
Parabéns !!! Espectacular !!!! all you need is love ... :):):) como cantavam os Beatles. Obrigada aos Dois por partilharem com a blogosfera das vossas ideias :):)
pois foi, Maria, com o golpe do 'flower power' é que o engenhoso AM conseguiu abalar o velho e (piegas) coração hippie de JFC... :))(deverei utilizar flores de plástico no cubo de vidro fosco que estou a projectar para a minha prima budista no parque natural do Gerês?..)
Adiante!... a inteligente argumentação do nosso guru merece resposta, mas primeiro queria ler o que escreveu o tal Estanislau em 1981 sobre o assunto (algo me diz que não vai ser fácil...);por agora, dado o adiantado da hora, JFC despede-se de vocês os dois (e de todos os arquitectos portugueses) entoando um hino pacificador, um pouco kitch e muito apropriado à ocasião:
If you're gooooooing to San Franciscooooooooo
Be sure to wear some flowers in your hair
If you're gooooooing to San Francisco
You're gonna meet some gentle people theeeeeeeeere.........
you guys... :)
JFC (flores de plástico no cubo de vidro - LOL...)
agora não dá mesmo (não sigo para Frisco, mas "quase"...), mas
o-depois prometo (cross my heart...) que digitalizo o Stanislau e QUE a-mando por mail para o tal do sinclair ou lá o que é... :)
troco o teu Portas (abram as portas...) pelo meu Stanislau :)
cá se fazem, cá se pagam! :)
stay away from drugs! :)
post... para o cubo de vidro do gerês (não esqueças uma alusão subtil à obra-(da)-prima do Souto...) odp recomenda um "mix" - à la Herzog... - de fachadas de vidro "serigrafado" com fotos de "flores de plástico"
não chora... :)
maria
porque hoje é sábado...
o carteiro passou por aqui (no carro particular...) e deixou a arquitectura e vida na caixa do correio...
vou directo ao seu grego :)
(cont)
gostei muito
é rectangular, cúbica, apropriada ao lote e (imagino) ao loteamento
a varanda com duplo pé-direito é um belo (JFC) espaço (mas ainda se usa disto?...)
não gostei da pormenorização da "guarda" da escada (e a "primeira" escada podia subir ao contrário...), e da excessiva transparência da vista da entrada sobre o exterior (pouca privacidade... quase convida a abandonar a casa e não a subir para a intimidade dos pisos dos quartos...)
a tipologia (à excepção do achado da varanda referida) não tem (nem tinha que ter) grande história (é uma casa que sabe que é uma casa para habitar e não um "exercício" pretensioso de formas "escultóricas" sacadas da "agenda formal" de uma qualquer star da arquitectura mais "corrente"...
e gosto do pequeno espaço, sem função (atribuída...) entre a escada e a fachada norte
o betão (que tanto vai ao corbu, como aos paulistanos - e sem nada do tadao ando de pacotilha...) é "sedoso" e clássico, e calha bem com a caixilharia
a sala, com o pé-direito mais ou menos trabalhado é que (infelizmente) não (me) convence...
Am, muito obrigada pelo seu cuidado :) gosto de ver que não está preso a "têndencias" é como o JFC gosta de "Arquitectura" e ponto final :)
by the way, o carteiro tocou 2
vezes?
é pa, manda-me la o Estanislau para eu ler isso (de manhã quando estiver sóbrio...)
JFC(abrindo mais uma lata de Sagres, a autêntica)
PS-Marlia, niso estramos de acoldo! Arquitectura 'hic'.. pronto fi..hic..nal!!
maria
o carteiro não toca
deixa as encomendas à porta de casa em cima do tapete
JFC
não chora, não bebe
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