Nothing But Flowers *
"Venturi & Scott Brown quebraram velhos tabus arquitectônicos, mas também se adentraram, como já me referi, em um caminho sem saída para o desenvolvimento arquitectônico. Na arquitectura de V&SB parece existir uma relação directa entre significado e elementos significadores. O ornamento é entendido como um sistema de símbolos convencionais que mostram o que o edifício é ou que identificam suas partes, como os padrões florais parecem dizer: “Isto é uma porta” (15). Então não estará Venturi negando as complexidades da comunicação em arquitectura?"
Fernando Diniz Moreira
Discordo. Na arquitectura de V(R)&SB não creio existir essa "relação directa entre significado e elementos significadores". Recordo, mas infelizmente não consegui localizar, uma frase em que a propósito do projecto para a "Escola de Matemática" (New Haven, Connecticut, 1969), se afirmava que uma arquitectura "significante" com recurso ao "ornamento aplicado" não implicava "afixar" qualquer "logo" do tipo 2+2=4. Pelo contrário, para uma entrada (secundária?) da escola (que projectaram em "Estilo Moderno Corrente"), propuseram uns arcos "góticos", evidentemente falsos, recortados num plano suspenso de maneira inequivocamente contemporânea... umas das primeira entre as primeiras manifestações do que mais tarde viria a chamar-se de arquitectura pós-moderna.
Os padrões de flores, de umas "cortinas para banheiras", anteriormente "explorados" nas fachada de vulgares edifícios comerciais (Best, 1977), seriam tudo, menos uma escolha obvia ou um símbolo convencional, para decorar a entrada de um edifício de "investigação cientifica". Ou melhor é a convencionalidade do padrão de flores, a sua vulgaridade "comercial", que no contexto "errado" o torna excepcional e capaz, não de negar as "complexidades da comunicação em arquitectura", mas de provocar as necessárias ambiguidades no discurso sobre uma arquitectura moderna significante e "comunicativa".
Imensa a riqueza de (significados) de umas simples flores, nada mais que flores...
* Naked, TalkingHeads
Fernando Diniz Moreira
Discordo. Na arquitectura de V(R)&SB não creio existir essa "relação directa entre significado e elementos significadores". Recordo, mas infelizmente não consegui localizar, uma frase em que a propósito do projecto para a "Escola de Matemática" (New Haven, Connecticut, 1969), se afirmava que uma arquitectura "significante" com recurso ao "ornamento aplicado" não implicava "afixar" qualquer "logo" do tipo 2+2=4. Pelo contrário, para uma entrada (secundária?) da escola (que projectaram em "Estilo Moderno Corrente"), propuseram uns arcos "góticos", evidentemente falsos, recortados num plano suspenso de maneira inequivocamente contemporânea... umas das primeira entre as primeiras manifestações do que mais tarde viria a chamar-se de arquitectura pós-moderna.
Os padrões de flores, de umas "cortinas para banheiras", anteriormente "explorados" nas fachada de vulgares edifícios comerciais (Best, 1977), seriam tudo, menos uma escolha obvia ou um símbolo convencional, para decorar a entrada de um edifício de "investigação cientifica". Ou melhor é a convencionalidade do padrão de flores, a sua vulgaridade "comercial", que no contexto "errado" o torna excepcional e capaz, não de negar as "complexidades da comunicação em arquitectura", mas de provocar as necessárias ambiguidades no discurso sobre uma arquitectura moderna significante e "comunicativa".
Imensa a riqueza de (significados) de umas simples flores, nada mais que flores...
* Naked, TalkingHeads
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