sábado, março 10, 2007

Dois Museus de Jean Nouvel (e mais algumas coisas...)

Posso estar enganado, mas tenho cá para mim, que por comparação com outras estrelas menores do firmamento disciplinar (o céu dos arquitectos), a obra de Jean Nouvel não goza dos especiais favores da crítica ou da "imprensa da especialidade" do nosso país.
Talvez, é um "palpite", por ser mais complexa e menos "evidente" (e como tal menos reproduzível...) que os esculturais meteoritos do Kualhas, que os superficiais (super-faciais) feitos efeitos e feitios dos H&M, ou que a matéria "sensível" do Zumthor; ou ainda (outro palpite...) por requerer outro nível de sofisticação tecnológica, que em Portugal estará ao alcance do saber e da bolsa de muitos poucos.
Vem isto tudo a despropósito da "coincidência" da publicação na Actual do Expresso de hoje do imperdível artigo de José Luís Porfírio sobre o "museu pós-moderno" Quai Branly de Paris (curiosamente - outra coincidência - na semana em que morreu Jean Baudrillard...) e da notícia sobre o promissor (vou investigar...) projecto para o "franchising" do Louvre "nas areias de Abu Dhabi".
A "estratégia" de projecto parece ser a mesma para os dois projectos. Um conjunto fragmentado de espaços "contentores" destinados (?) aos objectos a expor, estruturados "em rede" (à imagem e semelhança de uma cidade...) por um qualquer elemento linear ("galeria" em Quai Branly) ou central (cúpula em Abu Dhabi) "aglutinador" e identificador do conjunto enquanto unidade significante autónoma.
"Saquei" esta imagem da Net. Está "super" ó Nouvel! E a relação com a água... ainda melhor que no KKL...