Arquitectura e Politica
"Não há boa arquitectura sem boa política, nem boa política sem boa arquitectura", afirmação de Hannes Meyer, citada por José Charters Monteiro na entrevista (que se recomenda) à "Arquitectura e Vida" N.º 69, é uma daquelas frases "fortes"... com os seus encantos e com os seus perigos... Porque não é possível a equivalência entre "Boa Arquitectura" e "Boa Política", sem que todas as formas (politicas) de demagogia (produzidas por regimes mais ou menos democráticos ou totalitários...), resistam a canibalizar o "território" próprio e "específico" - partindo do princípio que existe um - da intervenção arquitectónica. "Infelizmente", ensina-nos a história, essa relação, simplesmente não existe. Não que não seja "simpático", por exemplo, olhar para a arquitectura holandesa ou alemã, anteriores à "segunda guerra", ou para a arquitectura finlandesa, anterior e posterior à mesma guerra, como virtuosos exemplos das políticas socialistas, republicanas e laicas...
A "boa forma" politica não é garante da "boa forma" arquitectónica, nem garantia da "exclusão" da "má forma", assim como a "má forma", não será "necessariamente" um reflexo de qualquer "má forma" do exercício politico. Trata-se de um pensamento, maniqueísta, ingénuo ou oportunista, mas maniqueísta.
Eu, dentro do mesmo género, prefiro "cantar" com os "Disposable Heroes of Hiphoprisy" de "Hypocrisy Is The Greatest Luxury" sobre como "todas as coisas na vida têm ramificações políticas" (Water Pistol Man), ou recordar aquela frase de Ludwig Wittgenstein no "Cultura e Valor"(?) em que dizia qualquer coisa como (e cito de memória) "não ser possível a existência da arte - arquitectónica, neste caso, e partindo do outro princípio de que é arte aquilo de que "tratamos"... - onde nada existe para glorificar ou exaltar"... o que, é claro, o edifício da FCG, o "bloco da águas livres" ou "as piscinas de maré" de Leça, só para citar três exemplos da minha particular estima, parecem querer desmentir!
Arquitectura "e" Politica... territórios perigosos...
A "boa forma" politica não é garante da "boa forma" arquitectónica, nem garantia da "exclusão" da "má forma", assim como a "má forma", não será "necessariamente" um reflexo de qualquer "má forma" do exercício politico. Trata-se de um pensamento, maniqueísta, ingénuo ou oportunista, mas maniqueísta.
Eu, dentro do mesmo género, prefiro "cantar" com os "Disposable Heroes of Hiphoprisy" de "Hypocrisy Is The Greatest Luxury" sobre como "todas as coisas na vida têm ramificações políticas" (Water Pistol Man), ou recordar aquela frase de Ludwig Wittgenstein no "Cultura e Valor"(?) em que dizia qualquer coisa como (e cito de memória) "não ser possível a existência da arte - arquitectónica, neste caso, e partindo do outro princípio de que é arte aquilo de que "tratamos"... - onde nada existe para glorificar ou exaltar"... o que, é claro, o edifício da FCG, o "bloco da águas livres" ou "as piscinas de maré" de Leça, só para citar três exemplos da minha particular estima, parecem querer desmentir!
Arquitectura "e" Politica... territórios perigosos...
1 Comments:
Sem contrariar, nenhum ponto, ela, (a arquitectura), sempre reflectiu o regime politico em que se manifestava, dai a reflectir as opiniões politicas dos arquitectos não vai uma grande distancia. Pode ser que seja territórios pantanosos, mas as suas afinidades e dependências obrigam-nos a percorre-los. E é certo que levantam questões importantes.
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