segunda-feira, março 13, 2006

Roland Barthes # 1

"Como acabamos de ver, o bom senso poujadista consiste em estabelecer uma equivalência simples entre o que se vê e o que é. Quando uma aparência se mostra, decididamente, por demais insólita, resta ainda, a este mesmo senso comum, um meio de reduzi-la sem sair de uma mecânica das igualdades. Este meio é o simbolismo. Cada vez que um espectáculo parece imotivado, o bom senso faz intervir a grossa artilharia do símbolo, admitindo no céu pequeno-burguês na medida em que, a despeito da sua vertente abstracta, ele une o vísivel e o invisível sob as espécies de uma igualdade quantitativa (isto vale aquilo): o cálculo está salvo e o mundo aguenta-se ainda."

Adamov e a Linguagem, Mitologias, Roland Barthes