sexta-feira, março 17, 2006

O Type do GENOTYPE e as Guerrilheiras do ALdA MOuRA

Era mais "prudente" eu sei... deveria existir uma moratória "ética" para Oh-Pá, criticas Hostis... era mais "prudente", eu sei. Mas estas infelizes concomitâncias!
Já sabia do JOG e agora confirmo com a leitura do N.º 69 da revista "Arquitectura E Vida". 4 (quatro) páginas para a rubrica "Novas Expressões" da responsabilidade de Carlos Sant'Ana, dedicadas a Pedro Duarte Bento, o PDB do postHABITAT. Uma página para "chamada" e apresentação, outra para a entrevista da praxe, e duas para o projecto da "Self-Sufficient Single-Housing - Combater a Desertificação no Alentejo".
O projecto prevê o combate ao "êxodo rural" (eternas saudades) no Alentejo, com a "importação/exportação" de "Casais de Tios" com mais de 50 primaveras urbanas que querem cavar da cidade, e enterrar-se num quinhão do paraíso... a cavar... dizem eles. E eu, mau como os "lacraus", a pensar que as tias queriam sopas (uísque!) e descanso, (isto para não ser o ordinarão do costume, e dizer que o que "eles e elas" querem é... "putas e vinho... alentejano", à beira da piscina...) à maneira da "Fantasia para dois coronéis e uma piscina" do Mário de Carvalho...
Vai daí, e relembre-se, para combater o "êxodo" e "dinamizar" a "agricoltura", é necessário construir um Habitat. As "casas novas" fazem falta, concerteza, e a oferta habitacional das vilas e cidades alentejanas com os centros históricos desabitados e degradados e as periferias desqualificadas, cheias de "drogados" e graffitis Hip-Hop, "tal&Qual" como na "metrópole", não "prestam". Distância... dizem eles. Da "malta", como sempre... distância.
Ai, a "Bicha-Solitária"!
Mas eis que entra em cena o "jovem" arquitecto. Solícito, desejoso... com o habitual módulo auto-suficiente (bocejo) debaixo do braço, no portátil (e um dia ainda se haverá de fazer a história, arquitectónica, sociológica, política... dos - módulos - "auto-suficientes"...), em versão "Mono-Black-Angular-Eco-Bicudo".
(Sim, sim, leram bem, "eco-bicudo", ou como é que pensam que a BICHA-preta, se iria comportar "termicamente" nos dias dos 49 de-graus à sombra? Olha o "Bernardo" Assado!!!)
Por proposta gráfica do arquitecto o OVNI, poderia aterrar no meio do restolho (qual ceifeira hiper-moderna) ou cair "à toa" (qual Koolhaas, que lindo...) no meio dos melhores terrenos agrícolas, por pouco e magnanimamente, poupando a vida de um indígena, que "se-achava" sachando (no gerúndio, que lindo...) num hortejo.
A proposta de implantação "Okupação"(?) nos eucaliptais já está na "mira" das guerrilheiras ALdA (Alentejo Livre de Arquitecto) MOuRA.
Nas duas páginas (da revista de arquitectura...) dedicadas ao projecto, ficamos a saber tudo sobre a sua "ecologia", da recolha das águas da chuva ao rácio calculado para os ovos e as galinhas (atchim!), mas não nos é dito nada sobre a "caracterização" construtiva (sobre a matéria) das imagens...
Afirmar que a organisma "pode desenvolver-se isolada ou em comunidade" (que medo, parece um filme "Alien"), sem mais informações, escritas ou desenhadas, também não "serve" de nada, mas sempre dá um "ar da sua graça", do tipo "jovem" arquitecto empenhado na resolução das grandes questões "colectivas", que a proposta convém agradar ao vereador social democrata (ex-MRPP) que faz parte do júri do concurso internacional!!!
Da analise "em concreto" dos (de)méritos formais do "projecto", nem quero falar, até porque de "concreto", a proposta apresenta muito pouco, e seria cair na esparrela, pensar que o módulo, seja "habitável" enquanto residência permanente ou eficaz no combate à desertificação... ou alguém pensa que é com um Casal de Tios (procurar no índice da arca de não-é) fora de prazo que se repovoa o Além Tejo?
F*. Para "repovoar" o Alentejo... temos, como nos "slogans", e entre outros... "odesproposito"... "A combater a desertificação no Alentejo desde..."
Sobra uma dúvida. O Kit inclui a cegonha?

3 Comments:

Blogger Pedro BC said...

Caríssimo:
Gostaria de aqui fazer uma pequeno esclarecimento que me parece oportuno. Quando, no JOG, escrevo qualquer coisa como "1 em 4, 4 em 1", como título da meia-duzia de linhas dedicadas ao que vi no site do Pedro Bento, refiro-me directamente à forma como o mesmo projecto aparece enquadrado em quatro contextos/concursos/propostas diferentes, com nomes diferentes.
Parece-me que associou esse título ao número de páginas dedicadas ao arquitecto na revista que refere. Pergunto-lhe eu se o que pretende é referir-se às próprias quatro páginas como "1 em 4, 4 em 1", ou seja mesmo e "mais do mesmo^"?
Se estiver enganado, peço desculpa e agradeço de qualquer forma os comentários interessantes que nos permite vir lendo ao seu blog.
Resumindo:
A mesmo a formalização adaptada a 4 contextos/necessidades de resposta diferentes? Independentemente de códigos éticos ou coerências teóricas, parece-me uma saida possível e até interessante, desde que com qualidade.Aliás, é esta a parte (mais) interessante que encontro no site referido.
Saudações JOGuistas

5:26 da tarde  
Blogger AM said...

olá pedro bc
ainda bem que aparece alguém...
é um pouco frustrante saber (pelo sitemeter) que sou lido, e nunca "comentado"... se não fosse "lido", OK, é porque, não gostavam... mas ser lido sem obter reacções para as minhas "provocações", é que eu não percebo...
quanto à pergunta, lamento dizer que não li a posta do JOG com suficiente atenção para estabelecer a relação que questiona entre o título (da vossa posta) e o número de páginas (da revista)
(quando li a posta do JOG ainda não tinha recebido a revista...)
quanto à pergunta da adaptação de um mesmo projecto a quatro "contextos" diferentes... não tenho, em princípio, nada a opor, muito pelo contrário... acredito nas virtudes do (projecto) "tipo" :)
quanto à questão do "desde que com qualidade" é que eu já não sei... a minha (ainda curta) experiência profissional, aconselha-me, nessa matéria a prudências e caldos-de-galinha
há quem defenda a qualidade como um critério absoluto, que se sobrepõe as outras "leis"... eu como tenho visto que a "qualidade" é um critério (demasiado) flutuante, em função precisamente de diferentes análises e leituras críticas, penso que a atribuição do critério de "qualidade" não deverá permitir "certas" coisas
(ora deixem lá acrescentar mais um piso, que o projecto é de qualidade…)
mas se calhar já estou a falar de outras coisas que provavelmente pouco interessam

9:20 da tarde  
Blogger geno said...

conhecendo o Pedro Bento achava-o mais rigoroso. mas se possuir os genes da família...muito vigor e pouco rigor...

nota: descobri este blog hoje (deu-se a conhecer...) e decerto comentarei com frequência as postas.

6:41 da tarde  

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