sábado, outubro 20, 2007

Casa (Alphaville)

Caro João (welcome back!)

Compreendo o teu entusiasmo (com a obra) e partilho as tuas reservas para com o "messianismo" das "boas intenções" (com) vertidas em (balofas...) memórias descritivas... mas não é “onda” para a minha praia... tudo torto... oblíquo... (problemas com o equilíbrio já eu tenho...)
Fico sempre um pouco de pé atrás com estas arquitecturas que dependem da "novidade" dos programas e dos estilos de-vida (mente) "alternativos", como se todos os projectos tivessem que partir (se é que me faço entender...) do "zero tipológico"... como se não houvesse um "tipo" (e uma forma), uma "casa" (comum) a "trabalhar" em cada uma das encomendas...
O Alan Colquohoun é que escreveu umas "coisitas" sobre isto do tipo e da tipologia, e da forma e da função... e (tanto quanto recordo) sobre a "questão tipológica" nas igrejas do Alvar Aalto...
Quero dizer... uma casa, é uma casa, é uma casa... tem salas e quartos e cozinha e casa(s) de banho... não tem nada que "inventar"... pois não?
Não passam de uma série de compartimentos mais ou menos permutáveis ou "fixos" associados da melhor maneira possível...
O "resto" (que é quase tudo) são "circunstâncias"... e talento.

2 Comments:

Blogger João Amaro Correia said...

era justamente aí que queria chegar.
aquela "memória desciritiva" deixou-me de cabelos em pé.
não podia o cabrão do arquitecto dizer que os clientes lhe pediram uma casa em tudo fosse comunicante e pronto(s). em vez de se por a elocubrar sobre os novos tempos que aí vêm.
novos tempos para a velha humanidade?! ah! deixem o sol extinguir-se.

mas achei piada ao facto de aquilo ser realmente a "CAIXA". A puta da caixa - branca, obviamente - que se espalha por este país fora como punhetas mal paridas, ou cancros por arrebentar. aquilo é o exterior no interior e o interior no exterior. é desejo de forma.

10:51 da manhã  
Blogger AM said...

é o vírus (da linguagem...) "Wark Mingley" e TAL...
o desejo da forma é muito interessante... porque vai ao arrepio ("form-less") da ortogonalidade (gatos fedorentos...) dominante
vide (espreitar) o último anuário de arquitectura... quase que não dá para perceber onde acaba um projecto e começa o outro... caixa atrás de caixa... com (+ou-) Deus no pormenor... mas no final tudo muito aborrecido e previsível (e pacificamente aceite pelo mercado da encomenda de arquitectura pseudo-esclarecida...)
um tédio... imagens mais que mastigadas e regurgitadas...
um abraço

11:10 da tarde  

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