domingo, julho 08, 2007

Discurso Directo

Falam do moderno como se este já tivesse um conceito preparado. Talvez tenhamos degenerado um tanto na ideia do que seja moderno. O que tem que ser moderno não é a arquitectura, somos nós.
Justamente o homem moderno é aquele que não parece. Ele é a essência do progresso no seu pensamento. Não há nenhum estilo que garanta a modernidade. O que é feito capaz de constituir uma visão de moderno, antes de mais nada, é ser contemporâneo e, portanto, oportuno.
Talvez seja uma das premissas da arquitectura: uma arquitectura inoportuna não pode existir.
Em princípio, temos que valorizar e desfrutar aquilo que já temos. Isso não é "conservadorismo". É uma maneira de fazer-se a si mesmo. Não nos obrigarmos a ser sempre novos, novos, novos... que um dia caímos do cavalo.

Paulo Mendes da Rocha, Ípsilon, Público, 6 de Julho 2007

2 Comments:

Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

Mais nada!... Falou que sabe muito. Para mim um dos melhores arquitectos contemporâneos.

12:38 da manhã  
Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

(quem sabe muito)... malditos teclados.

12:40 da manhã  

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